Fanáticos queriam 'purificar' show de Lady Gaga com bombas e morte de criança
O suspeito que alegava estar em “guerra espiritual” contra Lady Gaga foi localizado em Macaé, no Norte Fluminense
Publicado: 04/05/2025, 15:00

Uma história sombria, alimentada por discursos radicais e delírios religiosos, quase transformou um dos maiores eventos musicais do ano, que reuniu mais de 2 milhões de pessoas, em um cenário de terror. A Polícia Civil do Rio de Janeiro desbaratou um plano de ataque com explosivos que seria realizado durante o show da cantora Lady Gaga, em Copacabana, na noite de sábado (03), revelando uma rede digital de ódio direcionada a crianças, adolescentes e ao público LGBTQIA+, com motivações terroristas e supostos rituais satânicos.
O início das investigações ocorreu após o monitoramento de grupos online onde membros compartilhavam planos violentos disfarçados de “desafios” e “provas”. O líder desse grupo, identificado como um homem com histórico de publicações extremistas, prometia realizar um “sacrifício ritual”, alegando que seria uma resposta à suposta “influência satânica” da artista.
Em colaboração com o Ministério da Justiça, a operação contou com unidades especializadas em crimes cibernéticos, proteção à infância e juventude, além de antiterrorismo, mobilizando agentes em quatro estados do país. Foram expedidos mandados de busca e apreensão contra nove indivíduos. Entre eles, um adolescente que armazenava pornografia infantil no Rio de Janeiro e um homem preso em flagrante por porte ilegal de arma no Rio Grande do Sul.
De acordo com fontes da investigação, o grupo utilizava plataformas digitais para atrair jovens e promover a radicalização por meio de conteúdos de violência, incitação ao suicídio, pedofilia e teorias conspiratórias religiosas. “Não se trata apenas de discurso de ódio, mas de uma tentativa concreta de gerar terror simbólico e físico em grande escala”, afirmou a polícia do RJ.
O aspecto mais preocupante, segundo os agentes, foi a descoberta de planos que envolviam o uso de explosivos caseiros, como coquetéis molotov, com instruções compartilhadas em chats privados. A motivação, ainda de acordo com os investigadores, misturava fanatismo, busca por notoriedade e uma crença distorcida em “missões de purificação”.
O suspeito, que alegava estar em “guerra espiritual” contra Lady Gaga, foi localizado em Macaé, no Norte Fluminense, onde confessou sua intenção de atacar durante o show. Ele responderá por terrorismo e incitação ao crime, podendo ser processado mesmo sem a realização do atentado, pois a legislação brasileira pune atos preparatórios.
A operação recebeu o nome de Fake Monster, uma referência direta ao fandom da cantora, Little Monsters.
Com informações: Metrópoles.