Sergio Moro vai assumir a presidência do União Brasil no Paraná
Como presidente do União Brasil, senador ganha musculatura na corrida pelo Governo do Paraná em 2026
Publicado: 03/09/2025, 14:36

Um acordo costurado nos bastidores do União Brasil, vai levar o senador Sergio Moro a assumir a presidência do União Brasil no Paraná — substituindo Felipe Francischini. O pedido de intervenção no diretório paranaense, feito por Moro e que seria julgado hoje no partido, foi retirado da pauta após o acordo, que deve ser anunciado nas próximas horas.
Ao assumir o comando do partido, Moro pavimenta sua candidatura ao governo do Paraná em 2026. Com um fundo partidário gordo e um bom tempo de rádio e TV, Moro, que já lidera as pesquisas de intenção de voto, ganha musculatura na corrida pelo Palácio Iguaçu. A luz amarela foi acesa no Centro Cívico.
Uma boa fonte conta que o acordo prevê a renúncia de Felipe Francischini da presidência do União Brasil do Paraná, porém, a composição do diretório será praticamente toda mantida. Moro assume a presidência e vai indicar o tesoureiro da legenda. Os demais postos seguem com pessoas próximas e de confiança de Francischini.
A queda de braço entre Moro e Francischini já era pública. Desde o fim das eleições de 2024, o ex-juiz da Lava Jato tenta assumir o partido no Paraná para não ter surpresas durante a convenção partidária. Enquanto isso, Felipe Francischini fez uma movimentação explícita de apoio ao governo de Ratinho Junior e, consequentemente, acenou com uma aliança com o sucessor do governador em 2026.
Mas recentes episódios acabou por desgastar a relação União/PSD, o que, agora, abre caminho para a candidatura de Moro. O principal deles, guarda relação direta à gestão de Santin Roveda no Detran do Paraná. Embora filiado ao União Brasil, Roveda não é mais considerado aliado dentro da legenda de Antonio Rueda. Caso análogo aconteceu com o PP de Ricardo Barros, quando Marco Brasil assumiu uma secretaria de Ratinho e virou as costas para o Progressistas.
A cúpula do União Brasil, por exemplo, soube pelo Diário Oficial do Estado e por mensagens de WhatsApp das exonerações de diretores do Detran ligados ao União Brasil. O governo do Estado, ao invés de intervir, nomeou pessoas indicadas pela Casa Civil, sinalizando rompimento com Francischini.
Este entrevero no Detran pesou no acordo político. Felipe Francischini agora deve recalcular o projeto político para 2026. A intenção é renovar o mandato na Câmara Federal, mas não necessariamente dentro do União Brasil. O Blog Politicamente apurou que ele tem recebido sondagens, uma delas do Podemos, que ofertaria a presidência do partido no Paraná a Francischini. O objetivo de Renata Abreu é um só: ter deputados federais.
Aguarda-se agora a movimentação dos federais tanto do União Brasil quanto do PP após a formalização de Sergio Moro como presidente da legenda no Paraná. Muitos deputados estão mais alinhados com o governador Ratinho do que qualquer outra coisa.
Portanto, não será surpresa se houver uma onda migratória de políticos do União Progressista para partidos aliados de Ratinho — principalmente no mês de março do ano que vem, quando da abertura da janela partidária. A negociação envolvendo Pedro Lupion no Republicanos é a materialização deste movimento migratório.
Sem risco de perder o mandato no Senado Federal, que vence somente em 2030, e agora com a certeza da candidatura, o ex-juiz da Lava Jato Sergio Moro vai começar a articular a campanha eleitoral de 2026. E terá ao seu lado Ricardo Barros que sabe como poucos armar o tabuleiro político/eleitoral. Resta saber se os dois estarão na mesma trincheira ou se estarão cuidando cada um dos seus objetivos pessoais.
Com informações: Blog Politicamente.