Infraestrutura digital é chave para crescimento econômico da cidade
Conselheira, empresária defende investimentos em infraestrutura digital e a garantia de inclusão digital para a segurança de serviços e desenvolvimento econômico
Publicado: 21/12/2025, 15:42

A conselheira da área empresarial do Grupo aRede, Giorgia Bin Bochenek, avalia que a definição sobre a infraestrutura de telefonia móvel e conectividade digital em Ponta Grossa será um legado de modernização para as próximas gerações.
O debate é referente a uma reportagem especial do Portal aRede
Para ela, é fundamental que o município assuma protagonismo na discussão com operadoras e órgãos reguladores, tratando a internet como utilidade pública essencial ao desenvolvimento. Além disso, a empresária defende metas claras de ampliação do 4G, implantação efetiva do 5G e mecanismos de fiscalização, garantindo competitividade econômica, inclusão digital e segurança para cidadãos e empresas.
Confira abaixo a opinião na íntegra da Giorgia, advogada, empresária e a primeira mulher presidente da Associação Comercial, Industrial e Empresarial de Ponta Grossa (Acipg):
"Nos últimos anos, testemunhamos uma revolução silenciosa que redefiniu a maneira como trabalhamos, nos relacionamos e consumimos. A internet móvel deixou de ser um luxo ou um acessório para se tornar, assim como a energia elétrica e a água tratada, uma utilidade pública essencial. É o oxigênio da economia digital, a espinha dorsal da inovação e a ponte que conecta Ponta Grossa ao Brasil e ao mundo. No entanto, uma parcela significativa da nossa cidade e da nossa região ainda enfrenta uma realidade de exclusão digital, onde a conectividade é um privilégio intermitente e não um direito garantido.
Os relatos são concretos e preocupantes. Em bairros mais afastados, a dificuldade de acesso a um sinal estável compromete atividades básicas da cidadania moderna: aulas remotas tornam-se impraticáveis, aplicativos bancários e de transporte falham, e até as chamadas de emergência podem encontrar barreiras. Na zona rural, este cenário assume proporções ainda mais graves, impactando diretamente a produção, a comercialização e a segurança de quem vive no campo. Profissionais que dependem da mobilidade, como os motoristas de aplicativo, veem sua fonte de renda comprometida pela instabilidade crônica das redes.
Contudo, como presidente da Associação Comercial, Industrial e Empresarial de Ponta Grossa (Acipg), preciso destacar com ênfase o impacto que esta deficiência impõe sobre o comércio e os serviços locais. Em uma era onde o Pix se consolidou como principal meio de pagamento e onde as máquinas de cartão operam via conexão celular, a queda do sinal significa, literalmente, a interrupção das vendas. O prejuízo é direto, mensurável e recorrente. Não se trata de um problema pontual, mas de uma barreira crônica à geração de renda e ao fluxo de caixa de milhares de micro, pequenos e médios empresários em todas as regiões da cidade. Um sinal instável mina a confiança do consumidor, prejudica a experiência de compra e onera o empreendedor, que muitas vezes precisa buscar alternativas custosas ou improvisadas para manter seu negócio funcionando.
E é neste ponto que chegamos à questão central: a conectividade é um fator decisivo de competitividade. Para o ambiente de negócios moderno, uma banda larga móvel e fixa de qualidade não é um detalhe, é pré-requisito. É ela que possibilita reuniões online estáveis com clientes e fornecedores de outros estados e países, videoconferências, transmissão de grandes eventos e o funcionamento de tecnologias na indústria. Empresas que avaliam a possibilidade de se instalar em Ponta Grossa consideram, de forma criteriosa, a qualidade da infraestrutura digital. A deficiência neste setor nos coloca em desvantagem na disputa por novos investimentos, empregos e inovação.
Portanto, tratar a melhoria da telefonia móvel e da infraestrutura digital é um pedido do comércio, mas também é uma demanda estratégica por desenvolvimento integral. Envolve a qualidade de vida dos cidadãos, a eficiência dos serviços públicos, a competitividade das empresas e a atratividade da nossa cidade para o futuro.
A Acipg, representando o setor produtivo que sente diariamente este prejuízo, coloca-se na linha de frente desta discussão. Defendemos a urgência de um diálogo ampliado entre as operadoras, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), o poder público municipal e a sociedade civil para estabelecer metas claras de cobertura, qualidade e investimento.
Precisamos de um mapa real da conectividade em Ponta Grossa, de compromissos públicos com prazos para a universalização do 4G de qualidade e a ampla implantação do 5G, e de mecanismos eficazes de fiscalização e resposta às falhas. A cidade que aspira a ser um centro logístico, industrial e de serviços modernos não pode conviver com zonas de silêncio digital. Vamos trabalhar, juntos, para que a conexão deixe de ser um obstáculo e se torne, de fato, o alicerce do nosso desenvolvimento".
CONSELHO DA COMUNIDADE
Composto por lideranças representativas da sociedade, não ocupantes de cargo eletivo, totalizando 14 membros, a iniciativa tem o objetivo de debater, discutir e opinar sobre pautas e temas de relevância local e regional, que impactam na vida dos cidadãos, levantados semanalmente pelo Portal aRede e pelo Jornal da Manhã, com a divulgação em formato de vídeo e/ou artigo.
Conheça mais detalhes dos membros do 'Conselho da Comunidade' acessando outras notícias sobre o projeto.
OUTRAS OPINIÕES
- A 'arritmia digital' da conectividade é um risco à saúde e segurança em Ponta Grossa
LEIA ABAIXO UM RESUMO DA NOTÍCIA
- Conectividade como serviço essencial: Giorgia Bin Bochenek defende que a telefonia móvel e a internet devem ser tratadas como utilidade pública, fundamentais para cidadania, serviços, negócios e desenvolvimento futuro de Ponta Grossa.
- Impactos econômicos e sociais do sinal precário: A instabilidade da rede afeta aulas, serviços de emergência, zona rural e compromete diretamente o comércio, com prejuízos recorrentes para empresas que dependem de pagamentos e operações digitais.
- Protagonismo e metas claras: A conselheira cobra liderança do município no diálogo com operadoras e Anatel, com mapeamento real da cobertura, prazos para universalização do 4G, implantação do 5G e fiscalização efetiva.





















