Vila Velha recebeu mais de 30 mil visitantes neste ano

Localizado no KM 515 da BR-376, também conhecida como Rodovia do Café, o Parque Estadual de Vila Velha, em Ponta Grossa, é considerado a principal atração turística natural da região dos Campos Gerais.

A unidade de conservação está entre as mais visitadas do Paraná no primeiro semestre deste ano. Ao todo, 33.246 pessoas passaram por Vila Velha entre janeiro e junho, de acordo com levantamento do Instituto Água e Terra (IAT). Em 2023, o parque estadual alcançou recorde histórico de visitação, com 80.143 turistas - o número é 28% maior do que a visitação registrada em 2019, último ano antes da pandemia de Covid-19. 

Tombado pelo patrimônio histórico e artístico, Vila Velha é o primeiro parque estadual criado no Paraná, em 1953. Com mais de 3 mil hectares de área, o complexo possui diferentes atrativos, como os arenitos e as furnas. Durante os últimos 600 milhões de anos, a chuva e o vento esculpiram as formações rochosas que se destacam na paisagem. Algumas são bem conhecidas, como a taça, considerada cartão-postal e símbolo da unidade de conservação. 

Além de conservar fragmentos da mata de araucária, a região também abriga espécies ameaçadas de extinção, como o lobo-guará, o tamanduá-bandeira e a jaguatirica.

FUNCIONAMENTO - O Parque Estadual de Vila Velha está aberto para visitantes de quarta a segunda-feira, das 09h às 15h - é possível permanecer no local até às 17h. O ingresso de acesso custa R$ 55. Crianças de até 5 anos são isentas de pagamento. Algumas atrações, como a tirolesa, o arvorismo e o balão estacionário precisam ser adquiridas separadamente.

CONCESSÃO - Além de ser o primeiro parque estadual do Paraná, Vila Velha também é a primeira unidade de conversação concedida pelo Governo do Paraná à gestão da iniciativa privada. Hoje, a administração é de responsabilidade da empresa Soul Parques. 

O parque estadual foi criado a partir do Decreto nº 1.292, em 12 de outubro de 1953, com a finalidade de preservar as formações areníticas de valor cênico e parcelas representativas dos campos nativos do Paraná. Em 1966, foi tombado pelo Patrimônio Histórico e Artístico Estadual.

O edital de concessão da unidade de conservação foi publicado em setembro de 2019 pela Secretaria de Estado do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo (Sedest), voltado para empresas interessadas em investir na melhoria da estrutura do local e do entorno, como forma de potencializar os atrativos turísticos do parque. Os 13,9% de área concedida para uso, que contempla os Arenitos, Furnas e Lagoa Dourada, deve ser usada para atividades de uso público e turismo. 

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Mesmo com a concessão de Vila Velha à iniciativa privada, o Instituto Água e Terra (IAT) continua como órgão administrador, responsável pela política pública do local e por monitorar se a gestão obedece ao plano de manejo. De acordo com o edital, a empresa que assumisse a contrato teria autorização para realizar atividades como balonismo, arvorismo, caminhadas, cicloturismo, observação da vida selvagem, entre outras. 

O contrato de concessão de áreas do parque estadual para a empresa Eco Parques do Brasil S/A foi assinado em fevereiro de 2020. A licitação selecionou a proposta economicamente mais vantajosa ao Estado. O investimento na estrutura deve ser de mais de R$ 15 milhões e a empresa vencedora ofereceu repasse de 15,2% da receita bruta operacional aos cofres públicos em troca da exploração comercial

O acordo prevê investimentos em serviços de apoio à visitação, turismo sustentável e recreação. O prazo de exploração é de 30 anos, com a gestão ambiental seguindo sob responsabilidade do Governo do Estado, por meio do programa Parques Paraná.

Serviço:
- Distância: 23 km;
- Como chegar: BR-376.

INCLUSÃO -  O Parque Estadual de Vila Velha foi reconhecido como primeiro parque natural inclusivo para pessoas autistas. A certificação foi obtida através da Organização Neurodiversa Pelos Direitos das Pessoas Autistas, em parceria com o Instituto ICO Project e a Secretaria do Desenvolvimento Social e Família do Paraná (Sedef). “Isso é um sinal de que nossas ações priorizam não só a relação com o meio ambiente, mas também o relacionamento com o nosso público, respeitando as diversidades e priorizando aqueles que necessitam de atendimento diferenciado”, afirma Leandro Ribas, gestor do parque.

Conheça alguns dos atrativos presentes no Parque Estadual de Vila Velha:

Arvorismo
Para aqueles que gostam de altura e adrenalina, o Arvorismo é uma oportunidade para se aventurar no topo das árvores que fazem parte do Parque Vila Velha. Com 120 metros de extensão e 8 metros de altura, o circuito instalado em um bosque de araucárias permite um passeio em meio às copas das árvores, além de proporcionar um contato único com a natureza. A estrutura é composta por diferentes obstáculos, como escadas, pontes pênseis e cordas.

A atividade dura, em média, 30 minutos. A atração não tem limite de idade. Os visitantes que se aventuram no circuito são equipados com uma cadeirinha de segurança e com talabarte duplo antes de acessar a Torre Central. Não é permitido utilizar o aparelho celular durante a realização da atividade. 

Caminhada Noturna
Apesar de funcionar durante o dia, o Parque Estadual de Vila Velha também oferece atrações noturnas para os turistas. Com auxílio de um potente telescópio e sob orientação de um guia especializado no tema, a Caminhada Noturna oportuniza uma verdadeira imersão no universo astronômica, com uma visão única do céu em noites de Lua Nova ou Cheia. A própria luz da Lua e das estrelas guia o trajeto dos visitantes.

Dessa forma, não é necessário levar lanterna. Em noites de Lua Nova, é possível observar com maior facilidade as estrelas e constelações. Já no período de Lua Cheia, que banha os arenitos com tons azulados, o público pode apreciar detalhes da superfície lunar, com suas grandes crateras. O passeio inicia às 18h30 e encerra às 22h30 - a recepção começa a partir das 17h30, para que seja possível contemplar o pôr do sol.

Tirolesa
Quem deseja observar a Furna dos Lambaris de outra perspectiva pode experimentar a Tirolesa de Vila Velha. Indo de uma extremidade a outra, a atração permanente passa por cima da cratera, considerada uma das cavernas verticais mais profundas do Paraná. No ar, quem faz companhia aos aventureiros são os andorinhões-de-coleira-falha (Streptoprocne biscutata) e outras aves que habitam a unidade de conservação.

Com inclinação moderada e 200 metros de extensão, a Tirolesa atinge uma velocidade média de 50 km/h e oferece total segurança aos visitantes. O equipamento possui uma cadeirinha mais confortável que as convencionais e que é acessível para todas as idades.

Furnas
O Parque Estadual de Vila Velha possui 12 grandes buracos no solo conhecidos como furnas. A unidade de conservação está situada em uma área de afloramentos da Formação Furnas, com rochas sedimentares de origem marinha costeira, cuja idade estimada é de 400 milhões de anos. Algumas das crateras são secas, outras profundas, uma é mais estreita e outras mais extensas.

As que possuem água em suas bases revelam uma interconexão subterrânea por um lençol freático. As mais famosas são as dos Andorinhões e dos Lambaris, que têm até 100 metros de altura. Os paredões são cobertos por rica vegetação e servem de abrigo para diferentes espécies de pássaros, que proporcionam um espetáculo a parte no pôr do sol e ao amanhecer.

Lagoa Dourada
Apesar de estar distante das duas furnas mais profundas do Parque Vila Velha, a Lagoa Dourada, com mais de 11,1 mil anos, também é considerada uma furna assoreada e está integrada às outras cavernas verticais pelas águas subterrâneas.

Por ser menos profunda e com grande abertura, suas águas formam um “espelho” que reflete o verde das árvores, o azul do céu e o dourado do Sol, de forma única e encantadora. Habitat para milhares de peixes, o corpo d’água fica situado em uma área de transição da zona climática, onde há ecossistemas diferenciados, como a Mata de Araucária, Campos Limpos e Cerrado.