Tudo o que você precisa saber sobre o caso do caminhoneiro
O caminhoneiro, Nilson Pedro dos Santos, havia saído de Ponta Grossa rumo à capital quando teria “entrado em surto”. Confira vídeo do depoimento
Publicado: 16/01/2023, 21:14
O Ministério Público do Paraná, por meio da Promotoria de Justiça de Audiências de Custódia de Curitiba, pediu a conversão em prisão preventiva da prisão em flagrante do motorista, Nilson Pedro dos Santos, de 35 anos, que cometeu diversas infrações entre Ponta Grossa e Curitiba, na manhã de sábado (14). O Juízo da Central de Audiências de Custódias de Curitiba deferiu o pedido da Promotoria de Justiça, e, com isso, o motorista deve ficar detido pelo menos até a conclusão do inquérito policial que investiga o caso, ou até nova decisão judicial em sentido contrário.
O caminhoneiro responde pelos seguintes possíveis delitos: deixar de prestar socorro em acidente com vítima; conduzir veículo automotor com capacidade psicomotora alterada em razão da influência de álcool; trafegar em velocidade incompatível, gerando perigo de dano; homicídio simples na forma tentada; e dano.
O caso
O caminhoneiro havia saído de Ponta Grossa rumo à capital quando teria ‘entrado em surto’. A partir disso, dirigindo em alta velocidade, envolveu-se em diversos acidentes nas BRs 376 e 277 – ele só parou porque o caminhão quebrou em uma rua na Cidade Industrial de Curitiba. A carreta estava carregada de cerveja e a carga ficou espalhada pelo caminho. Houve pelo menos cinco colisões com veículos. Ele acabou detido em flagrante e está preso na Delegacia de Delitos de Trânsito de Curitiba (Dedetran).
Depoimento
Em depoimento à delegada da Polícia Civil do Paraná, Vanessa Alice, no início da tarde deste sábado (14), o motorista afirma ter “surtado” e confessou o uso de álcool e de rebite. “Quando eu saí de Ponta Grossa, sentido Embu das Artes, passei por um caminhão de outra empresa e o motorista me falou que tinha dois rapazes em cima do meu caminhão. Aí entrei em surto e saí fazendo manobras perigosas, caçando um jeito da polícia ou alguém me socorrer ali na hora”, disse o motorista durante depoimento.
O caminhoneiro afirmou ainda que não tinha intenção de machucar as pessoas. “Em nenhum momento tentei bater em alguém, ali eu estava tentando defender a minha vida, estava em surto”, relatou à polícia. Além disso, Nilson confessou que tomou duas cervejas em um posto de combustíveis na cidade, onde estacionou por volta das 22h de sexta-feira (13). Ele disse que também fez uso de rebite e seguiu viagem próximo das 5h da manhã do sábado.
Para a delegada, o uso de entorpecentes pode ter resultado na alusão de que o homem estava sendo perseguido.
Caminhoneiro estaria em bar de PG antes de 'destruição'
Uma professora que também trabalha como motorista de aplicativo em Ponta Grossa revelou momentos de tensão e preocupação com o caminhoneiro preso. Em conversa com a reportagem do portal aRede, a mulher, que preferiu não se identificar, contou que fez uma 'corrida' para Nilson Pedro dos Santos horas antes dele pegar a estrada e causar um rastro destruição pelo caminho. Durante a corrida, que foi por volta 1h30 da manhã, ela relata que percebeu que o caminhoneiro estava "visivelmente bêbado".
Esclarecimentos
Polícia Rodoviária Federal
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) foi criticada por não ter detido o motorista antes. Ele andou desgovernado por mais de 100 km. “Houve a tentativa de abordagem no posto em São Luiz do Purunã”, relatou em nota. A PRF informou que seguiu com as buscas, mas não o localizou.
Heineken
“Lamentamos profundamente o ocorrido (...) e nossa principal preocupação é com as pessoas que foram atingidas”, disse a Heineken em nota. A cervejaria enfatizou ainda que a carga estava sendo transportada por uma empresa que presta serviços logísticos.
RRLog
Nilson é funcionário da empresa RRLog, com sede em Mandaguaçu. Em nota, a empresa disse que repudia a conduta do motorista. A empresa também disse que “toda conduta de mudança de rota não foi orientado ou autorizado”.
Rododrive
A Rododrive, empresa que contratou os serviços da proprietária do caminhão, afirmou em nota que “já instaurou sindicância que está em curso para apuração dos fatos visando a elucidar todo o ocorrido. Também colocou seu canal de comunicação para atendimento”.