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Globo muda estratégia para enfrentar CazéTV e acirra streaming esportivo

Canais lutam pelo que há de mais valioso à categoria desde que a primeira bola rolou em campo: sua atenção; consegui-la, contudo, está ficando mais difícil

Casimiro, da CazéTv, e Fred Bruno, da Ge TV
Casimiro, da CazéTv, e Fred Bruno, da Ge TV -

Publicado por João Victor Lourenço

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Uma tela violeta com uma contagem regressiva de 50 segundos.

Em meio a imagens de clássicos momentos do esporte brasileiro — de Rebeca Andrade subindo ao pódio nas Olimpíadas a um jovem Neymar soltando as clássicas aspas do mestre Zagallo (“Vocês vão ter que me engolir”) — a Globo, via uma carismática Regina Casé, dá o tom de seu novo projeto.

O jogo Brasil x Chile pela penúltima rodada das Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo marcou o início de uma mudança de estratégia da Globo: exibir transmissões esportivas ao vivo no Youtube, por meio da recém-inaugurada GE TV. Como resumiu o apresentador logo no início da transmissão: “Mais esporte, ao vivo, de graça, na internet”.

A escolha de uma celebridade com o sobrenome “Casé” para o lançamento da nova fase da emissora é óbvio: o projeto bate de frente com a CazéTV, que soma mais de 22 milhões de inscritos e consolidou um modelo de transmissão esportiva — “de graça” — no mesmo Youtube.

O confronto de titãs já foi posto à prova: ambos exibiram pelo Youtube o jogo da NFL (National Football League, a principal liga de futebol americano dos EUA) que aconteceu no Brasil no início do mês.

Segundo o site Marketing Esportivo, na comparação direta, a Cazé TV teve audiência sete vezes maior que a GE: 9,4 milhões de visualizações contra 1,35 milhão. Em visualizações simultâneas, foram 430 mil x 170 mil. Em terra de Youtube, parece que Golias virou Davi.

Mas muito além de uma rusga saudável entre canais, especialistas consultados pelo CNN Money mostram que a rendição da Globo à lógica das lives consolida o streaming como uma alternativa de monetização — chamando cada vez mais atenção do público e das marcas patrocinadoras interessados em esporte.

A lógica, contudo, não é de todo nova. Em uma briga regada a palavrões, influenciadores e muita publicidade, GE, Cazé e companhia estão batalhando pelo que há de mais valioso à categoria desde que a primeira bola rolou em campo: sua atenção. Consegui-la é que está ficando mais difícil.

Das cotas publicitárias da TV à monetização dos cortes de vídeos

O modelo tradicional — que consolidou a Globo como a maior emissora de transmissão esportiva do Brasil — funciona da seguinte forma: para que uma partida de futebol, basquete, vôlei ou qualquer outra modalidade seja televisionada, é necessário que ambas as participantes da peleja comercializem o direito de transmissão para a mesma empresa.

Quem levava vantagem nesse esquema era, naturalmente, a emissora do plim plim. Desde 1998, por exemplo, ela tinha acesso exclusivo à transmissão do Campeonato Brasileiro de futebol, na TV aberta, fechada (via SporTV) e pay-per-view (que são conteúdos exclusivos comprados separadamente para assinantes da TV fechada).

A partir das transmissões, vendem-se as chamadas cotas publicitárias, inseridas estrategicamente em intervalos.

Só no Campeonato Brasileiro e Copa do Brasil deste ano, a emissora vendeu suas 13 cotas disponíveis para grandes empresas, garantindo um faturamento de R$ 2,5 bilhões.

“Os pacotes de futebol da Globo que envolvem entregas na televisão são os maiores pacotes publicitários do país, não só do esporte”, lembra Ivan Martinho, CEO da Liga Mundial de Surfe para a América Latina e professor de Marketing Esportivo da ESPM.

Mas a Globo vem perdendo terreno na última década. A compra do Esporte Interativo pelo conglomerado de mídia americano Turner, em 2015, acirrou a disputa pelos direitos de transmissão da TV fechada.

Além disso, alterações na Lei Pelé, em 2020, fizeram com que apenas o time mandante do estádio precisasse autorizar a transmissão da partida, dando maior autonomia aos clubes negociarem seus direitos.

Leia a matéria completa no Portal CNN Brasil.

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