Proposta fortalece cadeira produtiva, gera riquezas e empregos
Setores como logística, indústria, importação, exportação e geração de empregos são algumas das áreas que mais devem se beneficiar com o Porto Seco
Publicado: 20/09/2025, 14:48

A instalação de um Porto Seco no Parque Industrial da cidade de Ponta Grossa é um sonho antigo. Um objetivo ao qual o município se prepara para realizar. Nos últimos anos, Ponta Grossa vive período de grandes investimentos, obras e crescimento econômico acelerado. Um dos marcadores deste desenvolvimento, o Valor Adicionado Fiscal (VAF), parâmetro utilizado para mostrar a geração de riquezas de um local em um determinado período, mostra que Ponta Grossa, nos últimos 10 anos (2014 - 2024), apresentou um crescimento na geração de riquezas de 233,68%. Em 2014, por exemplo, o VAF do município foi de R$ 6,53 bilhões. Em 2024, R$ 21,78 bilhões. As áreas de Indústria (297%), Produção Primária (185,89%) e Comércio e Serviços (143,50%), foram os setores que mais apresentaram crescimento.
Esta evolução no VAF não é espantosa. A prefeita de Ponta Grossa, Elizabeth Schmidt (União), destaca que a cidade vem se preparando de forma planejada e contínua para receber um projeto desta dimensão, seja através de investimentos na indústria, que somam R$ 15 bilhões, seja através da marca de R$ 1 bilhão em obras públicas, que transformaram a cidade no maior canteiro de obras do interior do estado.
“Nos últimos anos, estruturamos nosso parque industrial, avançamos em mobilidade e infraestrutura logística e consolidamos nossa posição como o principal entroncamento rodoferroviário do Sul do Brasil. Garantimos segurança energética, fortalecemos nossa malha ferroviária e criamos políticas públicas de incentivo que aumentam a atratividade para novos investimentos”, destaca a líder do Executivo.
Elizabeth encerra sua fala destacando que o projeto do Porto Seco é um passo fundamental para que Ponta Grossa tenha a sua matriz econômica ainda mais desenvolvida. Uma prioridade do presente.
“Não é somente uma demanda logística, mas um passo fundamental para transformar ainda mais a matriz econômica da cidade, gerar empregos, atrair novos investimentos e ampliar nossa competitividade no cenário nacional e internacional. O Porto Seco não é um projeto do futuro distante, ele é uma prioridade do presente, e vamos lutar com firmeza para sair do papel e se torne realidade quanto antes”.
A instalação de um futuro Porto Seco renderá inúmeros benefícios para Ponta Grossa. Rafael Issa Rickli, coordenador regional da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), ressalta o desafogo logístico e o impulsionamento nas indústrias como um dos principais avanços.
“O Porto Seco será um desafogo logístico estratégico para Paranaguá, ao transferir parte do processo de desembaraço aduaneiro e consolidação de cargas para o interior. Isso reduz filas e gargalos na faixa portuária, agiliza o transporte e diminui custos de espera em pátio. Para a indústria, os benefícios são evidentes: menor custo logístico e maior agilidade no escoamento da produção”, explica Rafael Rickli.
Além disso, a implementação de uma estrutura como essa ajuda a resolver demandas históricas apontadas pela Fiep, como questões envolvendo burocracia, custos altos e velocidade no escoamento.
“Entre as principais demandas que o Porto Seco ajudará a resolver estão: excesso de burocracia centralizada em Paranaguá; altos custos logísticos, que reduzem a competitividade da indústria paranaense frente a outros estados; necessidade de descentralizar os serviços aduaneiros e aproximá-los das regiões produtivas; e a rapidez no escoamento em períodos de safra, quando há concentração de cargas”, encerra.
Estes avanços destacados pela Fiep são reforçados pela Associação Comercial, Industrial e Empresarial de Ponta Grossa (Acipg), uma das patrocinadoras do estudo de viabilidade. Como destaca a instituição, a construção de um Porto Seco representa também a modernização nas operações e influencia na atração de novos recursos para a indústria da região.
“Acreditamos que a instalação de um Porto Seco em Ponta Grossa seria um passo essencial para modernizar e agilizar as operações de exportação e importação. Considerando que Ponta Grossa é um importante polo industrial e logístico do Paraná, acreditamos também que sua instalação tem o potencial de aumentar ainda mais a atratividade para novos investimentos e consolidar nossa posição como um centro de distribuição estratégico na região Sul do país”, destaca a Acipg.
ALÉM DE PONTA GROSSA - Um dos principais benefícios com o desenvolvimento de um Porto Seco na região de Ponta Grossa não favorece somente a cidade, mas também a Portos do Paraná, uma empresa pública estadual que exerce a administração dos portos de Paranaguá e Antonina, no litoral paranaense. Como explica Marcus Vinicius Freitas, diretor jurídico da empresa, um Porto Seco em Ponta Grossa representa uma expansão na capacidade de armazenamento e manejo de cargas, benéfica também para a empresa.
“Nos últimos seis anos, tivemos um aumento de 25% na movimentação de cargas na Portos do Paraná. Saltamos de 53 milhões de toneladas para fechar o ano passado em 66 milhões e 700 mil toneladas. O Porto Seco auxiliaria muito a Portos do Paraná em termos de capacidade estática de armazenamento de carga. É importante termos esse incremento na nossa capacidade retroárea de cargas”, destaca Marcus.
Este benefício se impulsona ainda mais, uma vez que Ponta Grossa é a cidade do Estado que mais envia caminhões para a Portos do Paraná no País na categoria ‘seguimento de granel’ . Produtos, como soja e cevada, matérias-primas de destaque no agronegócio brasileiro, também são as principais mercadorias onde a logística relacional entre Ponta Grossa e a empresa mais se convergem.
“Ponta Grossa é a Cidade que mais envia caminhões para a Portos do Paraná. Cerca de 7% dos caminhões que recebemos no ano passado tiveram origem do município. Neste ano, 1/3 do farelo de soja exportado pela Porto do Paraná tem origem em Ponta Grossa, e a cevada é outro produto que a cidade tem uma grande representatividade. Mais de 40% do que importamos de cevada foi para Ponta Grossa”, finaliza Marcus.
Diante deste cenário, a instalação de um Porto Seco poderá não somente mudar a realidade ponta-grossense, mas de todo o estado do Paraná.