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Pesquisa da Datafolha aponta que 39% dos brasileiros culpam família Bolsonaro por tarifaço

Mesmo com declarações de Eduardo de que trabalha por novas sanções ao país, eleitorado ainda se divide sobre o assunto, mostra pesquisa

Bolsonaristas manifestaram apoio aos Estados Unidos em ato pró-anistia em 3 de agosto, em São Paulo
Bolsonaristas manifestaram apoio aos Estados Unidos em ato pró-anistia em 3 de agosto, em São Paulo -

Publicado por Iolanda Lima

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Pesquisa Datafolha divulgada nesse sábado (16) mostra como os brasileiros se dividem na hora de apontar os responsáveis pelo tarifaço de 50% imposto por Donald Trump sobre produtos brasileiros. O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seu filho Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que atua declaradamente em lobby nos Estados Unidos, somam 39% das menções: 22% e 17%, respectivamente. O presidente Lula (PT) aparece como o principal culpado para 35% dos entrevistados.

Na margem de erro, os índices colocam Lula e a família Bolsonaro em empate técnico como alvos da percepção pública. O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), também surge como responsável para 15% dos entrevistados.

Outros 3% consideram que nenhuma das figuras citadas tem culpa, 1% responsabiliza todos e 7% não souberam responder. Em diversas entrevistas e gravações, Eduardo tem assumido a responsabilidade pelas sanções dos Estados Unidos ao Brasil. Nesta semana, ele declarou que trabalha para que o país e autoridades brasileiras sofram novas represálias.

Novas ameaças

Apesar do impacto econômico negativo do tarifaço imposto pelos EUA - que pode reduzir em até US$ 54 bilhões as exportações brasileiras, segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI) - Eduardo afirmou que "tem valido a pena" a postura de Donald Trump e reforçou seu apoio à medida. "Dou graças a Deus que ele voltou suas atenções para o Brasil. Acho que tem valido a pena", declarou o deputado ao jornal O Globo.

Na sexta-feira (15), o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), despachou seis pedidos de cassação de Eduardo ao Conselho de Ética, por acusações como conspiração contra o país e abandono de mandato. Assim como ele, parlamentares ligados ao ex-presidente também têm manifestado apoio à taxação dos Estados Unidos sobre importação de produtos brasileiros. Manifestantes pró-Bolsonaro usaram bandeira norte-americana e cartazes de agradecimento a Donald Trump pelas retaliações ao Brasil.

O país se tornou alvo da nova ofensiva de Trump com a aplicação de sobretaxa e sanções diretas a autoridades brasileiras, incluindo Moraes e técnicos do programa Mais Médicos. A justificativa apresentada pelo republicano inclui desde o julgamento de Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado até regulações brasileiras sobre plataformas digitais e alegações de tratamento injusto a exportadores americanos.

Nesta semana o governo Lula anunciou medidas que somam R$ 30 bilhões para tentar amenizar os efeitos do tarifaço sobre determinadores setores da atividade econômica.

Polarização entre eleitores

A pesquisa evidencia forte influência do voto de 2022 na atribuição de responsabilidades. Entre eleitores de Lula, apenas 11% culpam o petista, enquanto 38% atribuem a Bolsonaro e 35% a Eduardo. Já entre os bolsonaristas, 58% apontam Lula como culpado, seguidos de 25% que responsabilizam Moraes. Nesse grupo, só 9% citam Bolsonaro ou Eduardo.

O levantamento também investigou como os brasileiros avaliam os desdobramentos após a prisão domiciliar de Bolsonaro. Quatro em cada dez entrevistados (40%) acreditam que Trump adotará novas medidas que prejudicarão ainda mais a economia brasileira. Já 28% acham que o republicano negociará termos menos duros, 20% preveem manutenção das medidas atuais e 12% não souberam responder.

Após a ordem de prisão, Washington ampliou sanções, como a suspensão de vistos de médicos do Mais Médicos, e autoridades americanas passaram a responsabilizar Moraes pelo "deterioramento" da relação bilateral. O próprio Trump acusou o Brasil de promover uma "execução política" de Bolsonaro.

O Datafolha realizou 2.002 entrevistas em 113 municípios nos dias 11 e 12 de agosto. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos, em um nível de confiança de 95%.

Com informações do Congresso em Foco

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