Guarda Mirim completa 60 anos com ações que fortalecem vínculos e transformam vidas

Há seis décadas, a Guarda Mirim de Ponta Grossa desempenha um papel fundamental na formação cidadã de crianças e adolescentes. Fundada pelo senhor Barros, a instituição nasceu de um gesto de sensibilidade: após visitar jovens detidos na cadeia pública da cidade, o fundador pediu que eles fossem retirados daquele ambiente, dando início a um projeto que até hoje oferece oportunidades, proteção e acolhimento.

Atualmente, o serviço atende 192 crianças e adolescentes, além de seus familiares, dentro da Proteção Social Básica do município. Segundo Marieli Villas Boas, assistente social da instituição, os atendimentos incluem oficinas diversas, como argila, informática, civismo e educação ambiental, todas pensadas para estimular habilidades, autonomia e convivência.

A Guarda Mirim mantém ainda a Fazenda Escola no Guaragi, onde os estudantes têm contato direto com práticas ambientais. Para os adolescentes que se aproximam do mercado de trabalho, há mais de 30 anos existe uma parceria consolidada com a UEPG, que oferece preparação profissional e possibilita estágios remunerados.

A instituição também acolhe jovens encaminhados pela Vara da Infância, CRAS e demandas espontâneas, sempre após entrevista com cada família. “Também trabalhamos muito com as mães, oferecendo rodas de conversa, apoio emocional e atividades que fortalecem a autoestima e o vínculo com os filhos”, explica Marieli.

O civismo é uma das marcas históricas da Guarda Mirim. O educador social Izaias Mazepa, instrutor de civismo, explica que os adolescentes participam da Ordem Unida, cursos de graduação interna e atividades que reforçam disciplina, hierarquia e coordenação motora.

“Muitos começam a se interessar por carreiras como Polícia Militar, Exército ou Corpo de Bombeiros. É algo que não se encontra em outras escolas, e faz parte da identidade da instituição desde a época do seu Barros”, destaca Izaias. Segundo ele, o impacto também é visível no comportamento: “Eles desenvolvem mais foco, responsabilidade e até hábitos de atividade física que não tinham antes.”

A rotina da instituição inclui ainda a oferta de alimentação saudável para todos os atendidos. Bethy Tavares, chef de cozinha, conta que são servidas cerca de 200 refeições diárias. “É um prazer enorme preparar comida para eles. Servimos sempre saladas variadas, arroz, feijão, duas guarnições e carne. Tudo feito com carinho e pensando na saúde deles”, afirma.

A Guarda Mirim se mantém por meio de repasses da Fast PG, doações de voluntários, empresas e contribuições via imposto de renda. Além disso, a instituição possui iniciativas próprias, como panificação e cultivo de verduras orgânicas. Campanhas de arrecadação de alimentos também ajudam a sustentar as atividades.

“E vale lembrar: a Guarda Mirim é totalmente gratuita”, reforçam os entrevistados. Em breve, a instituição abrirá matrículas para o próximo ano e convida a comunidade a visitar o espaço e conhecer de perto o trabalho realizado. Acompanhe pelo Instagram @guardamirim.iedc.