Brasil supera EUA e se torna o maior produtor de carne bovina do mundo
Projeções do USDA indicam produção de 12,35 milhões de toneladas em 2025, maior volume global desde a década de 1960
Publicado: 17/12/2025, 11:42

A pecuária brasileira consolidou um feito histórico no agronegócio global ao ultrapassar os Estados Unidos e assumir o posto de maior produtora de carne bovina do mundo em 2025, de acordo com projeções de um relatório divulgado pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).
Pela primeira vez desde a década de 1960, o Brasil deverá liderar o ranking mundial da produção bovina, retomando uma posição que historicamente esteve concentrada nos Estados Unidos ao longo das últimas décadas.
Conforme os dados do USDA, a produção brasileira de carne bovina alcançou 12,35 milhões de toneladas em 2025, enquanto os Estados Unidos ficaram em 11,81 milhões de toneladas no mesmo período, considerando o peso do animal abatido, principal métrica adotada internacionalmente para medir a produção de proteína bovina.
A projeção do órgão norte-americano é superior à estimativa mais recente do governo brasileiro, que havia projetado uma produção de 11,38 milhões de toneladas para este ano.
Fatores que impulsionaram a liderança
A conquista brasileira é resultado de avanços consistentes em genética, manejo de rebanho e eficiência nos sistemas de produção e abate, que ao longo dos últimos anos permitiram ganhos relevantes de produtividade e escala.

Em 2024, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) contabilizou um abate recorde de 39,2 milhões de cabeças em todo o país, número 15% superior ao registrado em 2023 e quase 5 milhões de cabeças acima do recorde anterior, de 2013.
Desse total, 16,9 milhões de animais abatidos foram fêmeas, um crescimento de 19% na comparação anual, o que também representou um recorde histórico para a pecuária nacional voltada à reprodução.
Outro fator relevante é o aumento do peso médio dos animais abatidos. Em 2015, a média nacional girava em torno de 240 quilos de carne por cabeça.
Atualmente, esse volume supera os 260 quilos em diversos sistemas produtivos e regiões do país, refletindo ganhos em nutrição, genética e manejo.
Além disso, há cerca de 20 anos o Brasil já ocupa a posição de maior exportador mundial de carne bovina, consolidando sua presença em múltiplos mercados internacionais.
Esse processo de diversificação de destinos ganhou tração em meio a barreiras comerciais adotadas por grandes mercados nos últimos anos, o que incentivou a ampliação da base de compradores além dos tradicionais.
Com isso, o país passou a responder por mais de um quinto da produção global de carne bovina, com participação estimada em cerca de 20% do volume mundial em 2025, segundo estimativas do setor. Em termos práticos, a cada cinco quilos de carne bovina consumidos no mundo, um quilo teve origem em fazendas brasileiras.
Projeções para 2026
O relatório do USDA também indica que, em 2026, a diferença entre Brasil e Estados Unidos tende a se estreitar significativamente.
As projeções apontam produção de aproximadamente 11,7 milhões de toneladas no Brasil e 11,71 milhões de toneladas nos EUA, configurando um cenário de equilíbrio praticamente estatístico no topo do ranking global.
O ambiente internacional segue influenciado por desafios estruturais. Nos Estados Unidos, o rebanho bovino atingiu níveis historicamente baixos no início de 2025, pressionando a produção local e reduzindo a oferta disponível, o que contribuiu para a recomposição relativa da liderança brasileira.
Mesmo com a disputa mais apertada projetada para os próximos anos, a posição alcançada em 2025 reforça o papel do Brasil como ator estratégico na segurança alimentar global, em um contexto de demanda crescente por proteínas de origem animal em diversas regiões do mundo.
As informações são do Portal Agrofy News.





















