Animação criada em PG é escolhida para Festival de Cinema de Rondônia
Roteiro explora temas recorrentes da arte e dos tempos atuais (crise existencial, solidão e imaginação)
Publicado: 30/06/2025, 23:50

Existência, crise, solidão e imaginação compõem a narrativa do curta-metragem de animação 'A DESCOBERTA', produzido em Ponta Grossa. Nesta segunda-feira (30), o curta foi selecionado para o '3º CineRo - Festival de Cinema de Rondônia'. A obra, produzida por Felipe Teodoro e Alisson Thiago do Nascimento, é resultado da Lei Paulo Gustavo aplicada no município ponta-grossense.
'A DESCOBERTA' é uma animação autoral que aborda a existência e seus conflitos. Segundo Felipe, professor de escola pública, editor de livros e responsável pelo roteiro, direção e produção do curta, a animação explora temas recorrentes da arte e da contemporaneidade (crise existencial, solidão e imaginação). “A obra não revela a história. Assistir essa animação é como se você estivesse perdido em uma floresta densa”, explica Teodoro.
A história parte de uma protagonista, uma mulher sem nome, que vive de forma solitária em uma casa pequena e escassamente mobiliada. No espaço, uma porta permanece trancada, ocultando um segredo intrigante. Nessa narrativa “você questiona não apenas onde está, mas quem é, o que esta acontecendo e para onde deve ir. A solidão seria estar nessa floresta completamente sozinho, sem mapas ou companhia. A imaginação, então, torna-se tanto a lanterna que ilumina possíveis caminhos quanto a força que pode criar novos mundos para habitar, seja sensorial, simbólica e afetiva”, ressalta o professor.
O artista visual responsável pela estética de 'A DESCOBERTA' é Alisson Thiago do Nascimento, artista visual, produtor cultural e de audiovisual, que vem se destacando por seu estilo singular baseado em hachuras e traços de desenho realizado à mão em preto e branco. Na animação, a estética visual é simbólica e subjetiva, busca a ausência de cor, vazios, sombras e detalhes como discurso da narrativa. “Cada quadro carrega uma variação sutil de traço, reforça a natureza orgânica da narrativa visual. Busco sempre uma atmosfera que combine e potencialize o sensível, o poético e o inacabado - como se a imagem estivesse em constante transformação, assim como os personagens e suas emoções", relata.

A terceira edição do Festival aposta no cinema que desafia fronteiras e que amplia as vozes do Brasil profundo. A equipe recebeu com surpresa a seleção no Festival de Cinema em Rondônia. Para Teodoro “essa dimensão de intercâmbio cultural entre regiões sul e norte do Brasil só é possível via o impacto real capaz de uma lei de incentivo e fomento de produção audiovisual que realmente decentraliza a produção e circulação de cinema no Brasil”.
Com informações: Assessoria de Imprensa.