Transporte coletivo de PG pode sofrer impacto com decisão da Câmara
Vereadores rejeitaram aumentar a vida útil dos ônibus; com isso, 13 veículos deixarão de circular pelo município em 2024
Publicado: 30/11/2023, 20:20
A decisão da Câmara Municipal de Ponta Grossa (CMPG) em não ampliar a vida útil dos ônibus da Viação Campos Gerais (VCG), pode trazer impactos no sistema de transporte coletivo da cidade. Na última quarta-feira (29), os vereadores rejeitaram o Projeto de Lei (PL) nº 424/2023, que aumentava a ‘vida’ dos veículos para 14 anos (hoje, são 13 anos). Com isso, 13 ônibus deixarão de circular pelo município a partir de 2024.
O PL que tramitou na Casa de Leis, de autoria da Prefeitura Municipal de Ponta Grossa (PMPG), explicava que o objetivo era ampliar o tempo da frota de ônibus, “sem incidência de qualquer custo no preço do serviço” – vale lembrar que a VCG, atual concessionária, está cumprindo um contrato emergencial, já que uma nova licitação do transporte deverá acontecer em breve. Apesar disso, os parlamentares recusaram a proposta do Poder Executivo.
Ainda segundo o texto assinado pela prefeita Elizabeth Silveira Schmidt (PSD), caso não ocorresse a aprovação do PL, prejuízos poderiam ser notados, já que a não ampliação da vida útil dos ônibus “impacta de forma significativa o valor da tarifa ao usuário final”. Hoje, os ponta-grossenses pagam R$ 4 na passagem de ônibus – isso só foi possível após a Prefeitura Municipal subsidiar parte do valor da tarifa técnica, atualmente superior aos R$ 4.
IMPACTOS NO TRANSPORTE – Em conversa com a assessoria de imprensa da Viação Campos Gerais, com a rejeição do projeto, dos 196 veículos totais da frota, 13 já deixarão de ‘rodar’ pelas ruas de Ponta Grossa em 2024 – seis ônibus articulados, cinco convencionais e dois mid, conhecidos como micro-ônibus. Em razão dessa ausência de veículos, possíveis impactos poderão ser esperados no transporte coletivo da cidade.
O primeiro deles é a superlotação no serviço público, já que menos ônibus estarão percorrendo às ruas do município. Como há o processo para uma nova licitação do transporte, a VCG explicou à equipe de Jornalismo do Portal aRede que não poderá adquirir novos veículos para renovar a frota. Com isso, a população terá menos ônibus à disposição. E o segundo é o valor da tarifa, que poderá sofrer alterações.
Como a decisão é recente, a Viação Campos Gerais ressaltou que os impactos ainda são incertos. Por isso, lideranças da concessionária e da Prefeitura Municipal se reunirão nos próximos dias para entender quais serão os possíveis prejuízos. Porém, informações obtidas pelo Portal aRede indicam que os impactos são certos, porém, ainda não é possível precisar com exatidão quais serão eles.
NOVA LICITAÇÃO – Com a expectativa de um novo contrato para o serviço público, ainda no início do outubro o líder do Governo Municipal no Poder Legislativo, Julio Küller (MDB), afirmou que a nova licitação começaria no início de dezembro. “Nós teremos, agora em dezembro, o início da licitação do novo modelo de transporte coletivo em nossa cidade”, disse durante uma ‘Sessão Ordinária’ da Casa de Leis.
O contrato que definirá as regras e condições do transporte pelos próximos 20 anos, que será dividido em dois lotes, conta com uma série de novidades para a população: em maio, durante audiência pública realizada no auditório do Conservatório Maestro Paulino, a Prefeitura destacou que “o novo projeto prevê bilhetagem 100% eletrônica, trazendo assim mais segurança aos trabalhadores e usuários do sistema, diminuindo o risco de assaltos”.
Além disso, segundo apresentação feita pela Comissão Especial de Estudos e Projetos de Transporte Coletivo, “todos os veículos adquiridos durante a concessão” terão que possuir ar-condicionado e também foi apontado a projeção do aumento na frota de ônibus elétricos em Ponta Grossa. Na época, um veículo esteve sendo testado como resultado de uma parceria entre VCG, Prefeitura e a empresa Marcopolo.