Senado se reúne após Alcolumbre afirmar que não aceita 'intimidações'
Casa votará projeto sobre isenção no Imposto de Renda para quem recebe até dois salários mínimos
Publicado: 07/08/2025, 07:41

Após a Câmara dos Deputados retomar os trabalhos na noite de quarta-feira, o Senado se reúne em sessão virtual nesta quinta. O presidente da Casa, Davi Alcolumbre (União-AP), afirmou que não vai tolerar "intimidações".
"Não aceitarei intimidações nem tentativas de constrangimento à Presidência do Senado. O Parlamento não será refém de ações que visem desestabilizar seu funcionamento. Seguiremos votando matérias de interesse da população, como o projeto que assegura a isenção do Imposto de Renda para milhões de brasileiros que recebem até dois salários mínimos. A democracia se faz com diálogo, mas também com responsabilidade e firmeza", disse o presidente do Senado.
A postura foi elogiada pelo líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (PT-AP):
— Alcolumbre se portou como líder. A correção do IR será votada, o que permitirá a isenção do imposto a 10 milhões de brasileiros. A partir de segunda-feira, o plenário do Senado será retomado. Se não saírem de lá, a presidência se valerá dos meios necessários.
O objetivo da sessão, marcada para 11h, é votar o texto que estipula a isenção de Imposto de Renda para quem recebe até dois salários mínimos, iniciativa proposta pelo governo Lula que já está em vigor por meio de uma MP que expira na segunda-feira.
Na véspera, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), conseguiu abrir a sessão da Casa após dois dias de paralisação promovida pela oposição. Ele criticou obstrução, disse que agressões não resolvem os problemas do país e que tampouco a democracia pode ser negociada. A sessão foi encerrada em menos de vinte minutos, com um discurso de Motta e sem votações.
— Não vai ser na agressão que vamos resolver. Eu peço para que todos deixem o espaço da Mesa, de forma educada — disse Motta ao assumir o microfone. — Durante todo o dia, dialogamos com todos os líderes dessa Casa e quero começar dizendo que a nossa presença hoje é para garantir a respeitabilidade inegociável desta mesa e para que esta Casa se fortaleça. Até para atravessar limites há limites. O que aconteceu aqui não foi bom. O que aconteceu, a obstrução, não fez bem a esta Casa. A oposição tem todo o direito de se manifestar, mas dentro do nosso regimento.
Sem citar diretamente a prisão de Bolsonaro, Motta afirmou que fatos recentes provocaram "ebulição":
— Precisamos reafirmar nosso compromisso, mas uma série de acontecimentos recentes nos deu esse sentimento de ebulição. Não vivemos tempos normais, não podemos negociar nossa democracia. Não podemos deixar que projetos individuais possam estar à frente daquilo que une todos nós, que é o nosso povo e população. O compromisso que assumi com as lideranças era seguir com as pautas sem preconceito. Esta mesa não negocia a presidência. Não me distanciarem da serenidade, do equilíbrio, nem da firmeza necessária. Desta presidência, não terão omissão.
A deputada Júlia Zanatta (PL-SC) chegou a levar a filha de quatro meses o plenário e sentou na mesa da presidência da Câmara. Porém, quando Motta chegou no plenário, ela se retirou.
Informações: Folha de Pernambuco