Cometa 3I/ATLAS causa debate sobre alienígenas
Objeto vindo de fora do Sistema Solar divide comunidade científica após hipótese de que seria uma sonda inteligente
Publicado: 20/10/2025, 10:40

Um misterioso objeto vindo de fora do Sistema Solar, batizado de 3I/ATLAS, tem despertado debate entre astrônomos. A estrutura, que pode ter o tamanho de Manhattan, é maior do que se estimava e, segundo o astrofísico Avi Loeb, da Universidade de Harvard, poderia abrigar tecnologia alienígena. A ideia, no entanto, foi rebatida por outros pesquisadores, que consideram o corpo totalmente natural.
Descoberto pela NASA, o 3I/ATLAS é o terceiro objeto interestelar já identificado, após o “Oumuamua” (2017) e o “2I/Borisov” (2019). Imagens recentes captadas por sondas da Agência Espacial Europeia (ESA), em órbita de Marte, registraram a visão mais detalhada do cometa até agora.
Em um relatório publicado por Loeb e sua equipe, o grupo estimou que o 3I/ATLAS tem massa superior a 33 bilhões de toneladas e um núcleo de mais de 3 milhas de diâmetro – dimensões significativamente maiores do que as projeções anteriores.
O cometa é composto majoritariamente por dióxido de carbono e segue uma trajetória que o levará a passar próximo de Marte, Vênus e Júpiter, sem oferecer risco à Terra.
Tecnologia alienígena
Loeb sugeriu que a aceleração e o movimento do objeto não podem ser totalmente explicados pela gravidade, levantando a hipótese de que o 3I/ATLAS poderia ser um artefato tecnológico – possivelmente uma sonda enviada por uma civilização inteligente.
No artigo, o cientista e seus colaboradores escreveram que o objeto poderia realizar reconhecimento do Sistema Solar, talvez de forma benigna ou hostil, citando seu movimento retrógrado incomum e a aproximação de planetas estratégicos como indícios de uma possível missão de observação.
Colegas refutam teoria
Outros especialistas, porém, contestam a tese. Para AKM Eahsanul Haque, do Instituto SETI, o 3I/ATLAS é um objeto natural, possivelmente um fragmento de um planeta antigo expulso de outro sistema estelar.
Haque argumenta que a trajetória e a velocidade do cometa — cerca de 58 km por segundo — são características comuns em corpos ejetados gravitacionalmente.
Além disso, o espectro de luz do objeto se assemelha ao de asteroides do tipo D e ao cometa 2I/Borisov, reforçando a explicação natural.“Ele parece um cometa, faz coisas de cometa — e é um cometa”, afirmou o cientista Tom Statler, da NASA, cética ao jornal The Guardian.
Com informações: Sindpd