APAE celebra 59 anos com oficinas que transformam vidas

A Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) de Ponta Grossa comemora 59 anos de atuação com um trabalho que vai muito além da educação: ali, vidas são transformadas com dignidade, inclusão e afeto. A instituição atende hoje cerca de 450 pessoas com deficiência intelectual, incluindo casos de autismo e síndrome de Down, com idades que vão de zero a mais de 50 anos.

“Nós temos 120 funcionários e funcionamos como uma verdadeira empresa de grande porte”, explica o presidente da APAE, Laerte Bittencourt Filho. “Só que aqui, tudo o que fazemos tem um impacto direto na vida dos nossos alunos e de suas famílias.”

Com convênios federal, estadual e municipal, a APAE também conta com doações da comunidade para manter suas atividades e melhorar a estrutura. “Os convênios cobrem apenas salários e encargos. Então, para manutenção do prédio, reformas, equipamentos, dependemos de doações”, destaca Laerte.

Entre os projetos desenvolvidos, está o trabalho protegido, voltado a jovens e adultos com mais de 18 anos. Eles frequentam aulas no período da manhã e à tarde participam de atividades como panificação, jardinagem e confecção de sacolas. “Eles se sentem produtivos, têm carteira assinada e, com o dinheiro que ganham, ajudam em casa. Um deles contou que comprou um micro-ondas e reformou a sala para a mãe”, relata Laerte, emocionado.

Quem também acompanha de perto essas transformações, é a diretora da APAE, Josneide Panazzolo. “Nosso diferencial é oferecer oficinas ocupacionais. A gente observa a habilidade de cada aluno e, a partir disso, trabalha o desenvolvimento manual e intelectual. Temos panificação, tecelagem, macramê, jardinagem e até aulas de desenho”, explica.

Na estufa de jardinagem, os alunos plantam, cuidam e colhem os próprios produtos. “Eles acompanham o crescimento das plantas, veem as flores desabrocharem. Isso é um aprendizado de vida, uma terapia e uma alegria para eles e para nós”, diz Josneide.

Além das oficinas, a APAE atende crianças desde o nascimento, com estimulação essencial, ensino fundamental e educação de jovens e adultos. “Recebemos alunos até os 50 anos. Trabalhamos com muito cuidado, carinho e também com muita técnica. É gratificante ver a evolução deles”, conta.

A instituição também convida a comunidade a participar de suas atividades. Um dos próximos eventos será a Festa Junina da APAE, marcada para o dia 5 de julho, das 10h às 18h. “Nossos alunos farão apresentações lindas. É uma oportunidade de todos conhecerem nosso trabalho de perto”, convida Josneide.

Para quem quiser conhecer a instituição, é só chegar. “A APAE sempre esteve de portas abertas. Quem quiser entender o que fazemos, é só passar na secretaria e pedir para conhecer. Vai ser recebido com o maior carinho do mundo”, afirma a diretora.