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Ponta Grossa investe em infraestrutura e adota ações para potencializar setor

Obras de pavimentação em estradas rurais, que dão acesso a pontos turísticos, foram confirmadas pelo município. Outras medidas estão em execução para que a cidade ganhe mais visibilidade e possa receber mais turistas

Estrada de Alagados será pavimentada com um investimento de R$ 9 milhões
Estrada de Alagados será pavimentada com um investimento de R$ 9 milhões -

Fernando Rogala

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Para que o setor do turismo de Ponta Grossa alcance a meta de dobrar seu faturamento e o número de turistas em uma década, inúmeras obras e diversos projetos estão em execução em Ponta Grossa - ou já estão planejados, especialmente por parte do Poder Público. Entre essas principais obras estão a pavimentação de estradas rurais que dão acessos a pontos turísticos. Por outro lado, vários investimentos também são realizados pelo setor privado, que criam oportunidades para o desenvolvimento do ramo turístico.

No início desse mês de outubro, por exemplo, a prefeita Elizabeth Schmidt (União), junto com o secretário municipal de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Izaltino Cordeiro, anunciou a aprovação do projeto de pavimentação da estrada que liga a rodovia PR-513 até o Buraco do Padre, uma das principais atrações turísticas da cidade. As obras serão executadas com recursos já anunciados pela Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística (Seil), da ordem de R$ 7,5 milhões, para um trecho com cerca de cinco quilômetros.

Outra obra que deve ser retomada em breve é a pavimentação da estrada que dá acesso à Represa de Alagados, e à ‘Ponte Preta’, que faz a ligação com Carambeí. A primeira fase da pavimentação dessa estrada, de um trecho de 6,5 quilômetros entre o Jardim San Martin e o Rio São Jorge (acesso à Cachoeira e Cânion do Rio São Jorge), foi licitada em 2023 e as obras iniciadas, mas como a empresa vencedora não cumpriu o contrato, houve uma rescisão no primeiro semestre desse ano. Agora, o município segue os trâmites legais para que as obras sejam retomadas por outra empresa. O investimento é de R$ 9 milhões.

Entre outras ações já adotadas pelo município para fomentar o setor, a prefeita Elizabeth Schmidt destacou a Lei de Incentivo a Eventos Geradores de Fluxo Turístico. “Mas temos também o projeto SOUPG, de qualificação de profissionais para o desenvolvimento de souvenires. Aqui temos também cuidado da formação de professores municipais e do desenvolvimento de material didático para o aprendizado do turismo local nas escolas, visando a promoção de sentimentos de pertencimento e orgulho pelas riquezas locais desde a infância”, explica Elizabeth. Com o reconhecimento da cidade como um ‘Destino Turístico Inteligente’, o município também criou um Grupo de Trabalho com lideranças públicas e privadas, em prol de uma gestão participativa e transparente.

“Nós também temos hoje, em execução, o projeto de sinalização turística, para a promoção dos atrativos locais e localização de visitantes na cidade”, acrescenta Elizabeth Schmidt. “Ainda a serem executados, mas já com alguma programação, temos que reativar o Centro de Informações Turísticas, e também verificar as condições de acessibilidade em locais com interesse turístico e de uso público”, completou a líder do executivo.

Por parte da iniciativa privada, um novo espaço foi anunciado recentemente, com um grande potencial para atrair eventos: uma arena, às margens da PRC-373, no bairro Boa Vista. Denominada de ‘Arena Old Stone’, segundo os empresários Júnior e Jair Máximo, o espaço pode se tornar a principal arena temática de automobilismo e motociclismo do Brasil, com estrutura completa para eventos desses dois setores. A intenção é tornar Ponta Grossa um novo polo de competições e eventos esportivos, com a possibilidade até de sediar eventos internacionais.

AEROPORTO É UMA DAS PRINCIPAIS CARÊNCIAS - Ao final de março de 2025, Ponta Grossa perdeu seu único voo comercial regular, então operado pela Azul Linhas Aéreas, entre o aeroporto Sant’Ana e o de Viracopos, em Campinas, devido à redução da malha da empresa. A ausência de um voo regular para a cidade desperdiça o potencial turístico de Ponta Grossa, impactando tanto na redução de turistas de lazer, quanto em um menor faturamento da rede hoteleira no turismo de negócios e de eventos. “A falta de ter um voo direto para Ponta Grossa é uma desculpa para não viajar para a cidade; para as pessoas escolherem outro lugar para viajar. Estar de fora do mapa aéreo do Brasil é sair de pacotes turísticos que são montados utilizando as companhias aéreas”, diz Daniel Wagner, presidente do SEHG da região.

No caso do turismo de negócios ou de eventos, o setor hoteleiro pode perder um pernoite, às vezes até dois, por turista. “Por exemplo, uma pessoa vai passar a semana em Ponta Grossa a trabalho, e na sexta-feira de manhã tem um voo para ir embora: se esse voo for em Curitiba, a tendência é que ela viaje a Curitiba já na quinta, ao invés de dormir em Ponta Grossa. E na outra ponta é a mesma lógica: a pessoa que chega via Curitiba pode dormir em Curitiba uma noite para só no dia seguinte vir para cá”, explica, reforçando a necessidade de a cidade voltar a ter voos diretos o quanto antes seja possível.

Para estruturar o Aeroporto Sant’Ana para poder receber aeronaves maiores, e a cidade se tornar mais competitiva para as companhias aéreas, a Prefeitura solicitou, nesse segundo semestre, um Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental (EVTEA), para dar início a um novo projeto de infraestrutura para o local, que já vai receber um aporte de R$ 35 milhões para a construção de um novo terminal de passageiros, estacionamento, pátio para aeronaves e nova taxiway.

POTENCIAL TURÍSTICO DA CIDADE É AMPLO E DIVERSIFICADO - Historicamente, Ponta Grossa tem um grande potencial turístico, especialmente relacionado às belezas naturais da Escarpa Devoniana. A começar pelo fato que a cidade tem o primeiro Parque Estadual do Paraná, o de Vila Velha, criado há 72 anos. O local consiste em formações rochosas, com mais de 300 milhões de anos, com arenitos que possuem formas peculiares que remetem a objetos – entre os mais famosos estão a ‘taça’, a bota e a garrafa. No Parque Estadual, que possui 3,1 mil hectares, ainda estão as Furnas e a Lagoa Dourada. Desde 2020, o local é concessionado pela Soul Parques, que fez inúmeros investimentos e modernizou o local, que recebeu, em média, 70 mil visitantes nos últimos três anos.

Outro destino de destaque, que recebeu muitos investimentos da iniciativa privada para se estruturar, foi o Buraco do Padre, na região do Distrito de Itaiacoca, que inclui a Fenda da Freira. Nas proximidades dele, ainda há a Cachoeira da Mariquinha. Outros destinos naturais reconhecidos na cidade são o Cânion e Cachoeira do Rio São Jorge e o Capão da Onça. Em alguns desses locais é praticado o turismo de aventura e trilhas.

O aspecto histórico e cultural também são grandes atrativos da cidade. “O turismo cultural também tem crescido, com a Estação Saudade e os nossos espaços da ferrovia (aí inclui a Estação HUB e a Estação Paraná) e os nossos espaços do patrimônio tombado; e a questão religiosa, como a Abadia da Ressurreição também (e a Capela Santa Bárbara). Então, Ponta Grossa, com mais de 200 anos de história, tem muita coisa para mostrar”, acrescenta Karen Kobilarz, gestora da Adetur.

Da mesma forma, muitos eventos são realizados para atrair turistas e movimentar a cidade, como o Festival de Balonismo e o ‘PG nos Ares’, promovidos pela Prefeitura, e o Festival Rota 01 de Mototurismo – cada um deles movimentando mais de 20 mil pessoas por ano, em média. Outro destaque foi a realização do Campeonato Brasileiro de Motocross, que atraiu pilotos de mais de 10 países e movimentou mais de 40 mil pessoas na cidade neste ano. Karen reforça, ainda, a vocação da cidade no turismo técnico-científico, pela presença de diversas instituições de Ensino Superior que realizam grandes eventos e feiras.

Entretanto, segundo a prefeita, o turismo de lazer não é o que mais atrai turistas à cidade. “A maioria dos hóspedes que recebemos em Ponta Grossa são turistas de negócios, como representantes comerciais e visitas de trabalho, seguidos de participantes de eventos e turistas de lazer”, diz ela. Nesse aspecto, Paulo Stachowiak detalha o turismo industrial, com visitas técnicas nas fábricas, e o de ‘benchmarking’. “Já acontece de outras cidades virem para cá, com visitas técnicas, para comparação sistemática dos processos, produtos ou serviços e para aprender com as melhores práticas”, explica ele, apontando ainda o turismo rural, com a valorização da produção agropecuária e acompanhamento técnico do manejo no campo.

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