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Entenda o plano de fuga 'RAFE-LAFE', citado na decisão de Moraes

Tática militar descoberta pela PF previa retirada estratégica de Bolsonaro em caso de fracasso do golpe em 2022

Moraes avalia que grupo político de Bolsonaro tentou reimplementar o plano de extração para fora do país
Moraes avalia que grupo político de Bolsonaro tentou reimplementar o plano de extração para fora do país -

Publicado por Iolanda Lima

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Na decisão em que determinou a conversão da prisão preventiva domiciliar de Jair Bolsonaro para a prisão preventiva comum, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), citou um plano de fuga descrito pela Polícia Federal no inquérito que originou a condenação do ex-presidente. O plano segue uma doutrina militar, chamada "RAFE-LAFE", utilizada para retirar alvos de território hostil.

As siglas "RAFE-LAFE" significam "Rede" e "Linha" de Auxílio à Fuga e Evasão. Segundo a PF, o esquema foi desenvolvido após a derrota eleitoral de Bolsonaro em 2022, para ser acionado caso a tentativa de golpe não fosse bem sucedida. A estrutura do plano é descrita como uma operação de retirada com apoio logístico e cobertura institucional, típica de ações militares em território hostil.

Segundo o relatório da PF, a RAFE consistia em uma rede de apoio encarregada de preparar o ambiente para a fuga, garantindo segurança, rotas protegidas e proteção contra interceptações. Já a LAFE funcionaria como uma linha de recepção, responsável por acolher o fugitivo em um local seguro, dentro ou fora do território nacional. A estratégia previa atuação coordenada de duas frentes com funções complementares: retirar e esconder.

O desenho original, descoberto em 2024, previa a ocupação de instalações como os palácios do Planalto e da Alvorada, usados como zonas temporárias de proteção para impedir o cumprimento de ordens judiciais. Também estavam previstos o uso de veículos e armamentos do Exército, além de rotas clandestinas e eventual transporte aéreo para fora do país.

Moraes avalia que a vigília anunciada pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) próxima ao condomínio de Bolsonaro, em Brasília, seria parte de uma tentativa de retomar o plano. "O tumulto causado pela reunião ilícita de apoiadores do réu condenado tem alta possibilidade de colocar em risco a prisão domiciliar imposta e a efetividade das medidas cautelares, facilitando eventual tentativa de fuga do réu", apontou.

O ministro também citou a fuga do deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ), co-réu no processo que resultou na condenação de Bolsonaro, aos Estados Unidos, mesmo país para onde o ex-presidente deveria ser enviado conforme o plano RAFE-LAFE. Moraes ainda ressaltou que a residência de Bolsonaro fica a poucos minutos de carro das embaixadas da Argentina e dos Estados Unidos, podendo configurar possíveis destinos em um novo plano.

Com informações do Congresso em Foco

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