Fisiculturismo: Uma história de superação, foco e premiações
Andreia Tokutake encontrou no fisiculturismo um novo propósito, venceu preconceitos e conquistou prêmios internacionais
Publicado: 04/12/2024, 12:46
Destaque no fisiculturismo em Ponta Grossa, Andreia Tokutake é sinônimo de foco, disciplina e determinação. Aos 40 anos, em meio a um quadro de depressão, ela encontrou no esporte o desafio que precisava para mudar sua vida. Hoje, aos 48, acumula conquistas, como o título de campeã em Los Angeles, e se tornou inspiração para muitas mulheres. No último episódio do Viver Bem, desta quarta-feira (04), ela foi a convidada para contar mais da sua história e objetivos.
Andreia começou sua jornada no fisiculturismo como forma de superação pessoal. “Eu precisava de algo desafiador e encontrei nesse esporte um motivo para me superar todos os dias. Fiz minha primeira competição aos 41 anos e desde então, cada vez que piso no palco, é como se fosse a primeira vez”, conta. Mas ela lembra que a prática desse esporte é difícil, porque não acaba quando sai da academia, o que exige muito foco e disciplina. “É 24 horas, é preciso estar atento a dieta, aos horários de alimentação, aos treinos que você tem que fazer pela manhã e às vezes com preparação à tarde. No início é mais difícil, mas é possível. Eu consegui, você consegue, todo mundo consegue”, afirma.
Antes do fisiculturismo, Andreia já mantinha uma rotina ativa com anos de prática em ballet, jazz, corrida e musculação. Entretanto, o novo esporte trouxe desafios, como o preconceito em relação à idade e à exposição física. “Teve muito preconceito por eu ser uma mulher casada e ser um esporte que você vai subir num palco, de biquíni e por conta da minha idade. Então, ali no comecinho algumas pessoas torceram o nariz e eu tive que mostrar que é um esporte, um esporte sério, que não tem idade para começar”, relata. Andreia ressalta que nesse momento o apoio da família, marido e filhos e da sua treinadora, foram fundamentais.
Atualmente, a rotina de Andreia é intensa. São treinos diários que combinam exercícios de força, cardio e abdominais, totalizando cerca de duas horas por dia, seis vezes por semana. A alimentação também é um pilar importante em sua preparação. “Tenho uma equipe que cuida de mim, e a dieta é muito regrada. Não sinto falta de escapadinhas porque isso é um estilo de vida que escolhi”, explica.
Andreia coleciona prêmios em competições internacionais, como o vice-campeonato no Sul-Americano em Lima, no Peru, e no Olympia Amador em Buenos Aires. Sua maior vitória veio em Los Angeles, onde conquistou o primeiro lugar. Ela conta que as outras competidoras, principalmente americanas, eram bem fortes e que se sentiu insegura. “Eu não tenho pernão sabe? Eu não uso nenhum tipo de atalho para ficar muito grande. Então, eu preservo muito a feminilidade e ali eu tava pensando ‘e agora, como que vai ser?’. Mas, graças a Deus, deu tudo certo e consegui trazer para o Brasil esse título de campeã do campeonato de Los Angeles. Foi incrível”, relata. Nessa competição, o marido e filhas de Andreia estavam presentes, o que, segundo ela, é um apoio fundamental para qualquer atleta.
A trajetória de Andreia não apenas rendeu troféus, mas também inspirou outras mulheres. “Recebo muitas mensagens de mães, mulheres acima dos 40, que se veem representadas em mim. Isso me motiva a continuar quebrando barreiras, mostrando que idade não é limite para quem deseja se superar”, completa. Embora planeje competir mais uma vez no próximo ano, Andreia considera reduzir o ritmo de competições, mantendo o esporte como parte de seu estilo de vida. Andreia encerra com uma mensagem de motivação: “Persistam, tenham disciplina e encarem isso como um estilo de vida. Com foco e dedicação, qualquer objetivo é possível.”
PRÓXIMO EPISÓDIO – No Viver Bem de sexta-feira (06), iremos contar histórias inspiradoras de paratletas que vem se destacando no cenário nacional em competições de Paraenduro. Não perca!