'DNA' de metralhadora apreendida em PG pode auxiliar investigações nacionais | aRede
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'DNA' de metralhadora apreendida em PG pode auxiliar investigações nacionais

Polícia Científica criou novo método, que contou com uso de caixas de estopa e permitiu fazer coleta de forma adequada e a inserção no Sinab

Megaoperação aconteceu em janeiro deste ano
Megaoperação aconteceu em janeiro deste ano -

Da Redação

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O Paraná realizou neste ano a coleta de padrão balístico de uma metralhadora de calibre .50 BMG, de fabricação americana, para ajudar a alimentar o banco de dados do Estado e o Sistema Nacional de Análise Balística (SINAB), a fim de ampliar as possibilidades de comparação balística desta arma. O Estado é o primeiro a fazer a inserção deste tipo de arma no SINAB. Essa ação pode ajudar a esclarecer diversos crimes pelo Brasil, uma vez que é uma arma de grosso calibre.

A metralhadora, apreendida pela Polícia Civil e Polícia Militar (PM) em janeiro deste ano na megaoperação que desarticulou uma quadrilha que planejava assaltos em Ponta Grossa, foi periciada dentro de uma parceria entre a Polícia Científica e o Exército Brasileiro. Geralmente utilizado contra veículos blindados leves, aeronaves ou alvos em barricadas, o calibre .50 BMG é conhecido por sua alta potência e impossibilidade da coleta de projéteis pelos métodos tradicionais. 

Para realizar a análise, a Polícia Científica teve que fazer a coleta em formato diferente do habitual. Os peritos da PCP criaram um novo método, que contou com o uso de caixas de estopa, o que permitiu fazer a coleta de forma adequada e a inserção no sistema. “Deslocamos uma linha de tiro projetada para o uso de munição dessa potência, e com o uso de caixas de estopa, foi possível criar uma estrutura de coleta capaz de parar os projéteis sem risco aos operadores e sem danificar os projéteis”, explicou o perito criminal Francisco Martins.

A ação contou com o apoio de dois sargentos do 27º Batalhão Logístico do Exército, especialistas no manuseio de armamento pesado. Eles vistoriaram a metralhadora, que precisou passar por uma série de checagens para garantir sua segurança operacional durante a coleta.

A coleta de padrão balístico é um procedimento fundamental para a perícia criminal porque permite determinar se um projétil ou estojo de munição foi disparado por uma arma específica. Esse processo é feito por meio da análise das marcas microscópicas deixadas no projétil e no estojo, que são comparadas com as marcas deixadas pela arma em questão. Nesse caso, será possível "rastrear" o uso dessa metralhadora em outros crimes.

Esta foi a segunda vez que a Polícia Científica realiza uma coleta de padrão de armas de calibre .50 BMG. A primeira ocorreu em maio de 2022, após a apreensão de armamento no mega-assalto frustrado a uma empresa em Guarapuava e ataques ao 16º Batalhão de Polícia Militar. Na ocasião um policial militar foi morto. Sete pessoas foram condenadas pela ação, com penas que somam 344 anos de prisão.

Graças ao trabalho dos peritos e dos dados do Sinab, foram encontradas conexões dessa tentativa de assalto com crimes em outros estados, como Santa Catarina, São Paulo, Minas Gerais e Pará.

PARANÁ NA FRENTE – O Paraná é referência no uso do Sinab, coordenado pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, para combinar projéteis e estojos coletados em cenas de crime com armas de fogo. Desde 2022, a Seção de Balística Forense da Polícia Científica do Paraná (PCP) registrou 687 “matches” (compatibilidades), o 2º melhor resultado do País, atrás apenas do Rio Grande do Norte. O Estado é referência nacional também na inserções no sistema.

Com informações da Agência Estadual de Notícias

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