Prefeitura inicia trabalho para recuperar o Lago de Olarias em PG
Prefeitura inicia primeira etapa de desassoreamento na próxima semana, com duração de um dia na sondagem para seguir com obras em 2026; projeto faz parte de manutenção a longo prazo para otimizar efetividade do lago
Publicado: 01/10/2025, 18:47

A Prefeitura Municipal de Ponta Grossa, por meio da Secretaria de Meio Ambiente, a Secretaria de Infraestrutura e Planejamento e o Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Ponta Grossa (Iplan), anunciou que iniciará, na próxima semana, o processo de sondagens do tipo SPT, que utiliza o método de investigação geotécnica para identificar condições do solo, com a finalidade de realizar as obras de desassoreamento do lago, previstas para fevereiro de 2026. A data foi escolhida por compreender que, a partir do fim do ano, festividades do município são feitas no local e, além disto, moradores e visitantes devem passar a visitar o lago com mais frequência neste período.
Por conta desse procedimento, a prefeitura organizou, nesta quarta-feira (1º), uma coletiva para tirar dúvidas sobre o trabalho que ocorrerá no Lago de Olarias, em que a equipe de Jornalismo do Grupo aRede esteve presente. A primeira informação compartilhada sobre a obra no Lago de Olarias é que, ainda na primeira etapa do projeto, será necessário o rebaixamento do nível de água do local. Segundo Carla Kristki, secretária de Meio Ambiente de Ponta Grossa, a fase de estudo para a realização do desassoreamento contribuirá para evitar possíveis alagamentos. “Isto é necessário para entendermos onde e como proceder com as obras que serão feitas em fevereiro. Por esta razão, viemos a público para informar que o nível de água será rebaixado para a realização do estudo, mas, posteriormente, ele retornará ao nível normal”.
MANUTENÇÃO - Para a secretária, o projeto tem como fator de força a economia na manutenção do local. "É mais econômico trabalharmos com manutenção e prevenção do que com conserto de estragos que poderiam vir a acontecer, como alagamentos. Por isso, esse planejamento antecipado é tão importante", diz. A gestora responsável pelo departamento de Meio Ambiente de Ponta Grossa ainda reforçou que a obra se compromete com a proteção da fauna e flora da região.
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Luiz Henrique Honesko, secretário de Infraestrutura e Planejamento da cidade, conta que o projeto é resultado de uma pesquisa feita pensando na efetividade do lago a longo prazo. "Fizemos um levantamento que apontou que o lago está com um volume de solo depositado em aproximadamente 70 mil m², e isto inviabilizava outras obras. Este projeto foi licenciado pelo Instituto Água e Terra (IAT) e, a partir da semana que vem, faremos a sondagem no solo, que vai nos indicar qual a solução correta do desassoreamento. Neste primeiro momento, será um rebaixo parcial de água. O próximo passo é construir um 'caminho' para os caminhões, equipamentos pesados e os colaboradores trabalharem na obra", afirma.
LAGO DE OLARIAS - Para justificar a obra, Rafael Mansani, presidente do Iplan, explica que o lago é uma bacia de contenção que evita enchentes, e seu nível é flutuante a depender das chuvas e de seu descarregamento. "Juntamente com a água que ele recolhe, ele vai, com o tempo, sedimentando, e isto é o assoreamento. Por isso, é preciso de um planejamento em que, a cada período, você possa perceber que o nível de água deixa de ser efetivo. Os 70 mil m² de sedimento significam que não tem mais como entrar este volume de água no lago. Por isso, o nosso planejamento é a longo prazo, e visamos, neste momento, a recuperação da efetividade do Lago 1".
VAI SECAR? - Questionada se o lago irá, de fato, secar, por conta da sondagem, Carla Kritski diz que "O nível vai ficar bem baixo", mas o canal de trabalho, desde a comporta de entrada até a saída do lago, não pode ficar parado. "Na lateral do lago, sim, pode haver rebaixamento por completo quando as obras iniciarem em fevereiro de 2026, para que as máquinas façam a retirada do sedimento, e seco é completamente seco. Mas reforço que o canal de trabalho vai seguir correndo a água", complementa Mansani. "Vamos acompanhar o rebaixamento natural do lago, e no momento oportuno da sondagem, faremos ela. O trabalho está previsto para ser feito, em um ou dois dias, no máximo. Depois, o nível da água será recuperado".
Por fim, o presidente do Iplan indicou que é possível que a população veja o lago seco ainda neste período de estudo para o desassoreamento e, por conta do rebaixamento de nível e possível secamento da área, materiais orgânicos devem entrar em decomposição, gerando um cheiro incômodo que, segundo Carla, é natural do processo e será temporário.