Regionalização da saúde traz expansão dos serviços em Castro
Hospital de Castro está realizando mutirão de cirurgias eletivas em março; Robson Xavier destaca os benefícios da regionalização
Publicado: 01/02/2024, 17:30
Com o objetivo de fazer com que os serviços de saúde estejam mais próximos da população, a regionalização ou descentralização vem trazendo benefícios aos pacientes. “A regionalização é um princípio organizativo do sistema único de saúde (SUS) e não é uma coisa nova, ela está prevista desde a criação do Sul, por intermédio da lei 8080 de 1990, mas somente em 2011 que a lei foi regulamentada”, explica o diretor de Serviços de Saúde do Hospital Anna Fiorillo Menarim, em Castro, nos Campos Gerais, Robson Xavier da Silva.
Robson cita com o exemplo de regionalização ou descentralização dos serviços as 22 regionais de saúde do Paraná. “Cada uma destas regionais tem uma característica e ela tem um conjunto de serviços que em grande parte atendem a população que reside nesta região. Aqueles serviços de maior complexidade geralmente são ofertados nas capitais ou nas cidades grandes, então na nossa região temos a terceira regional de saúde, composta por 12 municípios com uma população de quase 900 mil habitantes e os serviços de alta complexidade estão na cidade grande que é Ponta Grossa, onde nós temos três grandes hospitais que respondem na alta complexidade pensando na organização dos serviços de saúde, que são o Hospital Regional, a Santa Casa e o Hospital Bom Jesus. Neste processo de organização, de regionalização e de descentralização é importante que tenhamos hospitais de menor porte que possam atender a população em situações de menor complexidade, fazendo com que estes hospitais de maior complexidade, onde os casos de maior gravidade são atendidos, eles possam ter todas as condições de atender a população de forma mais oportuna”, explica.
Neste contexto, Robson comenta sobre a importância dos hospitais de menor complexidade a respeito do de Castro e outros da região. “Estes hospitais cumprem um papel importante na rede de atender os casos de menor complexidade. Às vezes a população reclama um pouco ou pode não entender por que é preciso receber serviços de saúde ou ser encaminhada para receber tratamento no município de Castro, Arapoti ou Jaguariaíva, que são municípios da nossa região, para que justamente estes hospitais de maior complexidade estejam prontos, aptos para atender pacientes que requerem cuidados de maior complexidade. E neste processo de descentralização e regionalização é importante falar do papel que tem os municípios. O Sistema Único de Saúde se organiza, se estrutura a partir da atenção primária à saúde, dos postos de saúde, das equipes de saúde da família, dentro de um território e 85% dos problemas de saúde numa população podem ser resolvidos nas unidades básicas de saúde. Então se você começa a organizar o sistema, onde os municípios estão organizados na atenção básica, se eles são resolutivos, ou seja, se eles conseguem identificar os principais problemas de saúde da sua população e cuidar, nós diminuímos as possibilidades de haver pacientes que demandem cada vez mais de serviços de urgência e emergência e, consequentemente, de serviços de maior complexidade”, fala.
SERVIÇOS - Robson comenta que hoje o hospital de Castro tem capacidade de 140 leis disponíveis para atender a Secretaria de Estado da Saúde e a região. “Temos UTIs, centro obstétrico, alas clínicas e alas cirúrgicas aptas a receber a população por intermédio das centrais de regulação de leitos conforme a demanda do cidadão; então estamos num processo hoje de expansão de serviços. Há muito tempo trabalhávamos para que isso acontecesse na região. Conforme a gente disse, é um trabalho que não acontece da noite para o dia. Mas há muito que trabalhávamos e tínhamos esta intenção”, afirma.
O hospital iniciou mutirões de cirurgia eletiva após dois anos de interrupção das cirurgias eletivas, exames e consultas especializadas devido à pandemia. “Temos ainda problemas crônicos, orçamentários, que os serviços de saúde são caros, a tabela SUS não é reajustada, temos dificuldades às vezes de fixação de profissionais, mas estamos avançando e desde outubro do ano passado já realizamos cerca de 1400 procedimentos cirúrgicos, laqueaduras, vasectomias e pequenos procedimentos cirúrgicos e agora estamos ampliando, atendemos cerca de 400 pessoas da nossa região que estavam na fila há algum tempo e elas farão as suas cirurgias na primeira semana de março e vamos dar continuidade a este processo de mutirão que isso é extremamente importante”, fala.
Ele conta que a ideia é avançar na oferta de serviços e a partir de março realizar cirurgias ginecológicas e urológicas.
Robson Xavier é graduado em Relações Internacionais e Administração Pública, com especialização em Gestão da Atenção Primaria e Gestão de Projetos. Possui 25 anos de experiência na administração pública, tendo passado em órgãos do Governo Federal, Secretaria de Estado da Saúde e Prefeitura de Ponta Grossa.
Confira AQUI a entrevista com Robson Xavier ao Portal aRede.