Senadores dos EUA desafiam Trump e apresentam projeto contra tarifaço ao Brasil

O poder e as medidas de Donald Trump estão na mira e sendo contestado nos Estados Unidos. Isto porque um grupo de senadores norte-americanos apresentou nesta quinta-feira (18) um projeto de lei que busca derrubar as tarifas de 50% impostas pelo presidente dos EUA sobre produtos brasileiros. 

A medida, ainda sem data de votação, contesta a base legal usada pelo presidente para justificar os aumentos e pode forçar um debate interno sobre os limites de poder da Casa Branca. As sobretaxas, anunciada em julho e aplicadas em agosto, somaram 40% adicionais aos 10% já em vigor desde abril.

Trump se apoiou na Lei de Poderes Econômicos de Emergência Internacional (IEEPA), mas os parlamentares argumentam que a política comercial é competência exclusiva do Congresso.

TARIFAÇO - Entre os autores estão o democrata Chuck Schumer, líder da minoria, e o republicano Rand Paul, além de Jeanne Shaheen, Tim Kaine, Ron Wyden, Peter Welch e Angus King. Apesar das divergências políticas, o grupo convergiu ao afirmar que as tarifas elevam custos de alimentos, prejudicam consumidores americanos e aproximam o Brasil da China.

“O presidente dos Estados Unidos não tem autoridade, sob a IEEPA, para impor tarifas unilateralmente. A política comercial pertence ao Congresso, não à Casa Branca”, disse Rand Paul. Schumer foi mais duro: “Os americanos não merecem que Trump faça política com seu sustento e seu bolso. Já passou da hora de encerrar essa loucura”.

“As tarifas que Trump impôs para tentar impedir que o Brasil processe um de seus amigos são ultrajantes. Nossa política econômica deve servir ao interesse dos americanos, não a vinganças pessoais.”

IMPACTO - Segundo os senadores, os Estados Unidos importam anualmente mais de US$ 40 bilhões do Brasil — cerca de US$ 2 bilhões apenas em café, produto que não pode ser cultivado em escala no país e que já registra alta histórica nos preços. O comércio bilateral, lembram, sustenta aproximadamente 130 mil empregos nos EUA.

Apesar da iniciativa, analistas avaliam que a proposta tem poucas chances de avançar nas duas Casas do Congresso. Ainda assim, o gesto é visto como um sinal político relevante, capaz de pressionar republicanos a se posicionarem contra ou a favor das medidas de Trump.

Com informações de: Agrofy News.