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Brasil é campeão do Mundial de Atletismo Paralímpico pela primeira vez na história

Com 50 esportistas, todos patrocinados pelo Governo do Brasil, país termina campanha na Índia com 44 pódios; dos prêmios, 15 são medalhas de ouro

Jerusa Geber se tornou a brasileira com maior número de conquistas em mundiais de atletismo paralímpico
Jerusa Geber se tornou a brasileira com maior número de conquistas em mundiais de atletismo paralímpico -

Lilian Magalhães

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O atletismo paralímpico brasileiro subiu o sarrafo e saiu neste domingo de Nova Déli, na Índia, com o status de maior potência mundial da modalidade pela primeira vez na história. Com 50 esportistas na delegação, 100% deles apoiados pelo Bolsa Atleta do Governo do Brasil, a equipe nacional encerrou a competição neste domingo, 5 de outubro, com 15 ouros, 20 pratas e nove bronzes, um total de 44 medalhas.

O resultado deixou para trás a até então maior potência da modalidade, a China, que fechou a participação com mais medalhas, 52, mas subiu menos ao topo do pódio: 13 vezes. O Brasil já vinha “namorando” o topo geral de tabela de classificação há tempos. Nas últimas três edições (Kobe 2024, Paris 2023 e Dubai 2019), o país tinha terminado na segunda colocação. Para se ter uma ideia do tamanho do feito, foi a segunda vez na história em que a China não ficou no topo no quadro de medalhas (a primeira havia sido há 12 anos, em Lyon 2013, quando a Rússia foi a vencedora).

MELHOR QUE PARIS – O resultado do Brasil na Índia é melhor, inclusive, que a campanha nacional nos Jogos Paralímpicos de Paris 2024 (36 medalhas e dez ouros). Com o feito inédito, o Brasil acumula agora 348 medalhas na história dos mundiais de atletismo paralímpico: 122 ouros, 110 pratas e 116 bronzes.

PROMISSOR – “Quebramos o recorde de número de medalhas de ouro e o número total de medalhas dos Jogos Paralímpicos de Paris. Esse primeiro ano do ciclo para Los Angeles mostra que o Brasil vem muito forte. Oito atletas estrearam em Nova Déli e fizeram excelentes marcas, com recordes mundiais”, disse Yohansson Nascimento, vice-presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) e chefe da Missão na Índia.

PÓDIO TODO DIA – Os brasileiros subiram ao pódio em todos os dias da competição em Nova Déli, que teve início em 27 de setembro, e lideraram o quadro geral ao longo de toda a disputa. Só neste domingo, último dia de provas, foram seis pódios, sendo três ouros, uma prata e dois bronzes.

18 ESTADOS – Os 50 atletas brasileiros em Déli são naturais de 18 estados (SP, RJ, MG, ES, RS, SC, PR, MS, PE, BA, RN, PB, PA, PI, MA, AC, RO e AP), retrato de que o esporte paralímpico vem ganhando permeabilidade. Segundo Yohansson, a pluralidade é resultado de investimentos descentralizados. “É um trabalho que o CPB vem desenvolvendo desde a iniciação ao alto rendimento, com festivais paralímpicos em 120 cidades, atendendo mais de 40 mil crianças só nas edições deste ano. Os meetings, nas 27 unidades federativas, a descobertas de novos atletas, os centros paralímpicos, que hoje são 86. O Brasil sai do eixo do sudeste e espalha o programa por todo o país”, celebra. O CPB tem patrocínio da Caixa e da Loterias Caixa. O Centro de Treinamento Paralímpico, principal estrutura da modalidade no país, foi construído a partir de investimentos do Governo do Brasil e é um dos legados dos Jogos Rio 2016.

13 VEZES JERUSA – No último dia de competições, a acreana Jerusa Geber conquistou a segunda medalha de ouro na Índia ao vencer a prova dos 200m T11 (atletas com deficiência visual), com 24s88, o melhor dela na temporada. De quebra, Jerusa se tornou a brasileira, entre homens e mulheres, com maior quantidade de pódios na história dos Mundiais. Ela soma 13, sendo sete ouros, cinco pratas e um bronze, superando o recorde que era da mineira Terezinha Guilhermina, com 12 no total. Antes, ela já havia sido a mais rápida nos 100m, pela quarta vez na história.

‘QUERO TUDO' – “Estou muito feliz. Dois objetivos concluídos com sucesso: o tetra nos 100m e sair daqui como a atleta com maior número de medalhas em mundiais. Cheguei e estou saindo sem dor, sem lesão. É claro que quero ir para Los Angeles 2028. Eu quero o penta, o hexa, quero tudo. Até onde aguentar, quero ir”, analisou Jerusa, após a vitória. Outra brasileira na final, a potiguar Thalita Simplício, ficou com o bronze, com 25s97. Foi a décima medalha da atleta, que também foi tetracampeã nos 400m T11.

PENTA DE PETRÚCIO - A competição marcou o pentacampeonato mundial nos 100m T47 do velocista paraibano Petrúcio Ferreira, o paralímpico mais rápido do mundo. Ele fechou a prova em Déli com 10s66, numa corrida de recuperação, decidida na foto, dois centésimos à frente do chinês Shi Kangjun e quatro do marroquino Ayamane El Haddaoui. “O quinto título foi mais difícil que o primeiro. A competitividade e a cobrança que tenho com meu corpo estão cada vez maiores. Estou há 12 anos invicto nessa prova. Isso não é só parte física, é psicológica também”, disse Petrúcio, imbatível na prova desde o Mundial de Londres, em 2017.

TETRA PARA BETH - Outra marca importante veio com a veterana Beth Gomes. Ela se manteve no topo do lançamento de disco F53 pela quarta vez com a marca de 17,35m, distância bem maior que a segunda colocada, a ucraniana Zoia Ovsill (14,16m) e a terceira, Elena Gorlova, do país neutro (13,10m). A lançadora de Santos (SP) é a atual recordista mundial da prova, com 18,48m. “É um campeonato que vai ficar marcado na minha vida, conquistando o tetra. Só tenho gratidão por todos que estão à minha volta, aos treinadores, à minha equipe multidisciplinar”, celebrou.

BOLSA ATLETA - Atualmente, o programa Bolsa Atleta, do Governo do Brasil, patrocina 1002 esportistas do atletismo paralímpico, nas modalidades estudantil, nacional, paralímpico e pódio.

CONFIRA TODOS OS RESULTADOS DOS BRASILEIROS

Alan Fonteles – T64
100m – 4º lugar (11s05)
400m – 4º lugar (59s03)

Alessandro Silva – F11
Lançamento de disco – Prata (40,14m)
Arremesso de peso – 6º lugar (12,02m)

André Rocha – F52
Lançamento de disco – Prata (19,29m)

Antônia Keyla – T20
1.500m – Ouro (4min19s22)

Aser Ramos – T36
Salto em distância – 5º lugar (5,70m)

Bartolomeu Chaves – T37
200m – Prata (23s10)
400m – Ouro (50s13)

Beth Gomes – F53
Lançamento de disco – Ouro (17,35m)
Arremesso de peso – Prata (7,78m)

Christian Gabriel – T37
100m – Prata (11s23)
200m – DNS (não participou da prova, em inglês)

Cícero Nobre – F57
Lançamento de dardo – 4º lugar (49,45m)

Clara Daniele – T12
100m – DNF (não terminou a prova, em inglês)
200m – Ouro (24s42)

Claudiney Batista – F56
Lançamento de disco – Ouro (45,67m)

Daniel Martins – T20
400m – Prata (47s50)

Daniele Jesus dos Santos – T12
100m – DQ (desclassificada)
200m – DNS (não participou da prova, em inglês)

Edenilson Floriani – F42
Lançamento de dardo – Bronze (62,36m)
Arremesso de peso – Bronze (14,96m)

Edileusa dos Santos – T72
100m – 6º lugar (20s34)
400m – Bronze (1min22s68)

Edson Cavalcante – T37
100m – 11º lugar (11s98)

Fabrício Ferreira – T13
100m – Bronze (11s00)

Fernanda Yara – T47
200m – 13º lugar (26s95)
400m – 5º lugar (58s32)

Giovanna Boscolo – F32
Lançamento de club – Bronze (27,09m)
Arremesso de peso – 6º lugar (5,63m)

Henrique Caetano – T35
200m – 5º lugar (23s76)
100m – 4º lugar (11s75)

Izabela Campos – F11
Lançamento de disco – 4º lugar (34,60m)
Arremesso de peso – 8º lugar (10,51m)

Kesley Teodoro – T12
100m – Bronze (11s04)

Jardênia Félix Barbosa – T20
Salto em distância – 5º lugar (5,42m)

Jean Silva – T13
1.500m – 6º lugar (4min03s33)
5.000m – Bronze (15min22s68)

Jerusa Geber – T11
100m – Ouro (11s80)
200m – Ouro (24s88)

João Matos Cunha – T72
100m – Prata (15s76)
400m – Prata (1min07s23)

Joeferson Marinho – T12
100m – 6º lugar (11s16)

Júlio Agripino – T11
5.000m – DNF (não terminou a prova, em inglês)
1.500m – Prata (4min05s61)

Lorraine Aguiar – T12
100m – 6º lugar (12s29)
200m – DNS (não participou da prova, em inglês)

Maria Clara Augusto – T47
100m – Prata (12s20)
200m – Prata (24s77)
400m – Ouro (56s17)

Mateus Evangelista – T37
Salto em distância – 5º lugar (6,30m)

Matheus de Lima – T44
100m – Prata (10s99)

Petrúcio Ferreira – T47
100m – Ouro (10s66)

Raissa Machado – F56
Lançamento de dardo – Prata (23,90m)

Rayane Soares – T13
100m – Prata (12s07)
200m – Prata (25s24)

Ricardo Mendonça – T37
100m – Ouro (11s16)
200m – Ouro (22s77)

Romildo Santos – T44
Salto em distância – 4º lugar (6,42m)
200m – 11º lugar (24s91)

Samuel Conceição – T20
400m – 10º lugar (50s15)

Suzana Nahirnei – F46
Arremesso de peso – 5º lugar (12,15m)

Thalita Simplício – T11
400m – Ouro (59s76)
200m – Bronze (25s97)

Thiago Paulino – F57
Lançamento de disco – Prata (45,69m)
Arremesso de peso – Prata (14,82m)

Thomaz Ruan – T47
100m – 4º lugar (10s82)
400m – Prata (47s90)

Verônica Hipólito – T36
100m – Bronze (14s77)

Vinícius Cabral – T71
100m – Prata (22s43)

Vinícius Krieger Quintino – T72
100m – 5º lugar (17s37)
400m – DQ (desclassificado)

Wallison Fortes – T64
100m – 11º lugar (11s50)
200m – 5º lugar (22s79)

Wanna Brito – F32
Arremesso de peso – Ouro (8,49m)
Lançamento de club – 8º lugar (21,84m)

Yeltsin Jacques – T11
5.000m – Prata (15min29s73)
1.500m – Ouro (4min02s02)

Zileide Cassiano – T20
Salto em distância – Ouro (5,88m)

Com informações de: Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República.

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