Neymar não vai comprar briga se Jorge Jesus assumir a seleção: 'Sou apenas jogador'

Neymar sabe que Jorge Jesus é um treinador rígido.  

Não se curva para jogador de futebol, independentemente da fama, do lobby ou do número de seguidores. Exigente e disciplinador, é o comandante absoluto das equipes que treina.  

“O velho é embaçado”, resumiu o atacante do Santos em conversa com o senador Romário, no seu podcast. Quando disse isso, Neymar nem imaginava que seu ex-técnico no Al-Hilal se tornaria o favorito para substituir Dorival Júnior na seleção brasileira.  

O mundo do futebol sabe que a saída de Neymar do clube árabe teve a influência do treinador português.  

Jorge Jesus foi direto com a diretoria do Al-Hilal: o brasileiro não tinha condições físicas de voltar a atuar em alto nível rapidamente. Após um ano e um mês afastado por conta da cirurgia de reconstrução dos ligamentos cruzados do joelho esquerdo, o técnico sabia que levaria meses para ele recuperar ritmo de jogo. Além disso, havia o risco elevado de lesões musculares, um efeito colateral comum após tanto tempo parado.  

“É um jogador que ninguém duvida, de nível mundial. Mas, fisicamente, não tem conseguido acompanhar a equipe”, declarou Jorge Jesus.  

Neymar não gostou da declaração e rebateu: “Fiquei muito chateado com as palavras do Jorge Jesus. Ele disse que eu não estava na mesma condição da equipe, mas nos treinamentos eu demonstrava estar apto a jogar. Nos coletivos, eu decidia as jogadas, fazia os gols. Ele colocava um monte de minhoca na cabeça dele”, afirmou o craque.  

“Nem gosto de falar sobre esses assuntos polêmicos, mas essa é a realidade. Quando ele deu essa informação [sobre minha condição física], eu sabia que mostraria algo diferente dentro de campo. O jogo fala. É o único lugar onde consigo me defender”, completou em entrevista à CazéTV.  

O tempo passou, Dorival Júnior foi demitido e Jorge Jesus se tornou o principal alvo do presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, que segue impressionado com o trabalho do português no Flamengo.  

Na Gávea, ele conquistou Libertadores, Campeonato Brasileiro, Recopa Sul-Americana, Supercopa do Brasil e Campeonato Carioca.  

Diante desse cenário, surgiu a dúvida: Neymar trabalharia com Jorge Jesus? Jorge Jesus aceitaria Neymar na equipe?  A resposta para ambas as perguntas é sim.

Afastado da seleção desde sua lesão, Neymar já não tem a mesma influência de antes. Além disso, Ednaldo Rodrigues não aceitaria qualquer veto do jogador. Algo que, até o momento, não aconteceu.  

“Sou apenas um jogador”, disse Neymar ao podcast Charla, já após a demissão de Dorival Júnior.  

Jorge Jesus, aos 70 anos, é experiente e sabe da importância de um cargo como o de treinador da seleção brasileira. Muito mais relevante do que sua passagem pelo Al-Hilal.  

Caso seja contratado, ele não iniciará seu trabalho sem Neymar.  

Na CBF, a exigência principal é que Jorge Jesus esteja livre em junho para comandar o Brasil nos jogos contra Equador e Paraguai, pelas Eliminatórias. Isso significaria abrir mão da participação do Al-Hilal no Super Mundial de Clubes, algo que o técnico já teria aceitado, ciente das dificuldades de conquistar o título.  

Apesar da indefinição pública, faltam três meses para o desfecho da situação. E, no futebol, tudo pode mudar rapidamente.  

Mas Neymar já deixou claro: não pretende criar atrito caso Jorge Jesus assuma a seleção.

Com informações do Esportes R7