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Mulher sobrevive 91 horas sob escombros e é resgatada após terremoto

País faz um minuto de silêncio no horário em que tremor atingiu região central; número de mortos passa de 2.700

Operação de resgate de mulher de cerca de 60 anos presa em Nay Pyi Taw, em Mianmar
Operação de resgate de mulher de cerca de 60 anos presa em Nay Pyi Taw, em Mianmar -

Publicado por Iasmin Gowdak

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Uma mulher foi resgatada nesta terça-feira (1º) em Mianmar depois de passar 91 horas presa entre os escombros de uma estrutura que desabou, de acordo com os bombeiros, após terremoto de magnitude 7,7 que atingiu o país quatro dias antes.

Ela foi socorrida na capital, Naypyidaw, e levada ao hospital uma hora depois, segundo o serviço de bombeiros em postagem no Facebook. O número de mortos em Mianmar chegou a 2.719 nesta terça, e se espera que ultrapasse 3.000, disse o líder da junta militar do país, Min Aung Hlaing, em discurso televisionado.

Enquanto isso, os mianmarenses se uniram para fazer um minuto de silêncio pelas vítimas em várias regiões do país. Por iniciativa da junta, as sirenes para anunciar a homenagem foram acionadas às 12h51 locais (3h21 de Brasília), o horário do terremoto em 28 de março.

Diante do complexo residencial Sky Villa, um dos mais danificados de Mandalay, os agentes das equipes de resgate interromperam o trabalho e respeitaram o minuto de silêncio. Com o som das sirenes ao fundo, funcionários públicos formaram um cordão que impediu a passagem dos parentes das pessoas que morreram no edifício.

Ao lado de uma área das equipes de resgate, uma bandeira de Mianmar foi amarrada a meio mastro em um bambu. A homenagem é parte da semana de luto nacional declarada até 6 de abril pelos militares.

Em boletim atualizado, o líder militar de Mianmar afirmou ainda que 4.521 pessoas ficaram feridas, e 441 estavam desaparecidas. O tremor também derrubou imóveis em Bancoc, capital da Tailândia, a cerca de mil quilômetros de distância. No país vizinho, 19 pessoas morreram.

Um prédio de 30 andares em construção desabou na capital tailandesa. Equipes de resgate trabalham entre os destroços da torre, onde as autoridades acreditam que dezenas de trabalhadores tenham ficado presos.

“Há cerca de 70 corpos embaixo. Esperamos que por algum milagre um ou dois ainda estejam vivos”, disse o líder voluntário de resgate Bin Bunluerit no local do prédio.

Milhares de pessoas estão desabrigadas em Mianmar: suas casas foram destruídas pela guerra civil em curso mesmo após o terremoto ou temem possíveis tremores secundários. O epicentro foi localizado no centro do país, perto de Mandalay, segunda maior cidade mianmarense, com 1,7 milhão de habitantes.

Em Mandalay, edifícios residenciais e templos foram reduzidos a escombros. Pela quarta noite consecutiva, centenas de pessoas dormiram ao relento, em barracas ou cobertos apenas por mantas nas ruas e estradas.

“Não me sinto seguro. Há edifícios de seis ou sete andares inclinados ao lado da minha casa e podem desabar a qualquer momento”, disse o relojoeiro Soe Tint.

Em um edifício onde parte desabou sobre centenas de monges, bolsas com livros das vítimas estavam sobre uma mesa. Caminhões de bombeiros e máquinas estavam estacionados diante do pavilhão, onde uma equipe de resgate da Índia trabalhava.

Em vários pontos da cidade, o odor de putrefação dos cadáveres está evidente. Um crematório nas imediações já recebeu centenas de corpos e espera receber muitos outros.

Mianmar enfrenta quatro anos de guerra civil provocada pelo golpe militar de 2021 contra o governo civil ligado à vencedora do Nobel da Paz Aung San Suu Kyi. A ONU calcula que pelo menos 3,5 milhões dos 50 milhões de habitantes foram deslocados pelo conflito, e muitos enfrentam o risco de fome.

Embora a junta militar afirme que tenta responder ao desastre, nos últimos dias surgiram relatos de bombardeios dos militares contra grupos armados rivais.

A enviada especial da ONU para Mianmar, Julie Bishop, pediu na segunda o fim das hostilidades para que todas as partes se concentrem na proteção e fornecimento de ajuda aos civis.

Em um gesto incomum, o líder da junta fez um pedido de ajuda internacional, rompendo a tradição de outros comandantes militares mianmarenses de rejeitar assistência estrangeira diante deste tipo de desastre.

Mais de 1.000 socorristas de países como China, Rússia e Índia desembarcaram no país e, segundo a imprensa estatal, quase 650 pessoas foram resgatadas com vida dos escombros desde então.

Com informações da Banda B, parceira do Portal aRede. 

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