Ponta Grossa teve quase 80 mil votos 'jogados fora' no segundo turno | aRede
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Ponta Grossa teve quase 80 mil votos 'jogados fora' no segundo turno

Dados levam em consideração a soma dos votos nulos, brancos e dos eleitores que não compareceram às urnas no dia da votação

Dados foram compilados pelo articulador político Lauro Padilha
Dados foram compilados pelo articulador político Lauro Padilha -

Matheus Gaston

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Depois de registrar a maior abstenção em eleições municipais em 36 anos, Ponta Grossa também alcançou outro índice preocupante no segundo turno, disputado no último domingo (27). Levantamento feito pelo articulador político Lauro Padilha, com base em estatísticas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mostra que 79.992 votos foram “desperdiçados” no pleito.

Os dados levantados consideram a soma de nulos (6.801), brancos (4.670) e de eleitores que não compareceram às urnas (69.241) - o total representa 30,83% do eleitorado ponta-grossense. No primeiro turno, em Ponta Grossa, o número de votos “jogados fora” chegou a 75.240, um aumento de 6,3% entre os pleitos.

O articulador política observa que, apesar do crescimento do eleitorado nos últimos 12 anos, o comparecimento às urnas não se elevou na mesma proporção. “A quantia de eleitores aumentou em mais de 33 mil pessoas até 2024. No entanto, a alta no comparecimento às urnas foi de apenas 5,7 mil no período”, indica Lauro. 

Apesar de ter um eleitorado de 259.463 pessoas, no primeiro turno, somente 197.250 votaram. No segundo turno, esse valor cai para 190.222 eleitores presentes, o que representa 26,69% de abstenção no pleito municipal.

Lauro Padilha destaca que o aumento no número de ausentes na votação é uma tendência que se repete pelo Brasil e diz que se assusta com a passividade dos eleitores diante dos índices registrados. “Os percentuais de votos nulos e branco pouco mudaram em 12 anos, mas as abstenções subiram expressivamente. Com a multa de R$ 3,51 por pleito, o eleito prefere se abster e deixar de manifestar sua vontade no ato eleitoral”, considera.

O articulador defende que a Justiça Eleitoral e a sociedade organizada, como associações, federações, ONGs, conselhos de classe e partidos políticos, se movimentem para tentar reverter a abstenção. Lauro finaliza sua análise citando uma frase do economista britânico Arnold Toynbee: "O maior castigo para aqueles que não se interessam por política, é que serão governados pelos que se interessam".

PESQUISA - No último domingo (27), a presidente do TSE, ministra Cármen Lúcia, anunciou que uma pesquisa deverá ser feita para descobrir as causas das abstenções e tentar reduzir o não comparecimento nas próximas eleições, que acontecem em 2026.

No cenário nacional, as ausências subiram de 21,68% no primeiro turno para 29,26% no segundo. As eleições de 2024 registraram o segundo maior volume de ausências da história, só perdendo para 2020, no auge da pandemia de Covid-19, quando 23,2% deixaram de votar no primeiro turno e 29,5% no segundo turno.

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