PG investe R$ 4 mi para recuperar fundos de vale e promover urbanização sustentável
O objeto do contrato abrange ações nas bacias hidrográficas dos arroios Olarias, Pilão de Pedra e Ronda, incluindo a realização de estudos, mobilização social, regularização fundiária, entre outros
Publicado: 06/05/2025, 18:56

A Universidade Livre do Meio Ambiente (Unilivre) elabora um projeto de estudos para recuperação socioambiental e reurbanização de fundos de vale no perímetro urbano de Ponta Grossa. Conforme as informações que constam no contrato nº 731/2024, firmado entre a Unilivre e a Prefeitura Municipal, a iniciativa vai beneficiar diretamente as bacias hidrográficas dos arroios Olarias, Pilão de Pedra e Ronda.
O contrato tem valor de R$ 4,1 milhões. A vigência contratual é de um ano e teve início em outubro de 2024. A proposta abrange desde estudos ambientais e urbanísticos até mobilização comunitária, regularização fundiária e elaboração de anteprojetos de engenharia para implantação de parques lineares e melhorias em infraestrutura urbana - confira os detalhes do contrato.
Entre os serviços e estudos objeto do contrato que deverão ser entregues estão: a programação das pesquisas de campo e primeiras informações com dados secundários; e a programação do estudo como um todo, com cronograma para as três bacias.
O projeto também contempla a recuperação da mata ciliar, o desassoreamento de corpos hídricos e a análise de viabilidade para criação de parques e áreas de lazer nas regiões estudadas, contribuindo para a valorização urbana e a melhoria da qualidade de vida das comunidades locais.
Um dos pontos interessantes do projeto está no tópico que destaca a ‘elaboração de estudos técnicos conceituais e anteprojetos de engenharia, considerando inclusive a proposição de parques lineares e caminhos verdes’. Nesta parte do texto, a Unilivre se compromete em realizar estudo geológico-geotécnico e de estruturas hidráulicas e de drenagem. Também é mencionado a criação de anteprojetos de implantação de praças, parques lineares, áreas de lazer em áreas de até 10.000 m². Além disso, é mencionado o estabelecimento de anteprojeto de pavimentação, de sinalização, elétrico, de comunicação visual, engradamento metálico, impermeabilização; dragagem e a estimativa de custos de obra.

ETAPAS TÉCNICAS E SOCIAIS - A proposta também atenderá as demandas sociais. Haverá a identificação de lideranças comunitárias, reuniões de entrada nas áreas e assembleias com moradores, distribuição de materiais informativos e realização de plantões de atendimento e também a capacitação dos moradores sobre regularização fundiária.
Ainda haverá cadastro físico de imóveis e socioeconômico dos moradores, elaboração de mapas e produtos cartográficos e aplicação de pesquisas quali-quantitativas com questionários.
Entre os estudos ambientais, serão feitos os diagnósticos das bacias, proposição de melhorias no saneamento e controle de riscos geotécnicos/inundações e estratégias de recuperação de áreas degradadas e avaliação da sustentabilidade urbana-ambiental.
‘CAPITAL DAS ÁGUAS’ - O anúncio do projeto foi realizado pela prefeita Elizabeth Schmidt, durante entrevista concedida ao Portal aRede, na última sexta-feira (2). Na ocasião, ela destacou a reorganização urbana e a preservação de bacias hidrográficas. “Nós contratamos a Unilivre para fazer um projeto específico para a nossa cidade com relação às nossas águas. Eles deram um nome e disseram assim: Ponta Grossa é a cidade das águas do Paraná, a capital das águas do Paraná”, disse ela.
Segundo Elizabeth, o município possui mais de 20 bacias hidrográficas entre a zona urbana e rural. “Nós precisamos fazer alguma coisa, porque antigamente canalizavam rios, os rios estão embaixo da nossa cidade, depois deixamos as pessoas morarem na beira do rio, e agora estamos vendo que, com as mudanças climáticas, a nossa população está sofrendo”, afirmou.
O projeto inclui ações específicas para a bacia do rio Ronda, onde são frequentes os transbordamentos. “Essa semana ainda eu recebi o projeto só da bacia do rio Ronda. Vocês não têm ideia do tanto de água que tem no rio Ronda, e é por isso que ele transborda por cima da rodovia.”
O projeto prevê reassentamentos dignos, criação de parques e até acessos aéreos em áreas naturais. “Vai ser um show a nossa cidade daqui 50 anos”, projetou.