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Proposta de fim da escala 6×1 pode ameaçar até 18 milhões de empregos, aponta pesquisa

Estudo da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) diz que fim da escala 6×1 pode comprometer até 16% do PIB nacional

No cenário mais grave, a perda na massa salarial pode chegar a R$ 480 bilhões
No cenário mais grave, a perda na massa salarial pode chegar a R$ 480 bilhões -

Da Redação

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Um levantamento divulgado nesta quarta-feira (16) pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) alerta para os impactos econômicos da proposta que prevê o fim da jornada de trabalho no formato 6×1. Segundo o estudo, a medida, que já tramita na Câmara dos Deputados, pode resultar no fechamento de até 18 milhões de postos de trabalho no país.

Durante evento com empresários em Belo Horizonte, a Fiemg argumentou que a redução da jornada, sem o devido aumento da produtividade, representa uma ameaça à competitividade brasileira, eleva os custos operacionais das empresas e pode ampliar a informalidade no mercado de trabalho.

De acordo com a análise, o fim da escala 6×1 e a redução da carga horária para até 40 horas semanais, sem ganhos de produtividade, podem comprometer até 16% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional, com uma queda estimada de R$ 2,9 trilhões no faturamento dos setores produtivos.

“Antes de discutir a redução da jornada de trabalho, o Brasil precisa enfrentar o seu maior desafio: a baixa produtividade. O trabalhador brasileiro produz, em média, apenas 23% do que um trabalhador dos Estados Unidos”, afirmou o presidente da Fiemg, Flávio Roscoe. “Reduzir o tempo de trabalho sem elevar a produtividade é uma conta que não fecha e coloca em risco milhões de empregos”, completou.

No cenário mais grave, a perda na massa salarial pode chegar a R$ 480 bilhões. Em um cenário mais otimista, com aumento de apenas 1% na produtividade, a perda de empregos ainda seria significativa: até 16 milhões de vagas, com impacto de R$ 428 bilhões na renda dos trabalhadores.

Roscoe também alertou que o aumento dos custos trabalhistas tende a ser repassado ao consumidor final, o que pode pressionar ainda mais a inflação e afetar especialmente os pequenos negócios. “Imagine um restaurante que funciona com dois garçons. Se a jornada for reduzida, o dono do estabelecimento precisará contratar mais um garçom para manter o serviço. Esse custo extra será inevitavelmente repassado para o cliente”, exemplificou.

O estudo destaca ainda que a medida pode estimular o aumento da informalidade, que já atinge 38,3% da força de trabalho no Brasil. Pequenas e médias empresas, com menor margem para absorver novos encargos, podem optar por contratações informais ou pela redução de suas operações.

A Fiemg também aponta riscos à competitividade do Brasil no cenário internacional, lembrando que países como China, México, Índia e Vietnã mantêm jornadas mais longas e custos mais baixos, o que os torna mais atrativos para investimentos e instalação de indústrias.

Entenda a proposta

A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) foi apresentada em fevereiro de 2025 pela deputada Erika Hilton (PSOL-SP). A iniciativa pretende modificar a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) para extinguir o modelo de escala 6×1, no qual o trabalhador atua durante seis dias e descansa um.

A proposta ainda precisa ser analisada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara. Movimentos sociais e parlamentares que apoiam a medida planejam mobilizações em todo o país no dia 1º de maio, Dia do Trabalhador.

Com informações do Metrópoles

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