Espetáculo no Colégio Santa Maria discute racismo | aRede
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Espetáculo no Colégio Santa Maria discute racismo

Alunos assistiram à peça ‘Querem acabar comigo’, apresentada pelo Grupo Dia de Arte. A iniciativa faz parte do projeto ‘Dia de Arte para Todos’, que democratiza o acesso ao teatro

A peça ‘Querem acabar comigo’ mistura música, dança e teatro para conscientizar sobre o racismo
A peça ‘Querem acabar comigo’ mistura música, dança e teatro para conscientizar sobre o racismo -

Publicado por Iolanda Lima

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A sexta-feira (10) começou diferente para os estudantes do primeiro ano do ensino médio do Colégio Estadual Santa Maria. Logo no início da manhã, os alunos foram convidados a assistir a uma peça teatral. O espetáculo faz parte do projeto ‘Dia de Arte para Todos’, liderado pelo Grupo Dia de Arte, que promove apresentações gratuitas de teatro em comunidades periféricas, áreas rurais e instituições voltadas para pessoas com deficiência e neurodivergentes de Ponta Grossa. A iniciativa foi aprovada pela Secretaria de Estado da Cultura do Governo do Paraná e recebeu recursos da Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura.

A peça ‘Querem acabar comigo’ mistura música, dança e teatro para conscientizar sobre o racismo e chamou a atenção do estudante Luan Vitor Muniz dos Santos. “É uma cultura diferente e foi muito legal o pessoal trazer para a escola essa discussão sobre o racismo. A gente sabe que é uma coisa que temos que batalhar todo dia, não só lá em novembro [no Mês da Consciência Negra]”, alerta. O aluno Felipe Vidal de Araújo conta que já tinha assistido a alguns espetáculos, mas achou a peça realmente muito diferente. “O que mais me marcou foi a cena em que o personagem começou a ficar confuso com as vozes de outras pessoas que ecoavam na cabeça dele, mas no fim decidiu não se importar com o que os outros pensam e se concentrar em si mesmo”, frisa.

Racismo precisa ser mais debatido

O diretor do Grupo Dia de Arte, David Dias, comenta que eles não apresentavam a peça ‘Querem acabar comigo’ há um ano, mas decidiram incluí-la no projeto. “Essa peça tem um peso forte no nosso grupo, porque a gente trabalha com muitos temas sociais e procura, através do teatro, fazer as pessoas refletirem e se questionarem”, salienta. Ele destaca que o grupo não recebe pedidos para apresentar o espetáculo desde o ano passado. “As pessoas não gostam de discutir o assunto e só nos procuram para falar sobre o tema no mês de novembro, que é o Mês da Consciência Negra, mas o racismo acontece todos os dias. Em contrapartida, a gente trouxe a peça para esse projeto, que é uma iniciativa nossa, justamente porque as pessoas precisam falar mais sobre isso”, afirma. 

David alerta que o racismo também acontece dentro da escola e, por isso, precisa ser discutido dentro desse espaço. “Se a gente traz um espetáculo como esse e o professor tem a sensibilidade de debater com eles em sala de aula, tenho certeza de que a mensagem vai chegar de uma outra forma”, acredita, acrescentando que a mudança pode começar pelos próprios adolescentes. “Durante a apresentação, eles estavam bem compenetrados e participativos, então a gente consegue perceber que um pouquinho do que foi dito no espetáculo chegou para eles. Se eles levarem para além dos muros da escola, nem que seja uma frase, o nosso trabalho já está feito”, afirma.

Educação e cultura devem andar juntas

O trabalho em conjunto com os professores também é salientado pela diretora do Grupo Dia de Arte, Michella França. “A educação e a cultura são muito importantes e precisam caminhar juntas. A arte é tão fundamental, que espetáculos como esse deveriam ser cada vez mais presentes nas escolas”, frisa. Ela destaca que, para muitos alunos, projetos como esse são o primeiro contato com um espetáculo de teatro. “É interessante que eles chegam um pouco tímidos, sem saber muito bem como reagir e, às vezes, até dão uma risadinha. Aos poucos, a apresentação vai despertando a curiosidade e eles começam a realmente prestar atenção, sem que a gente ou os professores precisem ficar chamando a atenção”, relata.

Michella acredita no poder transformador da arte e enfatiza que o teatro fornece ferramentas importantes para os adolescentes. “O teatro é como um binóculo, que permite que o aluno olhe adiante e enxergue outras realidades e novas possibilidades”, diz. “A gente sabe que, muitas vezes, a realidade desses adolescentes é muito dura e, quando eles têm contato com a arte, um mundo novo de possibilidades se abre. Eles começam a acreditar que os seus sonhos podem se tornar realidade e que eles podem se tornar médicos ou professores”, exemplifica. 

Dia de Arte para Todos

A segunda etapa do projeto Dia de Arte para Todos começou no dia 02 de outubro e até o dia 17 de outubro vai totalizar 10 apresentações gratuitas dos espetáculos “Entre o sol e a lua”, “Aí! Sumiram os brinquedos”, “Heróis da Natureza”, “O que eu deveria ser se não fosse quem eu sou”, “Memórias”, “Uma aventura no mundo dos livros” e “Querem acabar comigo”. As peças serão exibidas para os alunos do Colégio Estadual Santa Maria, Escola Municipal Padre José Bugatti, Escola Municipal Armida Frare Gracia, Escola Municipal Lúcia Pacher, Escola Municipal Guitil Federmann, CMEI Profª Lindamara Paciesny e Associação dos Deficientes Físicos de Ponta Grossa (ADFPG). 

Próximas apresentações:

16/10

09h - Escola Municipal Guitil Federmann - Peça: “Uma aventura no mundo dos livros”

14h - Escola Municipal Armida Frare Gracia - Peça: “Entre o sol e a lua” 

17/10

14h - Associação dos Deficientes Físicos de Ponta Grossa (ADFPG) - Peça: “O que eu deveria ser se não fosse quem eu sou”

Com informações de assessoria de imprensa
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