Réus são condenados a mais de 100 anos de prisão por assassinato de jovem em Ortigueira
Crime ocorreu em 2024 e foi ligado a “tribunal do crime” de organização criminosa que atua na região
Publicado: 03/12/2025, 19:35

O Tribunal do Júri de Ortigueira, nos Campos Gerais, condenou quatro pessoas pelo assassinato de uma adolescente de 15 anos, Emilly Tauany de Veiga Silva, ocorrido em 17 de fevereiro de 2024. Somadas, as penas ultrapassam 100 anos de prisão. A vítima, mãe de um bebê de sete meses, foi morta em um suposto “tribunal do crime” ligado a uma organização criminosa local voltada ao tráfico de drogas e a homicídios.
Segundo o Ministério Público do Paraná (MPPR), seis pessoas foram denunciadas pelo homicídio, mas o processo foi desmembrado e quatro réus foram julgados em sessão realizada na quinta e na sexta-feira (27 e 28 de novembro). O homem apontado como executor do crime e braço direito da liderança do tráfico na região recebeu a maior pena: 29 anos e 4 meses de reclusão. A mulher responsável por identificar e manter a vítima no local da abordagem foi condenada a 26 anos e 8 meses. A irmã de um traficante, que teria ordenado a morte da adolescente, pegou 25 anos e 8 meses. Já outra mulher que participou da execução, segurando a vítima durante os golpes, foi condenada a 20 anos e 5 meses.
Segundo a acusação, a jovem foi atraída até uma área às margens do Rio Arroio Grande (Rio Tibagi), onde foi obrigada a ingerir uma mistura de cocaína para reduzir sua resistência. Em seguida, foi atacada com golpes de arma branca no tórax e no pescoço. A motivação do crime estaria ligada a uma suposta retaliação: os acusados acreditavam que a adolescente teria delatado o irmão de uma das rés em uma ocorrência ligada ao tráfico de drogas dias antes da execução.
O Conselho de Sentença acolheu integralmente as teses do Ministério Público, reconhecendo a materialidade e a autoria do crime, além de duas qualificadoras: motivo torpe, ligado ao tráfico e à vingança, e uso de recurso que dificultou a defesa da vítima, que foi levada desarmada a um local ermo, drogada à força e atacada em superioridade numérica.
O julgamento é um dos desdobramentos da Operação Sicários, que investiga uma organização criminosa com atuação em Ortigueira. Na primeira fase da operação, o MPPR denunciou 44 réus, com lideranças já condenadas em primeira instância em processo desmembrado. Na segunda fase, outras 35 pessoas foram denunciadas, com prisões preventivas decretadas. As investigações apontam para uma estrutura complexa voltada ao tráfico de drogas e à prática de homicídios na comarca.
LEIA UM RESUMO DESTA NOTÍCIA:
Condenações pelo assassinato de adolescente: O Tribunal do Júri de Ortigueira condenou quatro réus pelo homicídio de uma adolescente de 15 anos, mãe de um bebê de sete meses, morto em 17 de fevereiro de 2024 em um “tribunal do crime” ligado a uma organização criminosa. As penas somadas passam de 100 anos de prisão.
Dinâmica e motivação do crime: A vítima foi atraída até uma área às margens do Rio Arroio Grande, forçada a ingerir uma mistura de cocaína para ficar enfraquecida e, depois, executada com golpes de arma branca no tórax e pescoço. O crime teria sido motivado por retaliação, porque os acusados acreditavam que ela havia delatado o irmão de uma das rés em um caso de tráfico.
Operação Sicários e combate ao crime organizado: O julgamento é desdobramento da Operação Sicários, que investiga uma facção criminosa atuante em Ortigueira. A operação já resultou em denúncias contra 79 réus em duas fases, com lideranças condenadas em primeira instância e diversas prisões preventivas decretadas, visando desarticular a estrutura ligada ao tráfico de drogas e homicídios na região.
Com informações de: Ministério Público do Paraná.





















