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PL Antifacção é derrota para Lula, mas expõe falha na articulação de Motta

Seis versões do parecer e críticas públicas da base governista e da própria oposição marcaram a tramitação do projeto na Câmara

Foram 370 votos a favor contra 110 e 3 abstenções
Foram 370 votos a favor contra 110 e 3 abstenções -

Publicado por João Victor Lourenço

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A Câmara dos Deputados aprovou, nessa terça-feira (18), o chamado PL Antifacção, por 370 votos a 110 e 3 abstenções. O resultado é uma derrota política para o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ao passo que expõe falhas de articulação do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB).

O relator, Guilherme Derrite (PP-SP), apresentou seis versões do parecer, em meio a críticas do centro, da direita, da base governista e da própria oposição. No fim, o secretário de Segurança Pública de São Paulo conseguiu pacificar o texto com os governadores Ronaldo Caiado (União Brasil), de Goiás, e Cláudio Castro (PL), do Rio de Janeiro, além de líderes do Centrão.

Com os governistas, porém, não teve a mesma sorte. A base tentou adiar a análise duas vezes e ainda propôs retomar o texto original enviado pelo Executivo, todas as tentativas foram rejeitadas pelo plenário.

O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (PT-RJ), afirmou que a escolha de Derrite para relatar o projeto gerou uma “crise de confiança” entre o governo e o presidente da Casa, Hugo Motta.

Pouco antes da votação do PL Antifacção, a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, chamou o substitutivo de “lambança legislativa”. A reunião que ela tinha marcada durante a manhã dessa terça com Derrite, Motta o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, foi cancelada. Segundo ela, não aconteceu porque o relator se negou a conversar com o governo.

“Eu já tinha deixado claro ao presidente Hugo Motta, de maneira muito franca, o que nós achamos desse processo. Obviamente, trata-se de um projeto que nós consideramos muito importante, mas isso não rompe o diálogo com a Câmara dos Deputados. Mas nós não poderíamos não deixar clara a nossa posição e a nossa insatisfação com a forma como foi conduzido”, disse.

Derrite afirmou no parecer que não foi procurado por nenhum representante do governo para negociar ajustes, ainda que tenha acolhido pedidos do Executivo após tomar conhecimento “pela mídia”. A base, no entanto, acusa o parlamentar de negar diálogos com integrantes do governo.

Motta, por sua vez, admitiu na noite anterior que não havia consenso e que trabalharia apenas por um texto “tecnicamente eficiente”, capaz de “aglutinar interesses”.

“Eu não sei se é possível um texto de consenso. O que vou trabalhar é um texto que consiga aglutinar todos os interesses no que diz respeito à montagem de uma proposta boa para o país, tecnicamente eficiente, e que a gente possa avançar na pauta da segurança. Foi esse o compromisso que eu fiz”, declarou o deputado.

Leia a matéria completa no Portal Metrópoles

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