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Região terá a maior produção de soja do Paraná nesta safra

Rendimento médio nos municípios da região será a maior entre as 20 regionais do estado, na casa de 3,6 mil quilos por hectare

Produção de soja na região será menos impactada devido ao plantio tardio do cultivar
Produção de soja na região será menos impactada devido ao plantio tardio do cultivar -

Fernando Rogala

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Rendimento médio nos municípios da região será a maior entre as 20 regionais do estado, na casa de 3,6 mil quilos por hectare

A região dos Campos Gerais foi a menos afetada pela estiagem no cultivo de soja no Paraná e, por esse motivo, deverá ter a maior produção do grão no Estado. A informação consta na primeira Previsão de Safra Subjetiva (PSS) deste ano, divulgada nesta quinta-feira (27) pelo Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento. De acordo com o relatório, ao final deste mês de janeiro, a projeção de redução é 39% na produção de soja no Estado para a safra 2021/22, em relação ao potencial inicialmente previsto. No núcleo regional de Ponta Grossa, que abrange 18 municípios, a previsão de quebra é de 8%. 

De acordo com o levantamento, nos 540 mil hectares ocupados com soja nesta safra, a previsão é de que sejam colhidos o total 1,95 milhão de toneladas, resultantes de um plantio cujo rendimento médio por hectare está estimado em 3.619. Essa é a maior média de produtividade entre todas as 21 regionais do Estado. Da mesma forma, esse total de produção esperado deverá corresponder a 15,24% de toda soja que deverá ser colhida no estado, de 12,8 milhões de toneladas, segundo essa última previsão. O valor de 1,95 milhão de toneladas é 38% maior que a segunda maior região produtora no Estado, Campo Mourão, onde em 690 mil hectares deverão ser colhidos 1,41 milhão de toneladas (o rendimento esperado é de 2,04 mil quilos por hectare). Nenhuma outra região, além dessas duas, vai passar de 1 milhão de toneladas.

Em se tratando de produtividade, de rendimento por hectare, se por um lado a região de Ponta Grossa deverá produzir 3,6 mil quilos por hectare, nas regiões mais críticas a produção sequer irá atingir metade disso. Na região de Toledo, a mais afetada, há a previsão da retirada de apenas 944 quilos por hectare de soja, ou seja, 73,9% a menos do que na regional de Ponta Grossa. Em Umuarama, o rendimento previsto é de 1.176 quilos por hectare, ao passo que em Cascavel a média esperada é de 1.323, e em Paranavaí, 1.370. 

Essa grande discrepância entre as regiões pode ser explicada principalmente por um fato: nos municípios da região, por haver plantio de cevada e trigo no inverno, o plantio de soja é iniciado mais tarde. As áreas mais afetadas na região são as onde o plantio foi realizado mais cedo, no início da janela, em setembro. Nas regiões mais afetadas, a seca registrada especialmente entre novembro e dezembro, impactou no momento do enchimento de grãos, a mais sensível à falta de umidade no âmbito da produtividade. Como nos Campos Gerais o plantio ocorre mais tarde, essa seca pegou, em sua maioria, o soja no momento de desenvolvimento vegetativo.

Em todo Paraná, até o momento, há perda de mais de 8 milhões de toneladas de soja, ou 39% do previsto inicialmente, que era de pouco mais de 21 milhões de toneladas. A produção estimada atualmente é de 12,8 milhões de toneladas. Com isso, o rendimento deve cair para 2.274 quilos por hectare na atual safra. Se o comparativo for feito com a produção de 19,8 milhões de toneladas conseguida na safra 2020/21, os sojicultores paranaenses devem ter redução de 35%. 

Perdas podem chegar a R$ 30 bilhões

As perdas, contudo, não se resumem à soja: técnicos do Deral apontaram também que, no caso do milho de primeira safra, as perdas estão em 36%, enquanto o feijão terá 31% a menos na produção em relação à projeção no Estado do Paraná. No caso da região dos Campos Gerais, esses percentuais também são diferentes, com uma redução um pouco menor no milho, na casa de 30%, ao passo que no feijão é maior, na casa dos 40%. Este último, aliás, segundo o Deral, está com a colheita bastante avançada, e com confirmação das perdas, repercutindo diretamente nos preços.

De acordo com o Deral, por se tratar de commodity, esses produtos dependem de várias conjunturas, inclusive oscilações decorrentes de produção internacional, mas as perdas monetárias para os produtores paranaenses devem se posicionar entre R$ 25 bilhões e R$ 30 bilhões. Nos Campos Gerais, a estimativa de perda é na casa de R$ 1 bilhão, sendo 500 milhões provenientes apenas na redução dos 8% na produção da soja. “É um quadro realista, de perda, que provoca impacto, traz desconforto, desarticulação da cadeia de renda do agricultor, mas estamos trabalhando junto com o governo federal para minimamente socorrer, apoiar, incentivar os nossos agricultores nas suas necessidades para que continuem produzindo” disse o secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara.

BRDE busca iniciativas para reduzir impacto

O Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) busca iniciativas e estuda soluções, a fim de reduzir os impactos da severa estiagem da Região Sul do País. Diante desse quadro que afeta diretamente a produção agrícola, a diretoria do banco está em comunicação com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e outros agentes setoriais e governamentais, em demonstração e apoio a estratégias conjuntas e suporte, além de diagnósticos e monitoramento da situação nas regiões mais atingidas com a seca. O Estado já decretou situação de emergência hídrica, o que permite que os agricultores negociem com os fornecedores, seguradoras e bancos.

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