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PG sedia um dos maiores polos logísticos do país e se consolida como polo de inovação

Município cortado por rodovias e ferrovias sedia inúmeras empresas de armazenamento, especializadas em logística, e transportadoras. Ecossistema de inovação cresce e ganha protagonismo em âmbito estadual

A vocação logística da cidade impulsionou o setor do transporte ao longo dos anos
A vocação logística da cidade impulsionou o setor do transporte ao longo dos anos -

Fernando Rogala

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Historicamente, Ponta Grossa é conhecida por ter o maior entroncamento rodoferroviário do Sul do País. A cidade é cortada, de todas as direções, por rodovias federais e estaduais (BR-376, BR-373, PR-151, PR-438, PR-513, e até um trecho da PR-090), além de ter ferrovias que vêm do Oeste Paranaense, Norte do Estado, do Nordeste (São Paulo), que seguem em direção a Curitiba e ao Porto. A estrada de ferro chegou há mais de um século, no final da década de 1890, e toda essa característica fez com que a cidade prosperasse, de modo a atrair e sediar grandes empresas, se tornando o maior polo industrial do interior do Paraná - posição consolidada até os dias atuais. E toda essa expansão da cidade, em conjunto com um foco da gestão municipal, fez com que outra área se tornasse protagonista no município nos últimos anos: a inovação. 

“Ponta Grossa é um dos principais entroncamentos rodoviários e ferroviários do país. E se o Paraná é um estado logístico, Ponta Grossa é uma central logística”, resume o Secretário de Estado de Infraestrutura e Logística, Sandro Alex. “Realmente Ponta Grossa é um grande centro logístico. No modal rodoviário, por exemplo, Ponta Grossa é a única cidade onde passam três lotes de pedágio. Ponta Grossa tem conseguido um bom índice de crescimento porque é um entroncamento rodoviário e uma das cidades que mais tem caminhões per capita do Brasil, além de ter pista dupla até o porto de Paranaguá. Então ela tem uma logística muito boa”, relata João Arthur Mohr, Gerente de Assuntos Estratégicos Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP). 

A vocação logística da cidade impulsionou o setor do transporte ao longo dos anos, fazendo Ponta Grossa se tornar um polo nesse ramo, sediando inúmeras transportadoras e sendo reconhecida nacionalmente como um centro de manutenção de caminhões. A partir da década de 1990, a cidade recebeu a instalação de inúmeras indústrias multinacionais, gerando uma demanda ainda maior no transporte, deflagrando, na década de 2010, o desenvolvimento de Ponta Grossa como um dos maiores polos logísticos e de armazenamento do Sul, com a instalação de inúmeras empresas especializados nesse serviço, incluindo a logística ‘full service’, desde o abastecimento indústrias com a matéria-prima até o armazenando dos produtos acabados para a distribuição.   

Apenas se somar as áreas construídas de quatro dos principais projetos dessa área de armazenamento e logística, construídos nos últimos 15 anos, (Cielog, Cargopolo, Master Cargas e Interalli Realty), são mais de 250 mil metros quadrados edificados. No âmbito dos grãos, além da grande capacidade de armazenamento nas fábricas de três das quatro maiores moageiras do mundo (Cargill, Bunge e Louis Dreyfus), Ponta Grossa tem a maior unidade armazenadora da Conab no Brasil, com capacidade de armazenamento de até 420 mil toneladas de grãos. 

O primeiro complexo construído para ser especificamente um centro logístico e industrial da cidade foi o Cielog, inaugurado em 2011. Instalado no Distrito Industrial, às margens da BR-376, desde que inaugurado, nunca teve um espaço ocioso, e pela alta demanda, passou por ampliações e hoje conta com quase 100 mil metros quadrados construídos. “Nós criamos uma demanda para um produto que não existia na cidade. Adquirimos a área em 2010, com o conceito de locar para prestadores de serviço em Ponta Grossa. Nós começamos com 12 mil metros, mas acabou que nossas locações sempre foram para empresas de fora, como o primeiro que veio, uma operadora de logística de Minas Gerais”, explica Joel José Pavesi, o ‘Pardal’, sócio no empreendimento com Luis Flávio Barros.  

E se há esses complexos logísticos para armazenar matéria-prima para indústrias como a DAF, principalmente peças de motores, ou produtos prontos, como cervejas, embalagens, e até mesmo papéis e celulose vindos de municípios da região, a cidade também passou a ter alguns Centros de Distribuição do e-commerce, como, por exemplo, do Mercado Livre e da Shopee, para atender a cidade e a região. “O crescimento do setor ocorre de forma acelerada desde 2020, quando a pandemia da Covid-19 motivou um fortalecimento do e-commerce, e perdura desde então, ainda que com menor força. E com isso, surgiu outra necessidade do consumidor, que é o que a gente chama, dentro da logística, de ‘same day delivery’, que é você entregar o mais rápido possível”, explica Balduir Carletto, mestre em Engenharia de Produção e que atua como professor formador do NUTEAD (UEPG) e coordenador de cursos de logística junto ao SEST/SENAT. 

O mercado de trabalho também mostra toda a relevância dessa área para a economia de Ponta Grossa. Dados do Caged, do Governo Federal, fechados no primeiro semestre de 2025, apontam que dos 109 mil trabalhadores formais da cidade, 52 mil estavam na área de serviços, se destacando como o líder entre os cinco setores. E dentro desse segmento, a subdivisão de ‘transporte e armazenagem’ é responsável por 8,1 mil empregos diretos, o que representa 15,5% das vagas no ramo de serviços e quase 7,5% no total de trabalhadores formais. Desse total, 5,5 mil trabalha com o transporte de carga, 2 mil com o transporte de passageiros, mais de 400 em unidades de armazenamento e outros mais de 200 com entregas.

GALERIA DE FOTOS

  • Ponta Grossa se tornou um polo no ramo de transporte, sediando inúmeras transportadoras.
    Ponta Grossa se tornou um polo no ramo de transporte, sediando inúmeras transportadoras.
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INOVAÇÃO - Na área de inovação, Ponta Grossa também sempre teve muito desenvolvimento nas últimas décadas, especialmente por duas características: por ser um polo industrial e um polo de educação de Ensino Superior. A inovação sempre foi incentivada e aplicada nas empresas, bem como as universidades e faculdades sempre foram grandes incentivadoras da inovação, com estudos, desenvolvimento de projetos e suas incubadoras. No final dos anos 1990, com a expansão da internet, muitas empresas dessa área de comunicação também foram fundadas na cidade e ganharam mercado, ganhando reconhecimento nacional. 

A inovação foi se fortalecendo na década de 2010, com a mobilização de diversos atores, com reuniões e a criação de um ecossistema. Mas a cidade ganhou bastante força e passou a ser ainda mais notada nesse âmbito nesta década de 2020, destaca Tonia Mansani, presidente da Agência de Inovação e Desenvolvimento (AID) de Ponta Grossa. “Sem dúvida, a inovação como vetor de desenvolvimento teve seu ‘boom’ nos últimos cinco anos no município, onde o ator Governo passa a fazer interlocução com os demais atores do ecossistema. A inovação, ela acontece com a soma dos diferentes, com esses atores girando essa hélice para o mesmo lado”, pondera Tonia. A AID, por exemplo, foi criada em 2021, assim como o Vale dos Trilhos, que ‘marca’, é a governança do ecossistema de inovação de Ponta Grossa.

O Sebrae, que é um dos atores desse ecossistema de inovação, realiza o acompanhamento da maturação dos Ecossistemas Locais de Inovação (ELIs) no Paraná. Essa avaliação anual concede notas, que detalham em qual estágio está cada um dos 42 ELIs no Estado, a partir de quatro estágios: inicial, em estruturação, em desenvolvimento e consolidado. Apenas o de Curitiba está apontado como consolidado, e o de Ponta Grossa avançou para a terceira fase, chegando ao nível de ‘desenvolvimento’ em 2024 – entre 2021 e 2023 esteve na fase de ‘estruturação’.

Suellen Pavanelo, gestora de projetos e gestora de inovação do Sebrae, credita esse avanço a uma série de fatores, incentivado pela metodologia de avaliação do ELI, que verifica os setores prioritários do ecossistema em termos de governança, de políticas públicas e de ambiente e de inovação. “Realmente Ponta Grossa tem se destacado. Pela questão da governança e do comprometimento de todos esses atores, percebemos que existe um ambiente bastante favorável aqui no sentido de política pública (...). O Sebrae também vem puxando muito essa pauta, tem diversas iniciativas, e temos aqui as universidades, que também são referências, que têm participado ativamente das discussões e das construções”, disse ela, mencionando ainda algumas iniciativas de inovação aberta por parte de algumas empresas.

Entre as empresas e indústrias, das mais diversas áreas e setores, várias delas desenvolveram e instalaram departamentos específicos de inovação, como é o caso do Grupo MM (com a MM Tech e a Xicor.ia), a Cooperativa médica Unimed Ponta Grossa, as Indústrias Águia, Agrocete, Smart, entre inúmeras outras. E sem falar em iniciativas criadas para desenvolver a inovação, como a Inbix, que surgiu como uma plataforma para trabalhar esse tema, fazendo a mediação da inovação junto às empresas e parceiros; ou então nas empresas que nasceram em Ponta Grossa se tornaram referência nacional, a número um em seus setores. Entre elas, estão dois aplicativos justamente da área de logística, como o Trizy (maior plataforma de agendamentos de cargas do Brasil) e o Qualp (portal de cálculo de pedágio que é líder no país) - ambos nasceram na KMM, que hoje é integrante da nstech, considerada a quarta maior empresa de tecnologia do país.

Todo o desenvolvimento do ecossistema da cidade, nesses últimos anos, proporcionou o reconhecimento de Ponta Grossa como uma das 21 comunidades mais inteligentes do mundo nos últimos três anos (2023, 2024 e 2025), segundo a lista elaborada pelo Intelligent Community Forum (ICF).

Adriano Krzyuy, diretor presidente da Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação do Paraná (Assespro-PR), empresário do setor, além de ter sido fundador e investidor de empresas da área de tecnologia em Ponta Grossa, destaca que em termos de empresas que trabalham com tecnologia da informação, Ponta Grossa segue a média do ranking do PIB estadual. “Temos Curitiba, Londrina, Maringá, Cascavel, e Ponta Grossa está entre essas cidades que tem um volume de empresas. Em Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC), ela ainda fica atrás dessas cidades (...). Ponta Grossa tem empresas de porte maior e de porte menor, mas tem uma representatividade no volume de empresas”, pondera. Dados do Sebrae apontam que, ao final de 2023, havia 3.483 empresas inovadoras no município, e que, no início desse segundo semestre, haviam 154 startups.

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  • Na área de inovação, Ponta Grossa também sempre teve muito desenvolvimento nas últimas décadas.
    Na área de inovação, Ponta Grossa também sempre teve muito desenvolvimento nas últimas décadas.
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    Na área de inovação, Ponta Grossa também sempre teve muito desenvolvimento nas últimas décadas.
 

EMPRESAS - Estatísticas do Cadastro Central de Empresas (CEMPRE), referentes a 2022 (o mais recente divulgado pelo IBGE), aponta que Ponta Grossa tinha 251 empresas relacionadas a ‘atividades dos serviços de Tecnologia da Informação’ e outras 72 de ‘prestação de serviços de Informação’. O Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do primeiro semestre de 2025, aponta que Ponta Grossa tem mais de 900 pessoas que trabalham em empresas da área de Tecnologia da Informação, ou seja, especificamente com TI. Neste cálculo, portanto, não entram os colaboradores que trabalham diretamente com inovação dentro de empresas ou universidades, entidades e nem poder público.

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