Museu Oscar Niemeyer promove exposição de tapetes afegãos
Mostra reúne 37 tapetes do Afeganistão que retratam cenas de paz e guerra e refletem momentos diferentes do panorama sociopolítico e cultural daquele país
Publicado: 18/10/2024, 13:03
“Afeganistão – tapetes de paz e guerra” é a nova promoção do Museu Oscar Niemeyer (MON), em Curitiba. A exposição será inaugurada no dia 24, às 19h, na Torre do Olho (térreo e primeiro andar). A curadoria é do colecionador Victor Nosek, com a colaboração do professor e diplomata Fausto Godoy.
A mostra reúne 37 tapetes do Afeganistão que retratam cenas de paz e guerra e refletem momentos diferentes do panorama sociopolítico e cultural daquele país. Conta com 19 joias afegãs que fazem parte do cotidiano dos povos de regiões nas quais os tapetes foram confeccionados.
“Hoje, um museu não é apenas um lugar de preservação, mas um espaço de diálogo e reflexão. O Museu Oscar Niemeyer exemplifica esse papel com um acervo que vai da arte aos itens históricos e antropológicos, expandindo as barreiras físicas do que é um espaço museal”, afirma Luciana Casagrande Pereira, secretária de Estado da Cultura.
A diretora-presidente do MON, Juliana Vosnika, diz que a exposição apresenta os tapetes como arte, uma oportunidade para o visitante apreciar de perto a milenar tradição da tapeçaria afegã. “Vale lembrar que o MON possui o maior acervo de arte asiática da América Latina, após a doação de milhares de obras, anos atrás, pelo diplomata e professor Fausto Godoy, o que marcou uma nova vocação curatorial”.
Segundo ela, abriu-se, então, espaço no acervo, com ênfase também para as artes asiática, africana e latino-americana, em consonância com os grandes museus do mundo, tornando-o distinto da tendência eurocêntrica que domina a cultura ocidental. Tal iniciativa posicionou o Museu Oscar Niemeyer no patamar dos grandes museus internacionais. “Nesta vertente, levamos agora até o nosso público à milenar tradição de tapeçaria afegã que, nas últimas décadas, incorporou temas bélicos aos seus tradicionais desenhos”, diz Juliana. Ambas as temáticas são apresentadas nesta inédita exposição, dividida em dois eixos: paz e guerra.
Fausto Godoy, que por aproximadamente dois anos atuou como embaixador do Brasil no Afeganistão, fala sobre a importância política da exposição, e o curador Victor Nosek explica que os tapetes que refletem o tema da paz são os mais antigos, e representam cenas pastoris, de natureza em geral ou formas geométricas.
Tribais e contemporâneos, os tapetes de guerra refletem o período entre 1970-1980 e estarão expostos, separadamente, no primeiro andar da Torre. “Precisamos olhar para eles, perceber aquela estética e refletir sobre como é possível criar beleza na guerra”, afirma Godoy.
Ele lembra que o Afeganistão é uma das regiões mais politicamente sensíveis do planeta. “Encravado entre gigantes tão diversos como Rússia, Índia, Paquistão, Irã e China, sua localização geográfica não somente o coloca na encruzilhada de grandes civilizações, como também de algumas das religiões mais importantes do planeta: o islã, o hinduísmo e o budismo, principalmente”, diz.
O colecionador e curador da mostra explica que os tapetes tribais de guerra afegãos fazem parte da tradição: arte como retrato da guerra. “Eles são uma dramática atualização dessa tradição”, informa Nosek.
Segundo ele, tais peças representam os primeiros anos da guerra russo-afegã e foram produzidas por distintas tribos seminômades pastoris, cujo modo de vida se manteve inalterado por séculos. “Que esta mostra contribua para reflexão e a humanidade alcance finalmente a paz e o progresso a que está destinada”, diz o curador.
SOBRE O MON - O Museu Oscar Niemeyer (MON) é patrimônio estatal vinculado à Secretaria de Estado da Cultura. A instituição abriga referenciais importantes da produção artística nacional e internacional nas áreas de artes visuais, arquitetura e design, além de grandiosas coleções asiática e africana. No total, o acervo conta com aproximadamente 14 mil obras de arte, abrigadas em um espaço superior a 35 mil metros quadrados de área construída, o que torna o MON o maior museu de arte da América Latina.
Com informações da Agência Estadual de Notícias.