Haddad sobre tarifaço: 'Vai machucar um pouco, mas Brasil está preparado' | aRede
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Haddad sobre tarifaço: 'Vai machucar um pouco, mas Brasil está preparado'

Ministro afirma que não há como prever novas sanções caso Jair Bolsonaro seja condenado em julgamento

Ministro também afirmou que não pretende se candidatar em 2026.
Ministro também afirmou que não pretende se candidatar em 2026. -

Publicado por Lilian Magalhães

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ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quarta-feira (27) que o tarifaço de 50% imposto pelos Estados Unidos sobre as exportações brasileiras “vai machucar um pouco”, mas destacou que o Brasil tem condições de enfrentar os impactos com medidas já em andamento, como o Plano Brasil Soberano, o crescimento da economia e as reservas cambiais.

“Vai machucar um pouco? Vai, porque têm setores que exportam mais de 50% da sua produção pra lá [Estados Unidos], então, têm empresas que vão sofrer, mas diria que, de uma maneira geral, macroeconomicamente falando, acho que o Brasil está em condições de enfrentar”, disse em entrevista à TV Uol.

Haddad ressaltou que o governo tem adotado uma postura proativa para abrir canais de diálogo com os Estados Unidos, movimento que também tem sido acompanhado pelo empresariado. Questionado sobre a possibilidade de novas sanções caso o ex-presidente Jair Bolsonaro seja condenado no julgamento sobre a tentativa de golpe de Estado, ele afirmou que não há como prever. Segundo o ministro, caso ocorram, o governo agirá para amenizar os efeitos. 

“Vamos fazer o que precisar fazer, não temos dívida externa, temos US$ 300 bilhões em reserva cambial, nossa economia está crescendo seguidamente, nosso desemprego está na mínima. Vamos cuidar, só não dá pra prever o que pode sair ali da cabeça do Trump (...) Estão inventando uma guerra que não existe e o Estado brasileiro tem que dar amparo aos agentes públicos, empresas e cidadãos brasileiro e garantir que a soberania e a economia brasileira serão protegidas.”

O ministro lembrou que o Plano Brasil Soberano, lançado em 13 de agosto, prevê tanto medidas emergenciais, como crédito facilitado, quanto ações estruturais, como a ampliação dos fundos garantidores. Ele destacou ainda a estratégia de diversificação de mercados adotada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Eles precisam de commoditie barata e o Brasil é fornecedor de commoditie barata. Você taxar carne, café, você vai arrumar outra freguesia, como já está acontecendo”, afirmou.

MARCO DA MINERAÇÃO - Haddad também tratou do marco regulatório da mineração, classificado como defasado. Ele afirmou que a atualização da legislação será feita ainda este ano, em reunião com Lula nesta quarta-feira. “Não podemos fazer com as terras raras o que fazemos com o minério de ferro, você vende tudo praticamente sem agregar valor. No caso dos minerais críticos, não podemos correr o risco de não agregar valor. Agora, não temos a tecnologia, poucos países têm, então temos que fazer parcerias”, explicou.

Segundo ele, os recursos naturais do Brasil despertam interesse global, em especial as terras raras e a energia limpa abundante e barata. “Tem algo que precisamos ficar de olho, o Brasil tem uma condição muito particular em relação à energia limpa barata, solar e eólica, a mais barata do mundo e abundante. O Brasil tem a terceira maior reserva de minerais críticos do mundo, só perde pra China e o Vietnã.”

O ministro fez ainda uma referência ao ex-presidente Donald Trump. “Uma pessoa que tentou comprar a Groenlândia por causa de minerais críticos pode querer ter um governo amigo aqui para explorar uma neocolônia: vamos importar do pessoal ali os minerais sem refino e vamos refinar.” 

SUCESSÃO - Haddad negou intenção de disputar a Presidência em 2026. “Não tenho intenção, agora, em ser candidato em 2026. Temos uma agenda na Fazenda importante, a reforma da renda é a cereja do bolo para tocar na ferida da desigualdade, algo que muitos governos tentaram mas não conseguiram.” Ele acrescentou que partidos da base aliada não são obrigados a apoiar uma eventual candidatura de Lula à reeleição. “É natural também que partidos que fazem parte não queiram estar no apoio a uma reeleição”, afirmou.

Com informações de: Agrofy News.

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