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Tarifaço paralisa empresas da região e preocupa prefeitos

A BrasPine, Millpar e Sudati – com unidades em Jaguariaíva, Telêmaco Borba, Guarapuava e Ventania – anunciaram férias coletivas para funcionários

Prefeituras de Jaguariaíva, Telêmaco Borba, Denilson Baitala e Zelio Bitencourt comentaram sobre os impactos do tarifaço
Prefeituras de Jaguariaíva, Telêmaco Borba, Denilson Baitala e Zelio Bitencourt comentaram sobre os impactos do tarifaço -

João Iansen

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A crescente tensão comercial entre Brasil e Estados Unidos tem gerado reflexos diretos, como preocupações e incertezas, na economia dos Campos Gerais do Paraná. A medida foi tomada diante das recentes tarifas anunciadas pelo governo norte-americano.

O presidente dos Estados Unidos da América, Donald Trump, informou a aplicação de uma nova tarifa de 50% sobre produtos brasileiros importados, medida que entrará em vigor a partir de 1º de agosto. A decisão representa um aumento expressivo frente aos atuais 10% e atinge diretamente empresas com forte perfil exportador, como a BrasPine, Millpar e Sudati, que atuam em cidades da região.

Dado o cenário, prefeitos dos municípios buscam soluções e incentivos para evitar impactos maiores na economia local. Entretanto, os gestores admitem que não é possível fazer algo que resolva a situação de imediato.

O prefeito de Jaguariaíva, Juca Sloboda (PL), expressou preocupação com o momento, devido ao anúncio de férias coletivas a 700 funcionários da unidade da BrasPine na cidade. “O mercado da empresa é cerca de 98% de exportação aos Estados Unidos. A preocupação nossa é muito grande, são muitos empregos diretos e indiretos na cidade, o que traz um grande impacto. O tarifaço é algo que não será resolvido de um dia para o outro e quanto mais demorar, mais vai piorar essa situação”, comentou.

De acordo com o prefeito, a Prefeitura está buscando dar assistência, porém não é algo que está ao alcance da Administração. “Vamos estar junto da empresa, colaborando da melhor forma possível, mas, na prática não há muito o que fazer”.

Em Telêmaco Borba, onde em torno de 800 funcionários da BrasPine foram afetados, a prefeita Rita Araújo (PSD) aposta na regularização do novo Distrito Industrial. “Nosso distrito iniciou ainda na década de 90, mas agora vamos poder incentivar a instalação de empresas no local, isso porque é mais emprego e renda para nossa população”, afirmou.

Para o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Agricultura e Abastecimento, Weliton Franco, é difícil dizer alguma coisa especificamente a respeito da Braspine, mas ele ressalta que todas as empresas que fazem exportação para os EUA vão sofrer muito com a medida. “Difícil termos formas da Prefeitura driblar isso nesse primeiro momento, é algo complexo e leva tempo. Estamos trabalhando firmemente para criar um ambiente seguro para as empresas de nossa cidade se manterem firmes no Distrito, regularizando várias áreas que hoje se encontram sem a devida regularização. Todavia, em relação a está tarifa imposta é complexo e difícil encontrar meios de tratar a curto prazo”.

Com atuação no agronegócio, o prefeito de Guarapuava, Denilson Baitala (PSD), comentou a importância do setor na economia. “A indústria da madeira, os cereais, já é muito forte. Eu tenho certeza que, trabalhando junto com o Governo do Estado, com projetos, podemos potencializar ainda mais o setor”. Na cidade, trabalhadores da Millpar, empresa do setor madeireiro anunciou férias coletivas para seus funcionários, devido ao impacto das tarifas.

Para o prefeito de Ventania, Zelio Bitencourt (PL), a situação pode piorar. “No momento, foram concedidas férias coletivas, porém, se a situação não melhorar, pode passar a serem feitos avisos prévios para os funcionários”.

BRASPINE - A empresa BrasPine, referência na fabricação de molduras de Pinus, comunicou a adoção de férias coletivas para parte de seus funcionários na unidade de Jaguariaíva. A medida foi tomada diante das recentes tarifas anunciadas pelo governo norte-americano. Segundo apuração, aproximadamente 700 trabalhadores da unidade instalada na cidade deverão ser afetados. 

Em comunicado interno publicado, a empresa citou um “cenário desafiador” para justificar a suspensão temporária das atividades. Além da tarifa, a companhia enfrenta acúmulo de estoques nos armazéns locais e nos Estados Unidos, dificultando novas remessas. Comunicado foi emitido no dia 10 de julho. 

Em nota oficial, a empresa ressaltou a dificuldade enfrentada. “Estamos lidando com um cenário desafiador, mas mantendo o foco em um controle financeiro responsável, priorizando investimentos essenciais”.

Unidade da BrasPine em Jaguariaíva.
Unidade da BrasPine em Jaguariaíva. |  Foto: Divulgação.
 

Nessa terça-feira (22), a empresa Braslumber, do grupo da BrasPine comunicou a ampliação da medida para aproximadamente 800 funcionários da unidade em Telêmaco Borba. Somada a Jaguariaíva, a medida atinge 1,5 mil dos seus 2,5 mil colaboradores diretos, incluindo aqueles que trabalham em Telêmaco Borba. “A decisão foi motivada pela perda de competitividade frente a outros mercados exportadores, que seguem operando com tarifas entre 10% e 20%, enquanto os produtos brasileira enfrentam uma taxa de 50% - fator que impactou diretamente a demanda por madeira nacional”, diz nota divulgada.

Eduardo Loges, CEO da BrasPine, reconhece que as férias coletivas trazem impactos pessoais e organizacionais, mas aponta que a decisão busca proteger empregos e a continuidade da indústria a longo prazo. No comunicado, a empresa ainda reforça a expectativa para que negociações entre Brasil e Estados Unidos ocorram de forma responsável, diplomática e técnica.

Unidade da Braslumber em Telêmaco Borba.
Unidade da Braslumber em Telêmaco Borba. |  Foto: Divulgação.
 

MILLPAR - Com sede em Guarapuava, a Millpar, uma das maiores empresas do setor madeireiro da Região Central do Paraná, anunciou em 11 de julho a concessão de férias coletivas a seus funcionários por um período inicial de 15 dias, a partir de 14 de julho. A unidade instalada às margens da PR-466, entre o Parque Tecnológico Cidade dos Lagos e o distrito de Palmeirinha, a Millpar atua com produtos derivados de madeira, voltados quase integralmente à exportação. 

A medida preventiva responde ao aumento de tarifas impostas pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros, principal mercado de exportação da empresa.

Segundo a direção da empresa, a nova tarifa – que saltará de 10% para 50% em 1º de agosto – altera significativamente o cenário de viabilidade comercial com o mercado norte-americano. O Governo Federal busca reverter a decisão.

A Millpar atua com produtos derivados de madeira
A Millpar atua com produtos derivados de madeira |  Foto: Divulgação.
 

SUDATI - A empresa Sudati, localizada no Distrito do Novo Barro Preto, em Ventania, nos Campos Gerais, comunicou o aviso de férias coletivas a diversos funcionários. A medida está mantida até 12 de agosto. A decisão tem relação direta com a nova política tarifária adotada pelos Estados Unidos, que deve entrar em vigor a partir de 1º de agosto deste ano. A unidade de Telêmaco Borba também foi afetada.

Cerca de 100 funcionários serão afetados, mas o clima entre os trabalhadores e moradores da região é de incerteza e preocupação. Além da planta em Ventania, outras empresas do setor, como uma localizada em Ibaiti, também enfrentam dificuldades diante da mudança na política comercial dos Estados Unidos.

Enquanto isso, funcionários e comunidades locais acompanham os desdobramentos com apreensão, esperando que medidas possam ser tomadas para proteger a economia local e os postos de trabalho.

Unidade da Sudati em Ventania.
Unidade da Sudati em Ventania. |  Foto: Divulgação.
 

Com informações das assessorias de imprensa.

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