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O papel das instituições financeiras no desenvolvimento econômico regional

Grupo aRede entrevista Neilson Oliveira; convidado traz detalhes sobre seu artigo

Neilson de Oliveira tem 30 anos de experiência no sistema financeiro nacional
Neilson de Oliveira tem 30 anos de experiência no sistema financeiro nacional -

Da Redação

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Grupo a Rede: Neilson, obrigado por aceitar o nosso convite. Seu artigo (ler artigo) sobre o papel das instituições financeiras no desenvolvimento econômico regional gerou um grande interesse. Para começar, o que motivou você a abordar esse tema específico?

Neilson Oliveira: Muito honrado pelo convite! Minha motivação vem da minha experiência de 30 anos no sistema financeiro nacional e do meu trabalho com cooperativas financeiras. Eu sempre acreditei que as instituições financeiras desempenham um papel crucial no desenvolvimento econômico das regiões onde atuam, mas essa conexão muitas vezes é negligenciada. Eu quis destacar como as escolhas das instituições financeiras, especialmente as cooperativas, podem impactar diretamente o desenvolvimento local e a qualidade de vida das pessoas.

Grupo a Rede: No artigo, você menciona que as cooperativas financeiras têm um papel único no desenvolvimento regional em comparação com os bancos tradicionais. Você pode explicar isso em mais detalhes?

Neilson Oliveira: Claro. A principal diferença entre cooperativas financeiras e bancos tradicionais está na estrutura de propriedade e no modelo de operação. Nas cooperativas, os clientes são também acionistas, o que significa que os seus resultados são integralmente reinvestidos na própria comunidade local. Isso cria um ciclo virtuoso: os recursos captados localmente são utilizados para financiar negócios, projetos e serviços da própria região, o que gera mais empregos e oportunidades, elevando o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) das áreas em que atuam. Já os bancos tradicionais, por outro lado, tendem a focar em maximizar o retorno para os acionistas, muitas vezes direcionando recursos para áreas mais lucrativas fora da região onde operam.

Grupo a Rede: Você mencionou que, em tempos de crise, as cooperativas financeiras tendem a crescer enquanto os bancos tradicionais podem retrair suas atividades. Por que isso acontece?

Neilson Oliveira: Isso ocorre porque as cooperativas financeiras são mais resilientes em tempos de crise. Elas são menos expostas aos riscos associados aos mercados financeiros globais e mais focadas em atender às necessidades locais. Em tempos de crise, os membros das cooperativas têm mais confiança em investir e utilizar os serviços da cooperativa, sabendo que os recursos permanecerão na comunidade. Além disso, as cooperativas têm uma abordagem mais personalizada, o que cria um vínculo de confiança com seus clientes, que veem as cooperativas como parte da solução para os desafios econômicos locais.

Grupo a Rede: E quanto ao Brasil, como você avalia o papel das cooperativas financeiras no desenvolvimento econômico regional do país?

Neilson Oliveira: No Brasil, o cooperativismo financeiro ainda é uma parte relativamente pequena do mercado, mas sua influência é significativa, especialmente em áreas rurais e interioranas. O Banco Central do Brasil tem reconhecido o papel positivo das cooperativas financeiras na inclusão financeira e no desenvolvimento regional e tem implementado medidas para apoiar essas instituições. Municípios com presença de cooperativas financeiras geralmente apresentam indicadores de desenvolvimento humano mais altos, o que demonstra o impacto positivo dessas instituições na economia local. Elas não apenas oferecem serviços financeiros essenciais, mas também promovem educação financeira, desenvolvimento de negócios locais e participação da sociedade local.

Grupo a Rede: Qual você acha que é o maior desafio enfrentado pelas cooperativas financeiras no Brasil para expandir sua presença e impacto?

Neilson Oliveira: Um dos maiores desafios é aumentar a conscientização sobre o valor e os benefícios do modelo cooperativo, tanto para o público quanto para as pequenas e médias empresas. As cooperativas precisam investir em tecnologia e inovação para competir com os grandes bancos em termos de serviços digitais e eficiência. Outro desafio é a necessidade de aprimoramento contínuo da governança e gestão para garantir que elas possam crescer de forma sustentável e continuar a oferecer valor real para seus membros. Além disso, as cooperativas precisam educar mais seus membros sobre o que significa ser membro ou cooperado de uma cooperativa e como eles podem participar ativamente no desenvolvimento da instituição.

Grupo a Rede: Para finalizar, qual é sua visão para o futuro das cooperativas financeiras no Brasil?

Neilson Oliveira: Vejo um futuro muito promissor para as cooperativas financeiras no Brasil. Com a crescente conscientização sobre a importância do desenvolvimento econômico regional e a busca por inclusão financeira, acredito que as cooperativas continuarão a ganhar força. Elas oferecem um modelo de negócios sustentável que coloca o cliente no centro de suas operações, e isso ressoa fortemente em tempos de mudança e incerteza econômica. Com o apoio contínuo do Banco Central e o investimento em educação e inovação, as cooperativas têm o potencial de desempenhar um papel ainda mais significativo no fortalecimento das economias regionais do Brasil.

Grupo a Rede: Neilson, muito obrigado por compartilhar seus insights conosco. Foi uma conversa muito enriquecedora.

Neilson Oliveira: Eu que agradeço a oportunidade. É sempre um prazer discutir maneiras de melhorar nosso sistema financeiro e promover o desenvolvimento econômico sustentável.

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