Operário entra na disputa por espaço dos barracões da rede ferroviária em PG | aRede
PUBLICIDADE

Operário entra na disputa por espaço dos barracões da rede ferroviária em PG

Time da cidade deseja construir seu próprio Centro de Treinamento (CT) ao lado do Estádio Germano Krüger; projeto se junta a outras propostas de uso do espaço dos barracões em Oficinas

O Operário Ferroviário Esporte Clube (OFEC) tem interesse em construir um Centro de Treinamento (CT) atrás do espaço onde hoje ficam os barracões
O Operário Ferroviário Esporte Clube (OFEC) tem interesse em construir um Centro de Treinamento (CT) atrás do espaço onde hoje ficam os barracões -

Lilian Magalhães

@Siga-me
Google Notícias facebook twitter twitter telegram whatsapp email

A divulgação recente sobre o processo de cessão dos barracões da Rumo e de trechos de malhas ferroviárias inativas, hoje sob domínio da União, com destino dos ativos ao Município, abriu uma discussão importante em Ponta Grossa: como transformar esse patrimônio, hoje abandonado, em um equipamento útil e atrativo para a cidade? Entre as possibilidades e demandas da população, estão sugestões como a construção de um mega complexo esportivo, o “Central Park” de Ponta Grossa, a construção do Mercado Municipal, a instalação de um kartódromo, ou ainda, um novo estádio do Operário Ferroviário Esporte Clube (OFEC).

Um dos principais atores de movimentação esportiva e turística da cidade, se destacando em desempenho nos campeonatos como o 'Brasileirão' e a vitória no Campeonato Paranaense de 2025, o Operário Ferroviário passa por um período de crescimento, e para que a sua expansão siga sendo positiva, o time busca investir em um Centro de Treinamento (CT) próprio.

Álvaro Góes, presidente do Operário Ferroviário Esporte Clube (OFEC), mostra interesse em construir o Centro de Treinamento (CT) do time na área que deve ser cedida à Ponta Grossa pela Rumo em Oficinas.
Álvaro Góes, presidente do Operário Ferroviário Esporte Clube (OFEC), mostra interesse em construir o Centro de Treinamento (CT) do time na área que deve ser cedida à Ponta Grossa pela Rumo em Oficinas. |  Foto: Arquivo/aRede.
  

Com a expectativa de que parte dessas áreas passe ao domínio municipal, o presidente do clube, Álvaro Góes, vê a oportunidade de ocupar um trecho dos antigos barracões para instalar um Centro de Treinamento. A ideia não é utilizar todo o complexo, mas adaptar uma parcela do espaço hoje sem função, localizado justamente ao lado do Estádio Germano Krüger, no bairro Oficinas, onde o time foi fundado em 1912.

Para a reportagem do Jornal da Manhã e do Portal aRede, Góes explica que, apesar de que um possível novo estádio seja a ideia inicial da comunidade ponta-grossense, o espaço ao lado não seria compatível, mas para um novo CT, seria ideal. “O Operário tem muito, mas muito interesse nisso. Já comunicamos nosso interesse à Prefeitura, ao deputado federal Aliel Machado (PV) e ao vereador Paulo Balansin (União Brasil), mas isto ainda será definido no futuro”, declarou o presidente do Clube. De acordo com Góes, o espaço ideal para a construção deste projeto seria atrás dos barracões. “Queremos fazer algo diferente, um CT dentro da cidade e ao lado do Estádio. Seria um sonho para o nosso time”.  

O estádio Germano Krüger é ao lado do espaço onde hoje estão os barracões das oficinas ferroviárias.
O estádio Germano Krüger é ao lado do espaço onde hoje estão os barracões das oficinas ferroviárias. |  Foto: Thiago Macedo/aRede.

Hoje, o time utiliza, em parceria com a Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), um espaço de treino no campus Uvaranas. Para o Operário, ainda que a parceria seja positiva, um CT ao lado do estádio tornaria outras frentes de trabalho na equipe mais viáveis, visto que, somente com o deslocamento de ida e volta entre os bairros Oficinas e Uvaranas, o time gasta uma hora no trânsito. Outros desafios de não ter um CT próprio e privado é a segurança do time, pois, por se tratar de um espaço público, até mesmo adversários podem ir ao local durante o treino, e ainda, a falta de um espaço exclusivo para as equipes de enfermagem e fisioterapia, o que poderia ser implementado na construção de um centro de treinamento ao lado do Germano Krüger, a casa do Operário.  

A possibilidade de uso parcial do terreno para o time do coração da cidade é bem avaliada pela perspectiva do patrimônio da memória ferroviária na cidade, como explica Nisiane Madalozzo, arquiteta e urbanista e membro-fundadora da Associação de Preservação do Patrimônio Cultural e Natural de Ponta Grossa (Appac). “É interessante que o trabalho a ser realizado no espaço onde estão os antigos barracões mantenham uma ligação com a história ferroviária. É um terreno especial e único, com alto potencial de uso e boa inserção urbana”, diz Nisiane. Para a arquiteta, também cabe lembrar que as oficinas ferroviárias definiam a cidade territorialmente, e as ferrovias delinearam a expansão do município, portanto, hoje, seria interessante, do ponto de vista urbanístico, unir pontos entre os parques Linear, Ambiental e este novo espaço interligados na cidade.   

A arquiteta e urbanista, Nisiane Madalozzo, é membro e fundadora da Associação de Preservação do Patrimônio Cultural e Natural (Appac), e defende planejamento que preserve a história ferroviária em projetos urbanos em Ponta Grossa.
A arquiteta e urbanista, Nisiane Madalozzo, é membro e fundadora da Associação de Preservação do Patrimônio Cultural e Natural (Appac), e defende planejamento que preserve a história ferroviária em projetos urbanos em Ponta Grossa. |  Foto: Reprodução/UEPG.
  

O próprio espaço dos barracões, ainda que certamente deteriorado pelo abandono e incêndios recentes, teriam estruturas que poderiam ser revitalizadas para construir espaços de interesse à população, a exemplo de parques de feiras, para a realização de eventos como a Expo&Flor, ou ainda, prédios de proposta similar ao Sesc, com oferta de oficinas, cursos técnicos e aulas práticas, reforçando o caráter histórico do local em fortalecer a economia da cidade. Giorgia Bochenek, presidente da Associação Comercial, Industrial e Empresarial de Ponta Grossa (Acipg), concorda que o plano ideal é a transferência das áreas ao município, para que a administração pública destine o uso a equipamentos de lazer, projetos esportivos ou turísticos, priorizando também a tecnicidade sobre a preservação ou remoção dos trilhos.

A presidente da Associação Comercial, Industrial e Empresarial de Ponta Grossa (Acipg), Giorgia Bin Bochenek.
A presidente da Associação Comercial, Industrial e Empresarial de Ponta Grossa (Acipg), Giorgia Bin Bochenek. |  Foto: Arquivo/aRede.
  

O deputado federal Aliel Machado (PV) aponta que a continuidade do Parque Linear, juntamente a novas alternativas de mobilidade para a região de Oficinas, fazem parte da série de projetos a serem pensados na cidade, o que foi afirmado pela Prefeitura assim que foi anunciado o pedido de transferência do ramal ferroviário e da antiga oficina ao município. A Rumo explicou à reportagem que o pedido de anuência está sendo encaminhado ao Ministério dos Transportes (MTR), e, caso o pedido seja aprovado, o patrimônio deverá ser oficialmente repassado pelo DNIT à cidade de Ponta Grossa.

O deputado federal Aliel Machado (PV) aponta relevância de projetos que otimizem a mobilidade do município e aumentem a competitividade ferroviária de Ponta Grossa.
O deputado federal Aliel Machado (PV) aponta relevância de projetos que otimizem a mobilidade do município e aumentem a competitividade ferroviária de Ponta Grossa. |  Foto: Arquivo/aRede.
  

Para a gestão municipal, as estruturas ferroviárias e antiga malha devem ser utilizadas para o benefício e desenvolvimento de Ponta Grossa de maneira definitiva. Entretanto, procurada pela reportagem, a secretaria de Infraestrutura do Município não apresentou projetos prévios para a área. Portanto, se tem como consenso a necessidade de desenvolver estudos técnicos que definam o melhor caminho para preservar a memória ferroviária da cidade, ainda que o local seja redefinido por novos projetos. Seja com a construção de parques, centro de formação ou um novo espaço para o time que carrega a história da vila Oficinas, as ferrovias seguem sendo um vetor de desenvolvimento para Ponta Grossa.

PUBLICIDADE

Conteúdo de marca

Quero divulgar right