Morte de estrela: clarão revela existência de buraco negro 'errante'
Quando não está localizado no centro de uma galáxia, é difícil localizar um buraco negro. Clarão mostrou localização do objeto astronômico
Publicado: 12/05/2025, 19:25

Astrônomos detectaram um clarão de luz causado por uma estrela destruída por um buraco negro supermassivo com cerca de um milhão de vezes a massa do Sol. Classificado como um evento de perturbação de maré (TDE, em inglês), ele foi registrado por telescópios na Terra e batizado de AT2024tvd. As observações foram publicadas na revista científica The Astrophysical Journal Letters e estão disponíveis no arXiv desde o final de abril.
Segundo a equipe de pesquisa liderada pelo astrônomo Yuhan Yao, o buraco negro responsável pelo dilaceramento estelar é errante, ou seja, foi identificado fora do centro de sua galáxia. A característica é incomum, visto que buracos negros geralmente ficam no núcleo galáctico.
“AT2024tvd é o primeiro evento de interrupção de maré capturado por levantamentos ópticos do céu, e abre a possibilidade de descobrir essa população elusiva de buracos negros errantes com futuros levantamentos do céu”, destaca o cientista da Universidade da Califórnia em Berkeley, nos Estados Unidos, em comunicado.
Quando estão escondidos no espaço, a detecção de buracos negros é difícil, especialmente em outras galáxias. Como eles não emitem nenhuma radiação, a principal ferramenta para pesquisar o céu não é tão eficiente. A descoberta só foi possível devido ao clarão de luz produzido quando uma estrela é destruída pelo buraco negro.

O evento foi visto em 25 de agosto do ano passado através do Zwicky Transient Facility, um projeto de pesquisa astronômica que utiliza um telescópio de 48 polegadas em um observatório na Califórnia para estudar o céu noturno.
O fenômeno ocorreu em uma galáxia a 600 milhões de anos-luz da Terra. Eventos como esse podem ajudar a localizar buracos negros que não seriam detectáveis de outra forma, especialmente os que não estão ativos ou emitindo radiação.
“Eventos de perturbação de maré são muito promissores para iluminar a presença de buracos negros massivos que, de outra forma, não conseguiríamos detectar. Teóricos previram que deve existir uma população de buracos negros massivos localizados longe dos centros das galáxias, mas agora podemos usar EDTs para encontrá-los”, afirma o astronomo e couator do artigo Ryan Chornock, também da Universidade da Califórnia em Berkeley.
Com informações de: Metrópoles.