Estudos indicam alternativas terapêuticas sobre aumento da sobrevida de pacientes com câncer de pulmão | aRede
PUBLICIDADE

Estudos indicam alternativas terapêuticas sobre aumento da sobrevida de pacientes com câncer de pulmão

Durante o maior congresso de oncologia do mundo (ASCO) foi apresentado possibilidades de tratamento promissores para esse tipo de tumor

Entre 2023 e 2025, estima-se uma média anual de 32 mil novos casos de câncer de pulmão no Brasil
Entre 2023 e 2025, estima-se uma média anual de 32 mil novos casos de câncer de pulmão no Brasil -

Publicado por Mariele Zanin

@Siga-me
Google Notícias facebook twitter twitter telegram whatsapp email

O encontro anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO) divulgou notícias promissoras aos pacientes e especialistas em câncer de pulmão. Entre os estudos apresentados, um dos destaques do congresso é voltado para o câncer de pulmão de pequenas células (CPPC) - particularmente agressivo e que representa cerca de 10% a 15% de todos os cânceres de pulmão.  

O estudo de fase 3 IMforte mostrou resultados significativos no aumento da sobrevida dos pacientes, avaliando 660 pacientes que receberam terapia de manutenção após o tratamento inicial, ou seja, a combinação dos medicamentos lurbinectedina e atezolizumabe.  

A análise indicou que pacientes que receberam a combinação medicamentosa apresentaram sobrevida livre de progressão mediana de 5,4 meses, comparado com apenas 2,1 meses no grupo que recebeu somente atezolizumabe. Além disso, a sobrevida global mediana foi de 13,2 meses versus 10,6 meses, uma redução de 27% no risco de morte. 

Para a oncologista Ana Gelatti, da Oncoclínicas Rio Grande do Sul, esses avanços representam um marco importante no tratamento do câncer de pulmão avançado. "A combinação da lurbinectedina com atezolizumabe como terapia de manutenção traz uma esperança real para os pacientes, pois não só prolonga a sobrevida, mas também melhora a qualidade de vida, retardando a progressão da doença. Esse resultado reforça a importância de continuar investindo em pesquisas para tratamentos mais específicos e personalizados", destaca a especialista. 

Estudos e resultados promissores para o câncer de pulmão 

Além desse avanço, outras pesquisas apresentadas na ASCO trouxeram dados robustos sobre novas terapias para o câncer de pulmão: 

- Tarlatamabe: imunoterapia de nova geração, já aprovada no Brasil, foi comparada diretamente à quimioterapia tradicional, com resultados preliminares positivos, reforçando seu potencial;

- Anticorpos droga-conjugados (ADCs): terapias inovadoras que combinam precisão e potência no combate ao câncer. Estudos focaram especialmente em ADCs direcionados ao alvo B7-H3, com altas taxas de resposta, e em novas aplicações para pacientes com mutações no gene EGFR;

- Novos medicamentos orais: como o zipalertinibe (para mutações no EGFR) e o sevabertinibe (para mutações no HER2), que mostraram eficácia promissora em casos com mutações genéticas raras;

Embora muitas dessas terapias ainda não estejam disponíveis no Brasil, elas representam esperança para os pacientes. Esses avanços mostram como o tratamento oncológico tende a ser cada vez mais personalizado, com terapias adaptadas às características genéticas de cada tumor, proporcionando maior eficácia e menos efeitos colaterais. 

O risco moderno que chama atenção da medicina  

O cenário é alarmante, entre 2023 e 2025, estima-se uma média anual de 32 mil novos casos de câncer de pulmão no Brasil, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA). “Apesar dos avanços nas políticas de controle e das campanhas de conscientização que vêm sendo intensificadas ao longo dos anos, o cigarro ainda segue como um dos maiores desafios para a saúde pública, sendo responsável por um número alarmante de mortes evitáveis”, destaca a oncologista Ana Gelatti.  

Esse alerta torna-se ainda mais relevante diante do avanço no consumo de novas formas de tabaco, como os cigarros eletrônicos, especialmente entre os mais jovens - a idade média de experimentação de tabaco entre jovens brasileiros é de 16 anos, tanto para meninos quanto para meninas.  

Embora os estudos sobre os impactos dos cigarros eletrônicos ainda estejam em fase inicial, há evidências claras de danos pulmonares e outras doenças associadas ao seu uso. Esse comportamento reforça a importância de estratégias de prevenção, diagnóstico precoce e políticas públicas voltadas para a redução do tabagismo, tradicional e eletrônico.  

Diante do avanço dos casos e do impacto crescente nos custos da saúde, reforçar ações de prevenção e ampliar a conscientização da população sobre os impactos do tabagismo são fundamentais, além de incentivar o diagnóstico precoce a partir de exames e consultas de rotina. Segundo estudo apresentado pelo International Association for the Study of Lung Cancer (IASLC), quando detectado em fase inicial, as chances de sobrevida podem chegar a 90%. Já em estágios avançados, esse índice cai drasticamente, para cerca de 5%.  

Além disso, a oncologista também ressalta que não se deve esquecer de oferecer suporte aos fumantes que desejam largar o vício. “Além de levar informação qualificada à população nos espaços onde ela busca notícias e esclarecimentos, é imprescindível oferecer suporte a quem deseja abandonar o vício. Esse acolhimento não só contribui para reduzir a incidência de câncer e outras doenças relacionadas ao tabaco, mas também cria um exemplo positivo para as novas gerações, que hoje enfrentam o risco adicional das novas formas de tabagismo”, finaliza.

Com informações das Assessorias.

PUBLICIDADE

Conteúdo de marca

Quero divulgar right