Polícia investiga possível caso de intolerância religiosa em PG
Ocorrência teria acontecido entre um motorista de aplicativo e uma mulher medium, sua filha e irmã; delegado vai escutar os envolvidos na situação
Publicado: 11/04/2025, 00:07

A Polícia Civil do Paraná (PC/PR) está investigando um possível caso de intolerância religiosa no município de Ponta Grossa - o caso teria ocorrido na noite dessa quinta-feira (10), em um poste de combustíveis, na região da Vila Estrela. Equipes da Guarda Civil Municipal (GCM) e da Polícia Militar do Paraná (PM/PR) também estiveram na ocorrência.
Conforme as informações apuradas pela equipe de Jornalismo do Portal aRede, a situação teria acontecido com um motorista de aplicativo e uma mulher, medium e integrante de um terreiro, e sua filha e irmã mais nova. Após discussões, com o aparelho de celular da mulher quebrado, além de danos materiais no carro, as partes foram encaminhadas à Delegacia.
VERSÃO DA MULHER - De acordo com a mulher, ela teria solicitado um motorista de aplicativo para se dirigir ao terreiro. No local, ela cita à equipe de reportagem que entrou no veículo e o motorista, ao perceber suas vestes características de medium, teria se recusado a fazer a ‘corrida’. Na sequência, o condutor teria trancado a mulher, a filha e a irmã dentro do carro.
No decorrer da situação, segundo a mulher, o motorista teria acionado o alarme do veículo e ido em direção a uma rede de fast food. Com receio do que poderia acontecer, a mulher teria quebrado o vidro do carro com os braços, ocasionado lesões em seu corpo - ela estava com a filha e a irmã. Ela acusa o motorista de intolerância religiosa.

VERSÃO DO HOMEM - O Portal aRede também conversou com o motorista de aplicativo. Conforme sua versão da história, ele estaria no posto de combustíveis e teria solicitado para que a mulher fosse em direção ao local, já que estaria perto, pois ele estava no ponto de partida e abastecendo o veículo para seguir com a viagem.
Segundo o motorista, ao chegar no local, a mulher teria proferido xingamentos contra ele, dizendo que ele teria que buscar ela, e não ela ter ido até ele. Quando entraram no carro, o condutor alega que as palavras ofensivas continuaram. Diante disso, ele teria dito que cancelaria a ‘corrida’, pois não aceitaria ofensas em seu próprio veículo. Na sequência, o homem desceu do automóvel e foi em direção à lanchonete, pois não faria o trajeto desejado.
Conforme o motorista, a mulher, a filha e a irmã se recusaram a descer do carro. Como o veículo teria travas automáticas, quando foi até a lanchonete o automóvel teria trancado as pessoas em seu interior. Quando estava dentro do estabelecimento, o homem relata que ouviu o som do alarme do carro tocar, quando se deparou com uma das passageiras danificando o veículo.
Por fim, deu-se início da confusão, onde, em determinado momento, de acordo com o motorista de aplicativo, a mulher acabou quebrando o vidro do carro e caindo em cima do objeto, realizando cortes nos braços. Ele também afirma que acabou quebrando o celular da mulher, mas que não teria praticado nenhuma agressão física contra ela e nem feito qualquer tipo de intolerância religiosa.
DELEGACIA - Diante dos fatos, equipes da GCM foram até o local - segundo o motorista, acionadas por ele, além da PM/PR para realizar as diligências necessárias. Equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) também foi acionada para prestar socorro à mulher, que recusou o atendimento médico.
Por fim, os envolvidos foram encaminhados à 13ª Subdivisão Policial de Ponta Grossa (13ª S.D.P.), onde serão ouvidos pelo delegado de plantão. Nesta sexta-feira (12), uma nota deverá ser divulgada à imprensa sobre os acontecimentos. Câmeras de segurança também deverão ajudar na investigação do caso - o motorista afirma que tem imagens e testemunhas que comprovarão sua versão da história.
O vereador de Ponta Grossa Geraldo Stocco (PV), que também advoga para a mulher, concedeu entrevista ao Portal aRede e deu a versão da história da sua cliente. Confira abaixo: