Nova fábrica da Ambev em Carambeí terá forno aceso por até 20 anos | aRede
PUBLICIDADE

Nova fábrica da Ambev em Carambeí terá forno aceso por até 20 anos

O investimento na nova fábrica foi de cerca de R$ 1 bilhão

O equipamento, fundamental para a produção de garrafas, foi ligado em outubro de 2024 e só deve ser desligado após 2040
O equipamento, fundamental para a produção de garrafas, foi ligado em outubro de 2024 e só deve ser desligado após 2040 -

Publicado por Iolanda Lima

@Siga-me
Google Notícias facebook twitter twitter telegram whatsapp email

A Ambev colocou em operação sua segunda fábrica de vidro em Carambeí, no interior do Paraná, com um detalhe que chama atenção logo de cara: o forno da unidade ficará aceso de forma ininterrupta por cerca de 20 anos. O equipamento, fundamental para a produção de garrafas, foi ligado em outubro de 2024 e só deve ser desligado após 2040, quando será reconstruído.

A explicação está no próprio processo de fabricação do vidro. O forno é feito com materiais refratários capazes de suportar temperaturas extremamente altas. Caso o fogo seja apagado, o vidro em seu interior pode solidificar e causar danos irreversíveis ao equipamento — especialmente considerando sua capacidade de até 400 toneladas. Por isso, manter o funcionamento contínuo não é apenas uma escolha operacional, mas uma necessidade técnica.

A planta opera 24 horas por dia e não representa impacto ambiental adicional, segundo a companhia. A unidade é abastecida integralmente com energia elétrica de fontes renováveis, enquanto o forno utiliza gás natural e conta com sistemas de tratamento dos gases emitidos durante o processo.

Mais autonomia e verticalização

O investimento na nova fábrica foi de cerca de R$ 1 bilhão e marca um passo importante na estratégia de verticalização da Ambev. Até então, a companhia concentrava a produção própria de vidro no Rio de Janeiro e complementava a demanda com fornecedores terceirizados.

O projeto foi anunciado em 2021, em um momento em que a pandemia impulsionou significativamente o consumo de embalagens de vidro. Desde então, a demanda pelo material passou a rivalizar com a das latas, exigindo maior capacidade produtiva.

Mesmo com a nova unidade, a Ambev ainda não é totalmente autossuficiente. As fábricas de Carambeí e do Rio de Janeiro devem atender entre 50% e 60% da demanda interna por garrafas. O restante continua sendo fornecido por empresas como Verallia e O-I Glass. A manutenção desses contratos, segundo a companhia, faz parte de uma estratégia de crescimento e não apenas de substituição de fornecedores.

Produção focada em marcas premium

A unidade paranaense, que ocupa uma área equivalente a 12 campos de futebol, já opera com três linhas de produção dedicadas exclusivamente às garrafas verdes das marcas Stella Artois e Spaten. Cada linha produz cerca de 450 garrafas por minuto, totalizando aproximadamente 1.350 unidades por minuto.

A expectativa é atingir a marca de 600 milhões de garrafas por ano até 2026, algo próximo de 1 milhão de unidades por dia. Apesar de ter capacidade técnica para produzir outras cores, como âmbar ou transparente, a fábrica foi planejada para operar apenas com vidro verde.

Isso porque a mudança de cor no forno exigiria paradas longas, de até 20 dias, além de gerar perdas significativas por descarte de garrafas fora do padrão durante o processo. A especialização, nesse caso, ajuda a reduzir desperdícios e aumentar a eficiência.

Com a inauguração da planta de Carambeí, toda a produção de garrafas verdes da Ambev passou a ser centralizada no Paraná, enquanto a unidade do Rio de Janeiro ficou focada nas garrafas âmbar.

Sustentabilidade e possibilidade de expansão

Além da eficiência operacional, a sustentabilidade é um dos pilares da nova fábrica. Atualmente, cerca de 40% do vidro utilizado vem de material reciclado, o chamado cullet, o que contribui para uma redução de aproximadamente 10% no consumo de energia e combustível.

A composição do vidro inclui areia, barrilha e calcário, mas a empresa pretende ampliar gradualmente a participação do vidro reciclado. O principal desafio, nesse caso, é garantir um fornecimento contínuo de cacos de vidro para manter o ritmo da produção.

A planta também já foi projetada com espaço para expansão. Há possibilidade de instalação de um novo forno e mais três linhas de produção, o que poderia dobrar a capacidade da unidade, dependendo da demanda e da estratégia da companhia.

Com informações do Portal FoodBiz

PUBLICIDADE

Conteúdo de marca

Quero divulgar right