Ney Hermann lança coletânea de contos ‘Imortais: os filhos do tempo’
A história mistura realidade e ficção através do olhar de Faon, um guerreiro imortal
Publicado: 17/03/2025, 13:20

O jornalista e escritor Ney Hermann esteve no Viver Bem para falar sobre sua mais recente obra, ‘Imortais: Os Filhos do Tempo’, uma coletânea de contos que mistura ficção e história. Com 38 anos de experiência no jornalismo, Hermann busca, através da literatura, trazer uma nova perspectiva sobre a trajetória da humanidade, dando voz a civilizações e culturas muitas vezes esquecidas pelo ensino tradicional.
O protagonista da coletânea é Faon, um grego de 2.500 anos que, junto a outros 7.000 imortais, foi criado para proteger a humanidade ao longo de sua jornada. A construção do personagem, segundo Hermann, foi um processo divertido e envolveu tanto referências históricas quanto elementos pessoais de sua infância. “Escolhi um grego porque a Grécia é o berço da cultura ocidental, e essa conexão facilita o diálogo com um público acostumado com essa referência”, explicou.
A inspiração para a obra surgiu da necessidade de ampliar o olhar sobre a história mundial, que, segundo ele, ainda é contada de forma eurocêntrica. “Aprendemos muito pouco sobre os povos da Oceania, da Ásia, da África e até mesmo sobre os pré-colombianos e indígenas brasileiros”, afirmou.
A coletânea, que ficou anos engavetada, foi retomada no final de 2024. O autor revelou que a decisão de tirar o projeto do papel veio em meio a um processo pessoal de luto, após o falecimento de sua mãe. “Escrever ajudou a lidar com a dor da perda, pois ocupar a mente com um trabalho desafiador impede que fiquemos presos apenas na tristeza”, compartilhou.
Sobre a pesquisa para a obra, Hermann destacou a importância de validar informações e evitar confiar cegamente na internet. “A inteligência artificial pode ser falha, e as buscas na internet trazem muito lixo. Sempre utilizo mais de uma fonte”, explicou.
Ney contou que tem uma pequena biblioteca doméstica que foi montando ao longo dos anos. “Tenho 38 anos como jornalista, comecei com 16 anos e sempre fui um bom aluno. Isso obviamente me facilita as coisas, eu tenho uma bagagem geral que é sólida. Conto com o apoio dos livros, onde a pesquisa analógica ainda é mais sólida do que a pesquisa virtual. Quando você vai para um livro e lê, a sua memória sustenta aquela informação de maneira mais sólida do que na internet”, revela.
Ao ser questionado sobre qual sentimento ele deseja que as pessoas tenham ao ler os contos, ele respondeu aprendizado e empatia. “A vontade de aprender é o que nos mantém vivos de verdade. O nosso aprendizado, ele não é concluído no ensino fundamental, no ensino médio ou na faculdade. A gente não para de aprender nunca na vida. E a vontade de aprender, eu gostaria que fosse despertada durante a leitura, para as pessoas terem a curiosidade de saber como são os outros povos ao redor do mundo e qual é a origem desses povos. Mas também gostaria muito que as pessoas tivessem a vontade de praticar empatia, porque a empatia faz com que você se coloque no lugar do outro. Ao conhecer a história de outros povos, você consegue praticar a empatia”, conta.
Além dos contos, Ney também oferece curso de treinamento em mídia, para lideranças que gostariam de se preparar melhor para uma conversa com jornalistas; curso de oratória, onde ensina alunos a falarem de maneira mais confiante e mais eficiente; e cursos de linguagem corporal que servem para interpretar o ambiente à volta, facilitando desta forma a comunicação com as pessoas.
A série de contos começou em janeiro de 2025 e irá até dezembro. São quatro contos por mês que, por enquanto, estão sendo disponibilizados em formato PDF para assinantes. A previsão é que a coletânea chegue a 52 episódios, interligados por referências a textos anteriores. O contato do jornalista é (42) 99112-1010 e pelo Instagram @neyhermann.
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