Docentes aposentados da UEPG morrem; instituição lamenta

A Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) se despediu, neste mês, de dois de seus professores aposentados. Antonio Joaquim Dantas faleceu no último sábado (11), em Ponta Grossa, e Alberto Tammenhain se despediu em 7 de maio, em Curitiba. Velório e sepultamento de ambos já ocorreram. Os docentes ficam marcados como uns dos que atuaram no início do funcionamento da instituição.

PROFESSOR E DIRETOR - Exigente e brilhante. Assim era conhecido o professor Dantas. O Curso de Direito da UEPG não seria o mesmos sem ele. Professor da disciplina de Direito Constitucional, ele atuou como docente no início da instituição, na década de 1960. A sua atuação extrapolou os muros da Universidade. Além de professor da UEPG, ele foi o primeiro diretor do Colégio de Aplicação na cidade e advogado da Prefeitura Municipal de Ponta Grossa (PMPG). “Tivemos a oportunidade de visitá-lo há pouco tempo para dois trabalhos. Descanse em paz”, disse a professora aposentada, Luísa Fontes.

José Schell, docente do curso de Direito, foi aluno de Dantas e guarda na memória muitas histórias contadas pelo mestre. “Foi um ícone do nosso curso. Quem teve a oportunidade de estar com ele fora da sala de aula, conheceu seu humor fino e sarcástico, que muitas vezes aparecia dentro da sala de aula, mas apenas para quem tinha ouvidos para ouvir”, recorda. Dentre as memórias, estão às vezes que Dantas dirigia seu Opala de duas portas para ir para casa. “Lamento não ter ido mais vezes conversar com ele”.

A característica exigente como professor, de reprovar alunos para que pudessem aprender plenamente a disciplina, é uma das histórias que muitos ex-alunos compartilharam nas redes sociais. Mas no lugar de ressentimento, todos compartilham gratidão pelo aprendizado. Uma dessas pessoas é a professora Ana Maria Busato. “Minha homenagem a este professor de Direito Constitucional, quando no segundo ano de Direito da UEPG, o Brasil passava por fases conturbadas. Obrigada, professor, por toda a sua dedicação e comprometimento com a disciplina”, completa.

CARINHO - Um olhar doce e mente brilhante. O professor Alberto Tammenhain atuou no curso de Química da UEPG desde a sua criação, até meados da década de 1970, quando se mudou para Santa Maria, depois para São Paulo, onde foi professor de química analítica, sua especialidade. “Ótima pessoa e ótimo professor, sempre atualizado”, descreve o professor aposentado do Departamento de Química, Jesuan Henrique Rupel. Ele relembra que Alberto era também oficial do Exército Brasileiro. “Lembro dos jogos de futebol aos sábados no quartel do 13RI, hoje 13º B.I.B., reunindo não só professores do Dequim, como também de outros departamentos, comunidade externa, médicos, advogados, etc”, relata.

Na UEPG, ele será eterno, assim como para a família Tammenhain. Nas redes sociais, filhos e netos expressaram as saudades da partida do patriarca. “Ele deixou para todos de sua convivência ou que em algum momento com ele estiveram, prova de amor, de humildade e de alegria, pois assim era meu pai”, descreveu um de seus filhos, Paulo Roberto. Para a neta, Bianca, dizer ‘tchau’ foi doído. “Meu companheiro de papos, de carteados, de muitas viagens, me ensinou tudo sobre química e farmácia, e principalmente ensinou a viver. Aproveitar todos os instantes todas as oportunidades. O nosso avô era puro amor. Obrigada, vô.”.

A instituição se solidariza com familiares, amigos, colegas e ex-alunos.

Com informações: Assessoria de Imprensa.