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Empresária descreve experiência agonizante com voo de balão

Larissa Maciel disse que seu objetivo era realizar uma surpresa ao marido, que completou 39 anos

Empresária descreve experiência agonizante com voo de balão na Grande Curitiba
Empresária descreve experiência agonizante com voo de balão na Grande Curitiba -

Publicado por Luciana Brick

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O voo de um balão que partiu da cidade de Piên, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), terminou em algo agonizante para oito passageiros que participaram da experiência acontecida no último sábado (22). Pelo menos, foi o que disse a empresária Larissa Maciel, em entrevista à Banda B, ao destacar “o medo da morte” que sentiu naquele dia. O objetivo inicial, segundo ela, era realizar uma surpresa ao marido, que completou 39 anos. A surpresa realmente aconteceu, mas não da forma que ela esperava.

Resumidamente, o que aconteceu, segundo a empresária, foi que o balão onde ela estava com a irmã e o marido quase caiu e matou todos os tripulantes eletrocutados. Ela acusou a empresa que contratou o serviço de ter sido negligente com os preparativos da viagem e indiferente com a segurança dos envolvidos.

Procurada pela Banda B, a Travelum falou sobre a necessidade de um “pouso forçado devido a uma alteração inesperada na velocidade do vento” e classificou o caso como um incidente. A nota completa pode ser lida no fim do texto.

Larissa iniciou mencionando que há algum tempo queria fazer atividades ligadas à natureza. A partir disso, a empresária começou a pesquisar de ações que poderiam ser feitas na cidade de São Bento (SC). Foi quando encontrou a Travelum. A união do útil ao agradável estava feita, uma vez que o marido completaria 39 anos naquela final de semana.

Ela destacou que entrou em contato com a empresa e tirou muitas dúvidas sobre a viagem de balão: já que tinha medo de altura. No entanto, não era só ela, mas também o marido e a irmã.

Nós três temos muito medo de altura, sabe? Mas eu não sei o que tive na cabeça de querer fazer esse passeio. Então, eu fiz inúmeras perguntas para eles: como que voava, se vai paraquedas junto, alguma coisa para se proteger. Ainda escrevi no WhatsApp para eles, em caso de queda, não vai um paraquedas?

Daí a menina ainda respondeu e disse que não era necessário porque o balão não voava em uma altitude suficiente para usar paraquedas. Ela também falou que balão não cai. Então, eu falei: ‘tá, não cai, mas, se cair, sabe?’ Então, eu sempre estive lidando com essas possibilidades por conta do medo.

Larissa ainda mencionou que se sentiu “levemente pressionada” a fechar a compra da atividade, e isto a impediu de fazer outras perguntas que julgava necessárias. “Achei que eles tinham um local certo de pouso. Inclusive, achei que [o balão] voltava para o mesmo lugar. Então perguntas que a gente não faz, né?”.

O dia da experiência

A empresária mencionou que todas as informações da viagem foram repassadas por meio de um grupo no WhatsApp, criado na noite anterior ao evento. Três casais, incluindo Larissa e seu marido, além da irmã dela, estavam participando do evento. O ponto de encontro foi um hostel em Piên (RMC).

Desde o começo, achei tudo muito acelerado, sabe? (…) No carro, a gente não pôde fazer muitas perguntas, porque era surpresa para o meu noivo. Então, qualquer pergunta que eu fizesse ele ia perceber, então a gente foi mais quieto, mas muito rápido. (…) A equipe também não falava muito conosco. Quando vi, todo mundo já estava subindo [no balão]. E daí perguntei para um dos caras: ‘deixa eu ficar com o telefone de vocês, né, porque vai que… ‘. Eles riram, se olharam, um deles falou: ‘Nossa, nunca ninguém pediu o nosso telefone’. Falei: ‘Ah, então, bem por isso que eu quero, né’, disse Larissa.

O balão levanta voo e, segundo Larissa, a apreensão surgiu logo no início. Sensações específicas, que só pedem ser sentidas quando estamos nas alturas, são descritas pela empresária: tensão, nervosismo, vulnerabilidade, medo. A subida, conforme pontua, é rápida. Quando você menos espera, está no alto e aí você está sujeito às forças da natureza.

Larissa menciona que o susto foi em imaginar que o balão estava a cerca de 1500 e 2000 metros acima do nível do mar. Níveis que, para pessoas leigas, passam helicópteros e outras aeronaves. Foi em pouco tempo, por outro lado, que o balão baixou sua altitude, o que novamente assustou a todos os turistas. O balão, baixo, estava próxima das casas.

"Os cachorros ficando super alvoroçados porque o balão estava muito baixo. Você está escutando, vendo as galinhas, escutando os latidos do cachorro. Dando tchau para as pessoas na janela. A gente escutou uma pessoa na janela falando, bom passeio. Tem, escuta no vídeo, sabe. Então estava muito baixo. Mas a gente achando que estava normal, porque tinha umas casinhas, uns verdes, um campo. Umas casinhas, assim, foi indo. Estava muito baixo", contou Larissa Maciel, empresária.

Foi quando o balão atingiu os fios de eletricidade. A tensão cresceu a níveis desproporcionais entre todos os envolvidos.

"Bateu do meu lado, do cesto que eu estava. A gente conseguiu ver a rua. A gente olhou para o chão, assim, sabe. E eu, meu Deus, foi um horror, assim. Na hora, eu pensei, isso aqui, a gente vai morrer e queimar, né!? Vai estourar aqui, vai… É isso, né, que acontece quando a gente. Imagina… Então, foi um pavor, assim. Foi uma tensão, foi uma coisa horrorosa", conta  Larissa. 

Esperando a morte à deriva no meio de serras e montanhas

O balão nos fios fez todos gritarem e ficarem desesperados. Porém, ele próprio saiu sozinho dos fios. Larissa achava que iria cair com todos e o próprio corte dos fios fizeram um clarão de energia em meio a alta tensão.

O marido de Larissa, diz ela, tentou alertar ao piloto sobre situações que estavam acontecendo naquele momento. No entanto, ela criticou a suposta desatenção dos membros da empresa em relação ao que os passageiros estavam tentando alertá-los.

Rapidamente, o balão se afastou. No entanto, foi tão rápido, que saiu da cidade.

"E foi indo… e foi indo, sabe. A gente parou de ver as casinhas. Foi se afastando. A gente passou na parte de trás do hotel onde eu estava hospedada. Que já é numa região mais alta e mais montanhas. (…) A gente só queria descer e acabar com aquilo ali. Foi agonizante. Foi aterrorizante, sabe. (…) Por que onde você pousa no meio do verde? Não tem como. No meio da mata.

Então, assim. A única certeza que a gente tinha. Esse balão vai cair. Porque não tem onde pousar. Ele vai cair. Enfim. E com isso, ele foi se enfiando cada vez mais na mata. O primeiro erro foi bater no fio de alta tensão. Mas o resto foi consequência do primeiro erro", diz, Larissa.

Os próprios tripulantes tentaram apontar pontos onde o piloto poderia fazer um pouso realmente seguro. Todos estavam preocupados, temendo pela vida, segundo Larissa. Alguns, oravam, sem saber o que poderiam acontecer, torcendo pelo melhor e pela segurança. A sensação de descontrole pairava no ar já que todos estavam sujeitos também à lei da natureza.

"A morte era certa. O balão iria cair, era a certeza que eu tinha. Muitos pensamentos na cabeça. Pedi perdão para o meu noivo e falei: “Desculpa por esse presente de grego”. Pedi desculpa para minha irmã que tem medo, como que coloquei ela nessa situação. Orei muito para Deus. Foi agonizante.

O balão foi raspando nas árvores, rasgou um pedaço do tecido. A chama no tecido e começou a pegar fogo. Então, a única certeza era: isso aqui vai cair. Vamos sobreviver? Não vamos né!? Cairemos no meio da mata. Então foi muito apavorante, foi muito aterrorizante para todo mundo, mas assim, para todo mundo", fala Larissa. 

 O que diz a empresa?

Procurada, a Travelum se posicionou por meio da seguinte nota. Leia o texto abaixo, na íntegra:

Nota de Esclarecimento

Prezados Clientes e Parceiros,

Gostaríamos de esclarecer um incidente ocorrido recentemente durante um de nossos voos de balão. Durante o voo, foi necessário realizar um pouso forçado devido a uma alteração inesperada na velocidade do vento. Felizmente, todos os passageiros e a tripulação estão bem e ninguém saiu ferido.

Infelizmente, houve um alarme falso de incêndio que foi divulgado erroneamente. Gostaríamos de reforçar que não houve incêndio em nenhum momento. A segurança de nossos clientes é nossa prioridade máxima, e seguimos todos os protocolos de segurança rigorosamente.

A Travelum é uma empresa com vasta experiência em ecoturismo e turismo de aventura. Todos os nossos balões e equipamentos passam por inspeções regulares e são devidamente certificados. Nossos pilotos são altamente qualificados e possuem todas as licenças necessárias para a operação segura dos voos.

Além disso, sempre contratamos seguro aventura para todas as nossas atividades. Reconhecemos que atividades de aventura possuem riscos inerentes, e nos protegemos da melhor maneira possível para que acidentes não aconteçam. Nossos seguros garantem uma camada adicional de proteção e tranquilidade para todos os participantes.

Funcionamento do Balão

Para esclarecer ainda mais, é importante entender o funcionamento de um balão de ar quente. O balão utiliza um maçarico para aquecer o ar dentro do envelope (a parte inflável do balão). Esse ar quente é o que permite que o balão decole e se mantenha no ar. Durante o voo, especialmente no momento de pouso, é normal que o balão voe em baixa altura para garantir um pouso seguro e controlado.

Experiência do Piloto

O piloto responsável pelo voo em questão possui mais de 30 anos de experiência em ecoturismo e é, inclusive, bombeiro civil. Sua vasta experiência e treinamento especializado garantem que todas as medidas de segurança sejam seguidas rigorosamente, proporcionando uma experiência segura e agradável para todos os nossos clientes.

Reiteramos nosso compromisso com a segurança e a satisfação de nossos clientes. Continuaremos a trabalhar arduamente para garantir que todas as nossas atividades sejam realizadas com o mais alto padrão de qualidade e segurança.

Agradecemos a compreensão e a confiança de todos.

Atenciosamente,

Equipe Travelum – Agência de Turismo Receptivo.

Com informações da Banda B parceiro do Portal aRede

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