Bolsa argentina cai mais de 50% em dólares e tem pior ano desde 2008 | aRede
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Bolsa argentina cai mais de 50% em dólares e tem pior ano desde 2008

Enquanto bolsas pelo mundo acumulam ganhos expressivos, a Argentina amarga o pior desempenho entre 21 mercados acompanhados pela Elos Ayta

O cenário argentino contrasta fortemente com os primeiros lugares do ranking feito pela consultoria
O cenário argentino contrasta fortemente com os primeiros lugares do ranking feito pela consultoria -

Publicado por Lucas Veloso

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Enquanto há bolsas de valores vendo altas expressivas em 2025, o mesmo não ocorre na Argentina, que atualmente está vivendo um capítulo frustrante após a disparada de quase 115% em 2024. Em relatório, a consultoria Elos Ayta registra que o índice Merval, principal referência da Bolsa de Buenos Aires, acumula até 9 de setembro uma queda de 31,78% em pesos argentinos. 

Porém, segundo dados dos analistas, o dado ganha mais intensidade quando aparece em dólares. A baixa chega a 50,35%, o pior resultado entre 21 bolsas monitoradas pela Elos Ayta e a maior perda desde 2008.

O cenário argentino contrasta fortemente com os primeiros lugares do ranking feito pela consultoria. No topo, quem aparece é a Colômbia, com valorização de 51,08% em dólares, seguida pela Espanha (com +46,34) e a Itália (+38,78).

Os principais índices dos Estados Unidos também entram na lista, ainda com um nível de ganho mais modesto. A Nasdaq ganha 13,3%, S&P 500 teve alta de 10,73% e o Dow Jones, +7,44%. “Ou seja, o que na comparação internacional é considerado desempenho modesto, ainda assim representa valorização – algo distante da realidade de Buenos Aires”, diz o relatório.

Quando se trata do Ibovespa, principal referência brasileira, os analistas consideram uma “escalada peculiar”. Em reais, o índice sobe 17,74% até agora, mas em dólar alcança uma valorização de 34,32%, pois a desvalorização do dólar frente ao real chegou a 12,35%. 

Segundo o documento, o investidor estrangeiro que decidiu trazer dólares para o Brasil obteve quase o dobro do retorno quando converteu de volta.

Carrossel argentino

A volatilidade do Merval em dólares não é novidade. Em 2024, acumulou 114,91% e agora despenca mais de 50% em 2025. Os analistas da Elos Ayta explicam que há um padrão claro de funcionamento: períodos de grandes ganhos tendem seguidos por quedas igualmente históricas.

Os maiores exemplos nesse caso são os anos de 2008 e 2018. O primeiro viu uma crise financeira global, iniciada pela quebra do Lehman Brothers, que levou à fuga de capitais de países emergentes. Especificamente na Argentina, a situação teve um agravante: a nacionalização dos fundos de pensão (AFJPs), em conjunto do aumento da inflação e a intervenção no INDEC. O resultado foi uma queda de 54,17% com o choque internacional e as incertezas locais, segundo os analistas.

Uma década depois, a crise era interna, com problemas severos de câmbio e uma desvalorização de aproximadamente 50% do peso argentino. O documento relembra que o governo do período pediu o maior pacote de ajuda da história do FMI, de US$ 57 bilhões, e ainda “o pano de fundo era um cenário de déficit fiscal elevado, inflação acima de 40% e desconfiança dos investidores”. Ao todo, o Merval caiu 49,96% em dólares.

De volta ao presente, o relatório destaca que 2025 mantém a tradição de carrossel extremos. A lição para o investidor, segundo o documento, é que a Argentina vive uma tradição isolada (tanto na moeda local como em dólares), enquanto os vizinhos como Brasil, Chile, México e Colômbia “surfam a maré global”.

Com informações de: InfoMoney.

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