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Motorista que cruzou de PG a Curitiba desgovernado deixa a prisão

Ele não irá responder pelas 16 tentativas de homicídio, onde a pena poderia chegar a 68 anos de cadeia

O julgamento durou 17 horas
O julgamento durou 17 horas -

Publicado por Lucas Ribeiro

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O caminhoneiro Nilson Pedro dos Santos, acusado de causar uma série de acidentes ao cruzar Curitiba desgovernado, foi condenado a 2 anos e 3 meses de prisão após um julgamento que durou mais de 17 horas no Tribunal do Júri. A sentença foi lida por volta das 4h10 da madrugada desta terça-feira (20), e o juiz determinou a emissão do alvará de soltura, já que Nilson estava preso há 2 anos e 4 meses — tempo superior ao da pena imposta.

Nilson foi julgado por vários crimes cometidos em fevereiro de 2022, quando cruzou Curitiba dirigindo um caminhão sob efeito de álcool e drogas, causando acidentes e colocando a vida de motoristas e pedestres em risco. O Ministério Público do Paraná (MPPR) o denunciou por dirigir embriagado, conduzir veículo em velocidade incompatível com a segurança nas proximidades de locais de grande movimentação e por 16 tentativas de homicídio qualificado, além de deixar de prestar socorro após os acidentes.

No entanto, durante o julgamento, parte das acusações foi desclassificada para lesão corporal e outros delitos. “De certa forma, fez-se justiça. Condenou. Houve a desclassificação, é verdade, em relação ao pedido do Ministério Público, que era a condenação por tentativa de homicídio. Em parte dos fatos, e eram 18, entendeu-se pela desclassificação por lesão corporal”, afirmou o promotor de Justiça Alexandre Ramalho ao repórter Marcelo Borges, da RICtv.

Após a leitura da sentença, Nilson Pedro se ajoelhou no plenário e comemorou o resultado. Além de ter sido condenado a 2 anos e 3 meses de prisão, ele teve a CNH (Carteira Nacional de Habilitação) suspensa por sete meses. Segundo os advogados do caminhoneiro, caso o júri tivesse mantido as acusações de 16 tentativas de homicídio, ele poderia ter sido condenado a até 68 anos de prisão.

“Houve um julgamento justo. A sociedade analisou as provas. Desde o início, nós estávamos muito confiantes com todas que iríamos apresentar aos jurados. A sociedade hoje fez justiça. Desde o dia que aconteceu esse acidente, ele permaneceu preso, privado de sua liberdade e de sua família”, disse o advogado do caminhoneiro, Tiago Tanaka de Rezende.

“Conseguimos um ótimo resultado. Acreditamos que a justiça foi feita e que a sociedade de Curitiba mais uma vez mostra que neste plenário é feito justiça. Sairemos com o nosso cliente pela porta da frente do plenário da Vara do Tribunal do Júri de Curitiba hoje”, acrescentou o advogado Rafael Mendes.

Nilson Pedro dos Santos deverá deixar a prisão nas próximas horas.

SOBRE - O caso registrado em janeiro de 2023 começou em Ponta Grossa, e terminou na capital — um trajeto superior a 100 km. Nilson carregou o caminhão em Embú (SP), no dia 13 de janeiro daquele ano, com uma carga de quase 16 toneladas, e seguiu para Ponta Grossa, o destino final dele. Durante o trajeto, ele parou o veículo em um posto de combustíveis situado na BR-376 e passou a ingerir bebidas alcoólicas, além de consumir cocaína.

Na manhã do dia seguinte, às 6h27, deixou o posto de combustíveis de forma desgovernada. Enquanto dirigia alterado, ele teria jogado o caminhão contra um carro e o arrastado por alguns metros. Em seguida, atingiu outro caminhão e carro, e fugiu sem prestar socorro. Ao longo do caminho, diversas cargas foram despejadas na pista.

Ao todo, 16 veículos foram atingidos pelo caminhão e várias pessoas ficaram feridas. Nilson Pedro parou o veículo somente no bairro Cidade Industrial de Curitiba, após ser abordado pela Polícia Militar (PM).

“Os relatos testemunhais e vídeos não deixam dúvidas de que o investigado Nilson Pedro dos Santos, de forma consciente, ao conduzir veículo automotor após a ingestão de bebida com teor alcoólico, o uso de substância entorpecente e imprimir velocidade excessiva por vários quilômetros de trecho urbano, desrespeitando as normas de segurança viária, agiu de modo a gerar grave risco aos usuários da via pública, bem como assumiu o risco de produzir eventual resultado lesivo”, diz o MP.

Em depoimento à polícia no dia da prisão, o caminhoneiro afirmou ter “surtado” após ter sido alertado por um colega de profissão que haviam dois homens em cima do caminhão que dirigia.

Com informações da Banda B, parceira do Portal aRede.

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