PM derruba, pisa em drone e ameaça profissional do Portal aRede | aRede
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PM derruba, pisa em drone e ameaça profissional do Portal aRede

Situação aconteceu na tarde desta segunda-feira (4), na região de Oficinas; Polícia Militar se manifesta sobre o caso

Equipes de segurança fecharam a rua para realizar os trabalhos
Equipes de segurança fecharam a rua para realizar os trabalhos -

Mário Martins e Rodolpho Bowens

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Um policial militar à paisana, sem ‘fardamento’, ameaçou um profissional do Portal aRede nesta segunda-feira (4), durante o trabalho em uma ocorrência na região de Oficinas. Além disso, derrubou e pisou em cima do drone da equipe de Jornalismo, que realizaria imagens aéreas do local. Por fim, coagiu com ameaças o profissional a assinar um termo circunstanciado.

A situação aconteceu na avenida União Pan-Americana, onde um PM aposentado estava em surto, dentro de uma residência. Diante da gravidade da ocorrência, já que o suspeito estaria com duas armas de fogo, a equipe de Jornalismo do Portal aRede se deslocou ao local. Lá, como a avenida estava fechada, o profissional usaria o drone ‘Aeroarede’ para mostrar imagens da situação - a equipe estava a cerca de 100 metros de distância.

Na sequência, um sargento, que estaria à paisana, bateu no drone com a mão, derrubou o equipamento ao chão e pisou em cima. Ainda, colocou o drone de baixo do braço e realizou ameaças contra o profissional do Grupo aRede. Não bastasse a situação, o PM também falou que encaminharia o profissional de viatura ao Fórum de Ponta Grossa, para assinatura do termo circunstanciado.

Por fim, o sargento disse que se o profissional não fizesse isso, seria imediatamente preso. Agora, o profissional do Grupo aRede deverá participar de audiência no Fórum da cidade, em setembro.

NOTA PM - Diante da situação, o Grupo aRede pediu um posicionamento da Polícia Militar do Paraná (PM/PR) sobre o caso. Em nota, a instituição explica que o drone não estaria autorizado a percorrer o perímetro, já que se tratava de um caso de “gerenciamento de crise”, e afirmou que um procedimento será aberto para apurar os fatos. Confira abaixo na íntegra:

A Polícia Militar do Paraná (PM/PR) informa que, durante uma ocorrência que exigia gerenciamento de crise, um drone não autorizado adentrou a área isolada de atuação das equipes policiais, que estavam empenhadas na preservação da cena e na segurança de todos os envolvidos.

A aeronave foi identificada como sendo operada por um repórter cinematográfico, que alegou ser funcionário do portal de notícias A Rede. Ao ser questionado, afirmou possuir habilitação para operação de drones, porém não possuía autorização específica para aquele voo, justificando que o pedido formal ainda estava em trâmite e que a reportagem precisava ser feita com urgência.

A presença do equipamento aéreo gerou transtornos ao andamento dos trabalhos policiais no local. Diante dos fatos, foi lavrado Termo Circunstanciado e prestadas as devidas orientações legais ao operador.

A PM/PR reforça que operações em áreas sensíveis, especialmente em situações de crise, exigem respeito às normas de segurança e à legislação vigente quanto ao uso de equipamentos aéreos não tripulados. Um procedimento interno será aberto para apurar todas as circunstâncias dos fatos”.

NOTA DA REDAÇÃO - O Grupo aRede lamenta a conduta do integrante do 1º Batalhão de Polícia Militar (1º B.P.M.) e reforça a importância do diálogo e do tratamento com respeito e urbanidade aos profissionais da imprensa. O Portal aRede e o Jornal da Manhã historicamente sempre se posicionaram em exaltar a relevância da PM no contexto da segurança pública, na proteção do cidadão e nas ações de prevenção e combate ao crime, valorizando, de igual forma, os ótimos policiais. 

O profissional do Portal aRede em nenhum momento extrapolou os limites do jornalismo. Pelo contrário: seguiu rigorosamente todas as orientações repassadas pelos soldados que faziam o atendimento à ocorrência. É inadmissível, em todos os aspectos, que um policial, que tem como missão principal proteger a sociedade, adotar um comportamento hostil, ameaçando e coagindo um profissional que estava trabalhando e que em momento algum obstruiu a operação. Além disso, agiu de forma desproporcional, danificando um equipamento. Depois, o coagiu a assinar um termo circunstanciado.  

O mínimo que se espera é uma apuração rigorosa do caso, por parte do comando da PM, e uma orientação expressa à tropa para respeitarem os profissionais do jornalismo, para que fatos como este não venham a se repetir. O desrespeito ao trabalho da imprensa é um ataque sistemático contra a democracia, o que é inadmissível.

SINDICATO - O Portal aRede também solicitou um posicionamento do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná (SindijorPR). Em nota, a entidade "repudia a violência policial" contra o profissional do Grupo aRede. Ainda lembra que a atividade jornalística "é essencial para o cumprimento do direito constitucional à informação devido à sociedade e não deve ser cerceada ou censurada por quaisquer pessoas".

A Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) também acompanha o posicionamento do sindicato. "O SindijorPR se solidariza ao profissional, colocou sua estrutura à disposição do trabalhador e, também, irá adotar as medidas cabíveis para que a situação seja apurada oficialmente".

Por fim, a entidade lembra que o "aparato estatal deveria garantir as condições para que a imprensa trabalhe de forma livre e segura", finaliza o documento. Confira na íntegra acessando aqui.

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