Polícia finaliza investigações sobre desvio de Fentanil em PG
Suspeita teve a prisão revogada após ser internada com graves complicações médicas advindas, aparentemente, do uso desassistido de tal medicação
Publicado: 31/10/2024, 09:05
Chegaram ao conhecimento do 2º Distrito Policial de Ponta Grossa informações de que em 17 de junho de 2024,uma mulher de 36 anos, aproveitando-se da sua qualidade de técnica de enfermagem, teria subtraído quatro ampolas do medicamento psicotrópico com dispensação controlada conhecido como “Fentanil” de um hospital local. A entidade hospitalar vitimada, ao tomar ciência dos fatos, afastou imediatamente a profissional de suas funções, sendo que esta, mesmo afastada e naquela mesma data, ingressou astuciosamente na unidade hospitalar, utilizando os dados de outra servidora sem o seu conhecimento e subtraiu mais oito ampolas do medicamento.
A partir das informações coletadas, foram realizadas diversas diligências investigativas que revelaram que a mulher teria realizado buscas junto aos sistemas informatizados do estabelecimento, com o intuito de verificar para quais pacientes havia sido prescrita a medicação, conhecida como “Fentanil”. Na sequência, a autora realizava o aprazamento virtual da medicação e promovia a sua retirada junto à farmácia hospitalar. Contudo, foi confirmado que os medicamentos não eram administrados nos pacientes, mas sim desviados pela funcionária.
As investigações revelaram que a autora ingressava na unidade de saúde em diversos dias que não estava escalada, nem regularmente, nem em regime de horas extras. Neste período, durante o mês de junho de 2024, designou o medicamento Fentanil 88 vezes. As diligências demonstraram que, durante 1 ano, ela teria realizado 890 solicitações da medicação, em dias que deveria estar de folga.
A droga desviada, conhecida como Fentanil, se classifica como um analgésico narcótico, sendo caracterizado pela rápida ação, curta duração e elevada potência (100 vezes maior do que a da morfina e 50 vezes maior que a heroína). O crescente uso recreativo de tal medicamento é, atualmente, encarado como uma ameaça global à saúde pública, dada a sua potencialidade e a impossibilidade de acesso público, eis que se trata de uma droga de aquisição estritamente hospitalar.
A partir das informações coletadas, o delegado responsável pelo caso, Dr. Derick Moura Jorge, representou pela decretação da prisão temporária da investigada, sendo que o pleito foi deferido pelo Poder Judiciário. Entretanto, antes que fosse dado cumprimento ao respectivo mandado, a autora foi internada com graves complicações médicas advindas, aparentemente, do uso desassistido de tal medicação, o que gerou a revogação da ordem de prisão.
Após o interrogatório da autora, o caso foi devidamente finalizado e encaminhado ao Ministério Público para adoção das medidas cabíveis, sendo que embora não se tenha verificado nas investigações que a mulher estaria revendendo as medicações desviadas, mas sim fazendo uso irregular destas, esta foi indiciada pela prática dos crimes de peculato (artigo 312 do Código Penal) e inserção de dados falsos em sistema de informação (artigo 313-A do Código Penal).
Das assessorias